"Se você treme de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros." (Che Guevara)

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Exército de Israel atacou embarcação de ajuda humanitária que buscava chegar à Gaza

TeleSUR

Israel atacou nesta segunda-feira um navio da Frota Gaza Livre, que tentava transportar cerca de 10 toneladas de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza. O ataque matou 19 pessoas e feriu outras 30.
O correspondente da TeleSUR no Oriente Médio, Hisham Wannous, informou que o ataque foi efetuado por marinheiros de Israel e que no processo empregou-se o uso de um helicóptero.

Wannous observou que logo depois de saber da notícia houve manifestações em Gaza e na Turquia em repúdio ao ataque, enquanto o governo israelense mantém silêncio sobre o assunto.

O correspondente indicou que os navios de guerra israelenses que participaram no ataque saíram do porto de Haifa, no norte de Israel, transportando mísseis e todos os tipos de armas.

O jornalista também explicou que o que restou da Frota Gaza Livre será levado para Haifa, onde se prevê que sejam detidas as pessoas que viajam na Gaza Livre. Segundo Wannous, a maioria dos mortos são europeus e turcos.

Gaza Livre escreveu em seu site na Internet que o navio atacado foi o HHI, de bandeira da Turquia, assegurou a organização humanitária, foi abordado por membros da Marinha de Israel.Entre os passageiros da embarcação de Gaza Livre se encontram parlamentares europeus e ganhadores do Prêmio Nobel da Paz.

A imprensa turca mostrou imagens tiradas no interior do barco turco Mavi Marmara, nas quais se viam soldados israelenses abrindo fogo.

Desta forma, Israel cumpriu as advertências realizadas no último sábado pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Yigal Palmor, que disse que seu país estava preparado para bloquear a passagem das embarcações, incluindo o uso da força.

"Vamos tentar impedi-los de se aproximar da costa da Faixa de Gaza de forma pacífica, mas se eles insistem em passar, os impediremos", afirmou Palmor, no sábado passado.

Os barcos da Frota Gaza Livre, que busca ajudar o povo palestino que vive sob o férreo bloqueio israelense, com o envio de alimentos, móveis, assistência médica e materiais de construção, estruturas como hospitais e escolas foram destruídos ou deixadas em muito mau estado pelos ataque realizado pelas forças israelenses.

Segundo a imprensa turca, o ataque israelense contra o barco da Frota Gaza Livre ocorreu em águas internacionais às 04:00 horas locais (01:00 GMT).

Logo que a informação do ataque israelense foi divulgada, centenas de pessoas se reuniram para protestar enfrente ao consulado israelense na cidade turca de Istambul.

A frota é composta por seis navios, três deles turcos, e transporta, entre outras coisas, materiais de construção, equipamentos médicos de necessidades básicas, com o fim de romper o bloqueio que sofre a Faixa de Gaza por parte de Israel.

Traduzido por Dario da Silva

Original encontra-se em: http://www.telesurtv.net/noticias/secciones/nota/72801-NN/ejercito-israeli-ataco-embarcacion-de-flotilla-humanitaria-que-busca-llegar-a-gaza

Fundo do Poço: Israel foi parceiro até do apartheid


Celso Lungaretti (*)


Em meio a temas palpitantes como o do acordo Brasil/Turquia/Irã que os EUA estimularam e agora torpedeiam, está passando quase despercebida a relevante informação de que Israel não só possui bombas atômicas aos montes, sem qualquer controle por parte de organismos internacionais, como andou tentando vender algumas ao regime segregacionista da África do Sul, em 1975.

E, no fundo, os dois assuntos se completam: que direito tem os EUA de exigirem que o Irã se submeta a uma daquelas revistas policiais em que até os orifícios do corpo são verificados, enquanto um país useiro e vezeiro em barbarizar vizinhos não só dispõe de armamentos que ameaçam a humanidade, como aceita negociá-los com qualquer um?

Ao contrário das novas gerações, que identificam os judeus com as características odiosas que seu estado incorporou, eu conheço bem os belos sonhos de outrora, dos kibutzim ao Bund.

O primeiro era uma experiência na linha do chamado socialismo utópico: o cultivo da terra em bases igualitárias, sem patrão, sem privilégios, sem desigualdade.

Tive jovens amigos de ascendência judaica que falavam maravilhas dos kibutzim, mas, pacifistas, relutavam em ir para um país onde poderiam ser convocados a qualquer instante para batalhas.

O socialismo revolucionário, por sua vez, era representado pelo Bund, a União Geral dos Trabalhadores Judeus na Lituânia, Polônia e Rússia, que estava entre as forças fundadoras do Partido Social-Democrata, tendo participado ativamente das revoluções russas de 1905 e 1917.

O MÉDICO SE TORNOU MONSTRO

Na segunda metade do século passado, entretanto, Israel viveu sua transição de Dr. Jeckill para Mr. Hide. Virou ponta-de-lança do imperialismo no Oriente Médio, responsável por genocídios e atrocidades que lhe valeram dezenas de condenações inócuas da ONU.

Até chegar ao que é hoje: um estado militarizado, mero bunker, a desempenhar o melancólico papel de vanguarda do retrocesso e do obscurantismo.

Ter, ademais, oferecido-se para dotar o apartheid de artefatos atômicos supera a pior imagem que já tínhamos de Israel.

É a pá de cal, a comprovação gritante de que o humanismo não tem mais espaço nenhum no estado judeu. O povo que nos deu Marx, Freud e Einstein hoje produz mas é novos Átilas, Gengis Khans e Pinochets.

Quanto à notícia publicada há poucos dias pelo Guardian londrino e que tantos preferem ignorar, é a seguinte: documentos secretos da África do Sul obtidos pelo acadêmico estadunidense Sasha Palakow-Suransky, além de exporem essa parceria política nauseabunda, constituem prova documental insofismável do programa nuclear israelense, que se sabia existir mas o estado judeu insistia em negar.

O Guardian divulgou inclusive um memorando do então chefe das Forças Armadas da África do Sul, general R. Armstrong, escrito no dia de um encontro entre os respectivos ministros da Defesa, Shimon Peres e Pieter Botha. Nele, o militar diz, de forma cifrada mas nem tanto, que, “considerando os méritos do sistema de armas oferecido [por Israel], algumas interpretações podem ser feitas, como a de que os mísseis serão armados com ogivas nucleares produzidas na África do Sul [grifo meu] ou em outro lugar”.

O NOME DOS MÍSSEIS É "JERICÓ"

Em entrevista publicada nesta 6ª feira (28) pela Folha de São Paulo, o acadêmico Palakow-Suransky rebate a alegação de Shimon Peres, de que sua assinatura não consta das minutas das reuniões:
"...mas ela aparece no documento que garante sigilo para a negociação sobre a venda de mísseis Jericó. Os documentos mostram acima de qualquer dúvida que o tema foi discutido em uma série de encontros em 1975. As frases usadas para descrever as ogivas são vagas, o que é comum nesse tipo de negociação. A confirmação de que o governo sul-africano viu a discussão como uma oferta nuclear explícita está num memorando do chefe do Estado-Maior, R. F. Armstrong, que detalha as vantagens do sistema de mísseis Jericó para a África do Sul, mas só se os mísseis tivessem ogivas nucleares. É a primeira vez que aparece um documento com a discussão sobre mísseis nucleares em termos concretos. O acordo nunca foi fechado, mas a discussão ocorreu, e o alto escalão sul-africano entendeu a proposta israelense como oferta nuclear".

O schoolar acrescentou que há outras evidências de colaboração de Israel com o apartheid:
"As principais são a continuação do projeto dos mísseis Jericó na África do Sul nos anos 80, quando especialistas israelenses ajudaram a construir projéteis de segunda geração para carregar ogivas nucleares; e a venda de 'yellow cake' [concentrado de urânio] da África do Sul para Israel em 1961".

E avalia que suas revelações não são a principal evidência disponível de que Israel possui arsenal atômico:
"As fotos de Mordechai Vanunu [técnico nuclear israelense condenado por traição] em 1986 são muito mais definitivas. O significado dos documentos não é provar que Israel tem armas nucleares, o que o mundo todo sabe há décadas. A notícia aqui é que a possível transferência de tecnologia nuclear foi debatida no alto escalão".

E, acrescento eu, a notícia é que Israel se dispôs a transferir tecnologia nuclear para um dos regimes mais execráveis e execrado do planeta. Dize-me com quem andas...

Também me chocou constatar que a aprazível "cidade das palmeiras" do Velho Testamento, onde os judeus recompuseram suas forças depois da escravidão, agora serve para nomear as armas do Juízo Final.

É um simbolismo bem apropriado para sua travessia negativa, que parece não ter fim, no sentido da desumanidade.

*Jornalista e escritor, mantém os blogues

http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/

A mais heróica de todas as batalhas

Meus caros e queridas,

Neste mês de maio, comemora-se o 65º aniversário da derrota da Alemanha na 2ª GM. Esta derrota significou para a humanidade uma vitória sobre um dos mais bárbaros regimes que o mundo já viu, o regime nazista de Adolf Hitler.
Falar desta vitória magnífica sobre uma das mais poderosas máquinas de guerra jamais vistas na história é falar da heróica resistência do povo soviético em Stalingrado. Durante quase 7 meses o exército vermelho, sozinho, travou uma baltalha terrível contra nada menos que 2/3 de todo o exército nazista representado por mais de 3/4 das tropas mais bem treinadas, melhor equipadas e experientes das tropas alemães. Lembro que com menos de 1/3 de suas tropas, este mesmo exército alemão ocupava a França, o Norte da África, quase toda a Europa e, até 6 junho de 1944, a única força que os enfrentava numa luta desigual era a URSS. Depois de travar a mais feroz batalha da história, o exército vermelho derrotou as tropas do Marechal Von Paulus em fevereiro de 1943. Foi o começo do fim para o odioso regime nazista.
É importante lembrar que, ao contrário do que a história oficial nos diz, a libertação da Europa foi fundamentalmente obra do exército vermelho, pois já em finais de 1943 havia destruído o grosso das tropas alemães e estava às portas da Alemanha. A tão esperada 2ª frente só foi aberta em junho de 1944.
Para quem ainda duvida de que a fúria nazista era dirigida principalmente contra a União Soviética, basta lembrar que mais de 20 milhões de soviéticos pereceram na luta contra a Alemanha Nazista. Este foi o maior holocausto perpetrado pelos Nazistas na 2ª GM.
Ao final da batalha de Stalingrado mais de 2 milhões de pessoas haviam morrido. Na cidade , antes conhecida por ser próspera e moderna, já não havia mais nenhuma construção de pé. Mas de pé estavam os heróicos defensores de Stalingrado. Aliás, jamais se curvaram, jamais se renderam, jamais deixaram de encarar de frente o pior inimigo que se poderia ter e a pior das barbáries que pode se abater sobre um povo. Tinham por trás de si a maior obra que o proletariado consegui construir em toda a sua história de lutas até hoje: A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Nestes tempos obscuros, onde a derrota do proletariado parece um fato consumado, onde a realidade perversa da superexploração do trabalhador, do desespero, da insegurança, da falta de saúde, de educação, se impõe às massas trabalhadores como algo eterno e imutável, voltar algumas páginas na história e ver que diante da nuvem de escuridão nazista que cubriu a Europa com destruição, miséria e desesperança, o povo soviético, e em particular os seus heróis de Stalingrado, se levantou e mostrou que a vitória do proletariado sobre a barbárie é possível, nos ensina que uma nova história para a humanidade pode começar a ser escrita, basta que o protelariado se levante novamente, assim como se levantou em Stalingrado e escreveu uma das mais gloriosas páginas da história humana.
Viva a heróica resistência do povo soviético em Stalingrado!!
Viva o Socialismo!!
O capitalismo é a desgraça dos povos!!
Saudações comunistas,

André Lavinas
PS: Este poema abaixo é uma justa homenagem aos heróis de Stalingrado.
Carta a Stalingrado [*]
Carlos Drummond de Andrade
Stalingrado...Depois de Madri e de Londres, ainda há grandes cidades!O mundo não acabou, pois que entre as ruínas outros homens surgem, a face negra de pó e de pólvora, e o hálito selvagem da liberdade dilata os seus peitos, Stalingrado,seus peitos que estalam e caem, enquanto outros, vingadores, se elevam.
A poesia fugiu dos livros, agora está nos jornais.Os telegramas de Moscou repetem Homero.Mas Homero é velho. Os telegramas cantam um mundo novoque nós, na escuridão, ignorávamos.Fomos encontrá-lo em ti, cidade destruída, na paz de tuas ruas mortas mas não conformadas,no teu arquejo de vida mais forte que o estouro das bombas, na tua fria vontade de resistir.
Saber que resistes.Que enquanto dormimos, comemos e trabalhamos, resistes.Que quando abrimos o jornal pela manhã teu nome (em ouro oculto) estará firme no alto da página.Terá custado milhares de homens, tanques e aviões, mas valeu a pena.Saber que vigias, Stalingrado,sobre nossas cabeças, nossas prevenções e nossos confusos pensamentos distantesdá um enorme alento à alma desesperadae ao coração que duvida.
Stalingrado, miserável monte de escombros, entretanto resplandecente!As belas cidades do mundo contemplam-te em pasmo e silêncio.Débeis em face do teu pavoroso poder, mesquinhas no seu esplendor de mármores salvos e rios não profanados,as pobres e prudentes cidades, outrora gloriosas, entregues sem luta, aprendem contigo o gesto de fogo.Também elas podem esperar.
Stalingrado, quantas esperanças!Que flores, que cristais e músicas o teu nome nos derrama!Que felicidade brota de tuas casas!De umas apenas resta a escada cheia de corpos; de outras o cano de gás, a torneira, uma bacia de criança.Não há mais livros para ler nem teatros funcionando nem trabalho nas fábricas, todos morreram, estropiaram-se, os últimos defendem pedaços negros de parede,mas a vida em ti é prodigiosa e pulula como insetos ao sol,ó minha louca Stalingrado!
A tamanha distância procuro, indago, cheiro destroços sangrentos,apalpo as formas desmanteladas de teu corpo,caminho solitariamente em tuas ruas onde há mãos soltas e relógios partidos,sinto-te como uma criatura humana, e que és tu, Stalingrado, senão isto?Uma criatura que não quer morrer e combate, contra o céu, a água, o metal, a criatura combate,contra milhões de braços e engenhos mecânicos a criatura combate,contra o frio, a fome, a noite, contra a morte a criatura combate, e vence.
As cidades podem vencer, Stalingrado!Penso na vitória das cidades, que por enquanto é apenas uma fumaça subindo do Volga.Penso no colar de cidades, que se amarão e se defenderão contra tudo.Em teu chão calcinado onde apodrecem cadáveres, a grande Cidade de amanhã erguerá a sua Ordem.
[*] Extraído do livro A Rosa do Povo (poemas escritos entre 1943 e 1945). Rio de Janeiro: Record, 1987
Esta página encontra-se em www.cecac.org.br

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Núcleo de Estudos Agrário - Gregório Bezerra

Convocação da reunião do Núcleo de Estudos Agrários - Gregório Bezerra no sábado (dia 29 de maio) às 14h na sede do Partido Comunista Brasileiro (PCB), localizada na Rua do Princípe (um pouco depois da CELPE, no lado oposto ao estacionamento Blue Park - 1º andar).
A ideia dessa reunião é fazermos a seguinte discussão:
1 - Avaliação do debate realizada na UFRPE;
2 - Finalizarmos o 1º eixo de discussão do núcleo (vias de realização da reforma agrária) - discutindo a via revolucionária da reforma agrária;
3 - Definição do segundo eixo de debate do NEAGB (sugestões pensadas até o momento - formação do estado brasileiro / diferentes formas de produção / campesinato)
4 - Possibilidade de uma segunda atividade mais ampla - limite da propriedade;
5 - encaminhamentos.
Segue abaixo o cartaz de divulgação do Nucleo de Estudos Agrário - Gregório Bezerra


Videos da Resistência Grega!

"TRABALHADORS CONTRA-ATACAM ATÉ A VITÓRIA!!"
"NÓS NÃO SEREMOS OS ESCRAVOS DO SÉCULO XXI"
Essas são algumas das frases escritas nos cartazes da PAME (Frente Militante dos Trabalhadores) Segue abaixo alguns videos das manifestações que estão ocorrendo na Grécia.
logo abaixo, uma "pequena" Manifestação do Partido Comunista Grego (KKE):
União da Juventude Comunista - UJC

USAID investe mais de 2,3 milhões de dólares contra Cuba na net

* Eva Golinger
O sistema capitalista tem uma enorme capacidade de regeneração que lhe prolongou a vida até a fase senil que nos atormenta. Neste texto, Eva Golinger denuncia que muito da campanha contra Cuba, hoje mais persistentemente e continuadamente violenta que nunca se alimenta da formatação das consciências que a campanha mediática do imperialismo possibilita. Para isso ela serviu-se de documentos secretos recentemente desclassificados. Dir-se-á que os documentos foram desclassificados. Mas a questão da formatação das consciências mantém-se: quem viu qualquer referência aos documentos nos meios de comunicação de massas, em todo o mundo dominados pelo grande capital?

Documentos recentemente desclassificados ao abrigo da Lei de Acesso à Informação (FOIA na sua sigla inglesa), evidenciam que a USAID investiu, desde 1999, mais de 2,3 milhões de dólares para disseminar a propaganda suja contra Cuba e financiamento de jornalistas dentro da ilha.

Os documentos, que incluem os contratos originais entre a USAID e a organização CubaNet demonstram um padrão de financiamento que aumenta e intensifica anualmente o seu esforço de promoção de informação distorcida sobre Cuba, tudo com a intenção de provocar uma «transição para a democracia», ou uma «mudança de regime» na ilha caribenha.
Desde há cinquenta anos que Washington está a fazer uma guerra suja contra Cuba. Um componente dessa agressão foi a utilização dos meios de comunicação para manipular e distorcer a realidade cubana perante a opinião pública internacional e, ao mesmo tempo, infiltrar e disseminar informação falsa dentro de Cuba.
Depois dos fracassos da Rádio e TV Martí, que ainda existem e recebem apoios financeiros de Washington apesar da sua inutilidade, um novo campo de agressão contra Cuba foi criada utilizando a internet. Em 1994, CubaNet estabeleceu-se como uma das primeiras páginas Web feitas para fazer propaganda contra a Revolução Cubana na internet. Sediada em Miami, CubaNet utiliza o dinheiro da USAUID e da National Endowment for Democracy (NED), de quem recebe multimilionárias contribuições para financiamento de «jornalistas» dentro de Cuba, e promover a campanha mediática internacional contra o governo cubano.
Apesar de não serem secretos o financiamento e as directrizes que CubaNet recebe das agências de Washington, os documentos recentemente desclassificados da USAID demonstram a estreita relação de controlo que as agências estadunidenses mantêm sobre a organização da propaganda.
Quando se fez o contrato entre a USAID e a CubaNet em 1999, o montante inicial de Washington previsto para o esforço de propaganda via internet era de 98.000 dólares. Esse dinheiro estava destinado a «apoiar um programa para a expansão de um Web sítio para jornalistas independentes dentro de Cuba». O contrato era de um ano, com a possibilidade de prolongamento pelo tempo necessário para a execução do programa. O encarregado do programa da USAID era David Mutchler, assessor principal da USAID para Cuba.
O contrato previa um relatório sobre o progresso da execução do programa trimestral a entregar à USAID, e um relatório anual, que detalhava todo o trabalho realizado no período anterior.
Quem manda é a USAID
Na cláusula 1.6 do contrato entre a USAID e a CubaNet, intitulado «Entendimentos principais da participação», sobressai o controlo mantido pela agência estadunidense sobre a organização de Miami. «Entende-se e acorda-se que a USAID manterá uma participação determinante durante a execução deste acordo de cooperação da seguinte forma: Pessoal Chave: o assessor principal da USAID para Cuba aprovará antecipadamente a selecção de qualquer pessoas chave e os seus subalternos. Planos de monitorização e Avaliação: o assessor principal da USAID para Cuba aprovará os planos para avaliar e monitorizar o progresso dos objectivos do programa durante o decurso do acordo de cooperação».
Basicamente, o funcionário da USAID é quem decide quem trabalhará no projecto CubaNet, qual o seu plano de trabalho e como se avaliará o seu progresso; por outras palavras, é quem manda na CubaNet.
Violação das leis dos EUA
Nos documentos que alteram o contrato original, que são 11 entre 2000 e 2007, fica demonstrado o aumento do financiamento anual do projecto CubaNet e revelam-se outros dados sobre a natureza do programa. Num documento de 19 de Abril de 2005 autorizou-se o envio de «fundos privados» para Cuba que não provinham da USAID ou de qualquer outra agência estadunidense, para «avançar com os objectivos do Acordo». Devido às restrições que o Departamento de Estado mantém sobre o envio de dólares estadunidenses para Cuba, os «fundos privados», segundo o documento da USAID, seriam escondidos dentro da autorização que já tinha a agência norte-americana para financiar o programa CubaNet.
O mesmo documento também revela que a CubaNet não só faz o seu trabalho dentro de Cuba, como também «continua a publicar reportagens… e a promover a sua distribuição nos meios massivos dos EUA e na imprensa internacional». Nos EUA é legalmente proibido distribuir propaganda financiada pelo governo estadunidense e utilizá-la como «informação» nos meios de comunicação. Não obstante, os documentos desclassificados evidenciam que a USAID está a violar totalmente essa lei.
Cada vez mais dólares
Os documentos mostram ainda que, anualmente, a USAID aumentava o seu financiamento a CubaNet para continuar os seus esforços de distribuir propaganda contra Cuba. Eis os montantes:
Ano de 1999: 98.000 dólares
Ano de 2000: 245.000 dólares
Ano de 2001: 260.000 dólares
Ano de 2002: 230.000 dólares
Ano de 2003: 500.000 dólares
Ano de 2005: 330.000 dólares
Ano de 2006: 300.000 dólares
Ano de 2007: 360.000 dólares
Total: 2, 323 milhões de dólares.
A campanha de agressão contra Cuba é hoje mais intensa que nunca, e este ano de 2010 a USAID dispõe de um orçamento de mais de 20 milhões de dólares para financiamento de grupos dentro de Cuba que promovem a agenda dos Washington. CubaNet continua a ser um dos principais actores na guerra suja contra Cuba.
Eis agora alguns dos documentos desclassificados disponíveis em PDF:
• Contrato original USAID-CubaNet:http://centrodealerta.org/documentos_desclasificados/usaid_contract-_cubanet_199.pdf• Alteração do Contrato USAID-CubaNet, año 2005:http://centrodealerta.org/documentos_desclasificados/usaid-cubanet_modification_.pdf• Alteração do Contrato USAID-CubaNet, año 2007:http://centrodealerta.org/documentos_desclasificados/usaid-cubanet_2007_addendum.pdf
* Eva Golinger é advogada e escritora norte-americana de origem venezuelana
Tradução de José Paulo Gascão

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Fotos da Atividade do Nucleo de Estudos Agrário - Gregório Bezerra

Com o objetivo de abordar uma temática relevante, porém, nem tanto contextualizada para o meio rural, o Nucleo de Estudo Agrário - Gregório Bezerra idealizou um debate acerca da Realidade do mundo do trabalho no meio rural, entendendo o contexto histórico da crise de acumulação capitalista iniciada em meados dos anos 70, onde o capitalismo em busca da superação desta crise se dota de inumeros mecanismos que correspondem a uma reestruturação produtiva, segundo David Harvey, em seu livro Condição Pós-Moderna, é o processo de "acumulação flexível", pois flexibiliza-se direitos trabalhistas, produção, desregulamenta-se a economia, etc.
Diante desse intuito , o NEAGB se articulou com a Coordenação do Curso de Licenciatura em Ciências Agrícolas da UFRPE, bem como DA's da UFRPE, contando com o apoio das organizações políticas: UJC e PCB.
vale salientar que essa atividade foi propositalmente pensada para o mês de Maio em comemoração ao dia 1º - Dia do Trabalhador.

Segue abaixo fotos da atividade:

Antes de começar as atividades, breve apresentação do camara Benoni "Novo", com o apoio do camarada Tulio. Ambos membros da UJC e do Nucleo de Estudo Agrario - Gregório Bezerra.

Abertura pelo Coordenador do Curso de Licenciatura Agricola - UFRPE.
Bom número de participantes para prestigiar a atividade.
Abertura por parte do NEAGB, representando o nucleo: Yuri Vasconcelos




Atenágoras Oliveira, economista, membro do PCB, explanando sobre a Reestruturação produtiva.
Professor Marcos Figueirêdo (UFRPE), abordando sobre os impactos da reestruturação produtiva no campo.

Para finalizar as apresentações, o representante da CPT: Plácido Junior, falou sobre as lutas camponesas frente aos rebatimentos da reestruturação produtiva no campo, os desafios e as possibilidades.

domingo, 9 de maio de 2010

PALESTRA: REALIDADE DO MUNDO DO TRABALHO NO MEIO RURAL

REALIDADE DO MUNDO DO TRABALHO NO MEIO RURAL
EIXO 1: Reestruturação produtiva do capitalismo e os impactos no meio rural
Debatedor: Profº Marcos Figueiredo (UFRPE)
EIXO 2: As lutas dos movimentos camponeses
Debatedores: MST e CPT
Na sala de Seminários do Departamento de Educação
Dia 12/05/2010 às 19:00
Realização: Núcleo de Estudo Agrário - Gregório Bezerra e Curso de Licenciatura em Ciências Agrícolas
Apoio: UJC, PCB e DA's UFRPE

sábado, 8 de maio de 2010

A ANISTIA AOS TORTURADORES E A CONCÓRDIA DOS VERDUGOS



(Nota Política do PCB)

Na história social e política brasileira, os mitos mais sagrados são o da concórdia entre as classes e o nosso “espírito pacífico”. No dia 29 de abril passado, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que por 7 votos a 2 blindou politicamente a Lei de Anistia de 1979, mostrou ao país como e por que tais mitos sobrevivem e se fortalecem, ofendendo a memória e a luta de homens e mulheres que sacrificaram suas vidas para combater a ditadura burguesa, sob a forma militar, que se instalou no Brasil em 1964.
Capitaneada pelo Ministro Eros Grau, relator da matéria, a seção do STF contou com mais seis votos favoráveis à Lei de Anistia, a maioria de ministros nomeados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujas impressões digitais aparecem na decisão. O Procurador Geral da República e o Advogado Geral da União defenderam no STF, certamente por orientação de Lula, a interpretação de Eros Grau, fundamentada no argumento de que todos, torturados e torturadores, foram “contemplados” pelo perdão amplo, geral e irrestrito da lei. Coincidentemente, na véspera da decisão, o Presidente Lula jantou com os ministros do STF.
Se havia alguma dúvida, o Supremo, para o deleite político dos reacionários e fascistas de ontem e de hoje, textualmente consolida o entendimento autoritário de que a Anistia também alcança aqueles que, sob o manto ou não do Estado, praticaram delitos que não são de natureza política, a exemplo de tortura e assassinato. Assim, a suprema corte brasileira, em nome de uma pacificação e concórdia que apenas servem para preservar da punição os criminosos que atuaram a mando das classes dominantes, despreza a legislação mais avançada dos fóruns internacionais, a qual considera imprescritível os crimes de tortura.
Para o Partido Comunista Brasileiro (PCB), a decisão possui significados que transcendem os limites jurídicos. O primeiro e principal significado é de natureza política. Em uma democracia frágil como a nossa, mesmo nos termos de sua institucionalidade burguesa, blindar politicamente os verdugos da ditadura militar sinaliza para a sociedade que estes estão tacitamente perdoados também em um plano moral. Este perdão moral é quase uma homenagem aos bandidos de ontem, fardados ou não, e um estímulo implícito àqueles que imaginam estar o Estado acima dos direitos e garantias fundamentais da pessoa.
Este entendimento da lei, baseado no mito da concórdia e de uma suposta índole pacífica do brasileiro, é ainda mais grave porque institucionaliza a anistia aos torturadores, invertendo moralmente o seu sinal e transformando-a em um novo legado autoritário do antigo regime. Com os nove votos, o STF reescreve o significado político da Anistia, sob o qual o regime militar consegue uma dupla vitória: perdoa a si mesmo com o perdão confirmado aos seus verdugos, e condena uma segunda vez as vítimas do arbítrio, agora ofendidas moralmente por uma corte que se pretende imparcial mas, com raras exceções, vota em geral pelos interesses mais conservadores da sociedade brasileira.
O segundo significado diz respeito à compreensão da memória política daqueles fatos que repercutem hoje e vão repercutir no futuro. E assim ocorre porque um dos valores da liberdade de qualquer povo é o conhecimento da verdade – verdade esta que teima em aflorar, a despeito de leis autoritárias blindadas, políticos coniventes com a mentira e uma imprensa hegemonizada ideologicamente pelos interesses do capital.
Por tudo isso, a decisão do STF é um golpe moral e político na história recente dos brasileiros. Daí ser necessário denunciá-la e resistir aos seus efeitos. Calar vai significar esquecer a memória da luta pela democracia. Vai, sobretudo, sinalizar para os fascistas e reacionários de hoje que eles estão livres para cometer torturas e assassinatos em nome da “Segurança Nacional” ou da ordem político-institucional. Não nos surpreendamos se os torturadores passarem a exigir as reparações e indenizações atribuídas aos verdadeiros anistiados políticos.
O PCB reafirma que os bandidos que atuaram em nome da ditadura burguesa-militar devem ser punidos pelos seus crimes de lesa-humanidade.
O PCB alerta que a cultura do esquecimento, proposta sempre às vítimas pelos criminosos do terror de Estado, deve ser repudiada e combatida.
O PCB exige a criação de uma efetiva COMISSÃO DA VERDADE, e não de conciliação como é da pior tradição brasileira, que esclareça as torturas, assassinatos e desaparecimentos de todas as vítimas da repressão, dentre as quais dezenas de dirigentes e militantes do nosso Partido.
COMITÊ CENTRAL
PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO (PCB)

Rio de Janeiro, maio de 2010

O Paraguai numa hora decisiva: pacto de elites ou avanço no processo de mudanças?

O Paraguai numa hora decisiva: pacto de elites ou avanço no processo de mudanças?
Ivan Pinheiro (*)
Estive em 20 de abril, em Assunção, representando o PCB, como convidado do Partido Comunista Paraguaio, num ato público em comemoração ao segundo aniversário da vitória eleitoral de Fernando Lugo, que pôs fim a sessenta anos de governo do Partido Colorado, a principal expressão política da oligarquia paraguaia.

Lugo foi eleito por um “voto castigo” às oligarquias, que mantiveram a mais longa ditadura da América Latina e construíram um dos Estados mais corruptos. injustos e excludentes da região. O povo o elegeu para promover as mudanças profundas que anunciava na campanha. Havia uma grande expectativa da esquerda paraguaia e latino-americana com o governo Lugo, graças ao programa avançado que apresentou e ao momento político em que vivemos na região.
Tendo comparecido à posse de Lugo, há dois anos, publiquei na volta um artigo sob o título
“Paraguai, um país em disputa”, em que levantava as dificuldades para a implementação das mudanças prometidas:
“a frente que elegeu Lugo é heterogênea; o Vice-Presidente é do Partido Liberal. É o partido mais forte dos que apoiaram Lugo e o único deles que elegeu representantes: quase um terço dos Deputados e Senadores, além de alguns governadores e prefeitos; a oposição de direita tem dois terços das duas casas legislativas”;
“os partidos de esquerda estão em reconstrução; a classe operária é reduzida e os sindicatos têm pouco peso político”;
“Lugo terá que conviver com uma cúpula burocrática corrupta e reacionária: os colorados ocupam os principais cargos na Justiça, no Corpo Diplomático, nas Forças Armadas, nos Ministérios, no Congresso Nacional e até na Presidência da República e no Palácio de Governo; todos os jornais diários e canais de televisão são burgueses”;
“se resolver ser fiel às promessas de mudanças, Lugo terá que adotar no curto prazo ações emergenciais destinadas a mitigar alguns problemas sociais, para não perder a credibilidade popular, criando condições para uma governabilidade social, já que não disporá de governabilidade institucional, salvo se trair seu programa. Essas ações servem também para evitar um golpe da direita, que começou a ser costurado alguns dias após a posse”;
“isso dependerá de uma melhor remuneração do excedente de energia elétrica que o país vende ao Brasil; daí a necessidade de renegociar o acordo de Itaipu Binacional.”
“a convocação de uma Assembléia Constituinte específica, com composição distinta do Congresso Nacional e aberta a candidaturas de partidos e movimentos sociais,pode ser uma alternativa para mudar a correlação de forças, desde que precedida de medidas sociais efetivas e de grandes mobilizações populares”;
De lá para cá, alguns fatores problematizaram o avanço do processo de mudanças. O principal deles é o próprio Lugo, cuja posição política, em verdade, não é o que se poderia chamar de esquerda. Não superou os limites do reformismo da igreja progressista. É um homem de bem, que acha sinceramente que um outro Paraguai é possível, com a humanização e a restauração moral do capitalismo.
A burguesia paraguaia é tão conservadora e ciosa do poder que não admite qualquer mudança. Lugo segue asfixiado pela maioria esmagadora do parlamento e pela mídia hegemônica. Está sob uma Espada de Dâmocles: a ameaça de seu impedimento constitucional, a pretexto de ingovernabilidade.
O recente ato público em Assunção, em torno de Lugo, contou com a presença de mais de 50.000 pessoas - uma multidão para os padrões paraguaios -, a grande maioria das camadas proletárias, além de setores das camadas médias. O que mais chamou atenção é que Lugo deu uma grande demonstração de força, mas não com o objetivo de aprofundar as mudanças, como era a expectativa da esquerda. Pelo contrário, limitou a continuidade das mudanças aos marcos da luta contra a corrupção e por inserção social aos chamados “excluídos”.
O Presidente fez um discurso mais para os seus inimigos ausentes do que para seus amigos presentes. Numa postura ecumênica, acima das classes e dos partidos, se disse o Presidente de todo o Paraguai, “o Presidente de todos”. Citou um a um os partidos da oposição de direita, para dizer que, apesar de algumas divergências, não os considera adversários.
Tudo leva a crer que Lugo se valeu da mobilização das massas para sinalizar um pacto por cima. Resta ver agora como se comportará o núcleo duro da direita, que dirige o parlamento, a justiça, as forças armadas e a mídia, ou seja, os poderes fáticos.
Há duas alternativas para a direita. Uma delas é, apesar do recuo, dar curso ao golpe “constitucional”, para botar na presidência o Vice-Presidente, um burguês com pedigree, e tentar retroceder o avanço atual das forças populares. Este golpe seria à moda hondurenha, talvez sem necessidade de remover o Presidente do país, até pelo seu pacifismo. O golpe seria apresentado como uma solução “democrática e constitucional”, por decisão tomada “legitimamente” pelo Congresso Nacional e “legalmente” respaldada pelo poder judiciário. Por ironia, o partido que elegeu Zelaya em Honduras, e cuja maioria depois ajudou a destituí-lo, também se chama Liberal, com a mesma natureza do PMDB.
Outra hipótese, menos traumática e, portanto, mais provável, é a direita aproveitar as debilidades do Presidente e aceitar seu convite ao pacto, cujo resumo concretamente é o seguinte: vocês não me cassam o mandato e eu não avanço nas mudanças. Seria uma espécie de “autogolpe”, para se manter mais três anos no governo.
Foi sintomático um fato, guardado a sete chaves, de que os partidos de esquerda e a massa presente ao ato público só tiveram conhecimento após o seu término. O discurso de Lugo foi de uma pontualidade britânica: começou exatamente às 21 horas e terminou às 21:15. A mais poderosa e conservadora rede de televisão privada paraguaia havia combinado com ele o horário de seu discurso, em função da grade de programação da emissora. Pela primeira vez, um discurso de Lugo, na íntegra, foi transmitido ao vivo por uma espécie de “TV Globo paraguaia”.
Outro sinal de pacto é que, antes de Lugo, só falaram no ato cinco oradores, todos de organizações de centro, dentre eles os dois principais parlamentares do Partido Liberal que apóiam o Presidente. Esse partido - uma espécie de PMDB, que apoiou Lugo em 2008 e elegeu o Vice-Presidente, hoje líder da direita golpista - rachou desde o início do atual governo. Sua hegemonia está em disputa entre grupos pró e contra Lugo.
Como todos os oradores se referiram enfaticamente à próxima eleição presidencial (2013), e a constituição não admite a reeleição do Presidente, o ato também pareceu uma sinalização de que o candidato de Lugo à sua sucessão virá de parte do Partido Liberal, numa aliança de centro, e não da esquerda, que não teve voz no ato. O candidato poderá ser um dos oradores, alguns dos quais levaram cartazes e bandeiras com seus nomes e uma grande claque para aclamá-los.
Dias depois do ato público, Lugo deu mais uma demonstração de que pode ter optado pelo pacto de elites. A pretexto de combater um suposto grupo guerrilheiro chamado EPP (Exército Popular Paraguaio), totalmente desconhecido da esquerda paraguaia, por pressão da direita e da embaixada norte-americana, Lugo decretou “estado de exceção” em cinco Estados paraguaios, inclusive na fronteira com o Brasil, uma região em que 300 mil “brasilguaios” dominam 80% da produção de soja e enfrentam um emergente movimento sem terra. O decreto suspende todas as garantias constitucionais na região e permite a prisão de cidadãos, sem ordem judicial. Para justificar o decreto, a mídia acusa o alegado grupo guerrilheiro de ser financiado e treinado pelas FARC, como se a insurgência colombiana, acossada como nunca pelo Estado terrorista colombiano, se desse ao luxo de “exportar” sua forma de luta.
O que revela mais indícios de manipulação é que estão tentando vincular pistoleiros brasileiros do PCC (Primeiro Comando da Capital), de São Paulo, com o tal EPP e, “portanto”, com as FARC. Há fortes suspeitas na esquerda paraguaia de que o suposto grupo guerrilheiro não exista ou não tenha qualquer importância, constituindo-se numa criatura midiática para justificar um retrocesso político que pode se dar, como aqui suponho, na forma de golpe ou de “autogolpe”, cujos efeitos serão semelhantes. Em verdade, além da soja, aquela é a região da plantação da maconha que abastece parte do mercado brasileiro e, segundo algumas fontes, o caminho da cocaína que seria produzida na Bolívia. Transformam um caso policial em político!
Para dar credibilidade à existência do EPP, a mídia o mitifica, chamando-o de “o exército invisível”, para justificar o fato de que até agora não houve a prisão de um só guerrilheiro, mas apenas de membros do crime organizado paulista. Por isso, Lugo pede a extradição de três paraguaios que seqüestraram Abílio Diniz há mais de dez anos, para mostrá-los no Paraguai como guerrilheiros do EPP, seguindo o exemplo de Berlusconi, que exige a extradição de Césare
Battisti para tirar do armário o “terrorismo”.
A parte da região sob “estado de exceção”, fronteiriça ao Brasil, é onde o Exército brasileiro fez há um ano e meio um exercício com mais de 10.000 soldados, usando tiro real, denominado “Presença e Persuasão”, e instalou recentemente dezenas de tanques comprados da Alemanha.

Tudo indica que o atentado ao Senador paraguaio e alguns assassinatos e seqüestros recentes na região façam parte da disputa entre quadrilhas brasileiras e paraguaias pela produção e distribuição da maconha ao mercado brasileiro. A imprensa brasileira tem informado que mais de cem membros do PCC já estão nas cercanias de Pedro Juan Caballero, cidade fronteiriça com Ponta Porá. O EPP pode estar sendo usado como bandeira falsa.
Lugo pode ter decretado o estado de exceção e pedido ao Brasil para reforçar o policiamento nas fronteiras para lutar contra o PCC e não contra o “invisível” EPP. O risco de o crime organizado brasileiro dominar o tráfico de drogas no Paraguai, além do problema econômico e social que gera, é uma questão política, na medida em que ameaça e desestabiliza um monopólio rentável dirigido por setores influentes da oligarquia local, um negócio jamais reprimido pelo Estado paraguaio, como o contrabando e a legalização e venda de carros roubados no Brasil.
O decreto mereceu o repúdio unânime de toda a esquerda e das entidades de direitos humanos paraguaias. Este novo gesto de Lugo é funcional para se mostrar confiável às oligarquias paraguaias e ao imperialismo, que as sustenta e dirige.
Só um fator pode mudar essa tendência ao pacto de elites: a esquerda e os movimentos populares se fortalecem a olhos vistos e têm avançado muito na unidade de ação na luta, principalmente com a formação de uma frente de esquerda permanente, com programa comum e participação de organizações políticas e sociais, o ESPAÇO UNITÁRIO – CONGRESSO POPULAR (EU-CP), do qual o PCParaguaio é uma das principais referências. As massas amadureceram e estão fazendo a sua experiência com a limitação da luta institucional para a promoção de mudanças profundas.
Mas o jogo continua. A história não para. Só as massas podem conduzir o pendular Lugo para a retomada do processo de mudanças ou, caso contrário, assumir o destino em suas próprias mãos, de forma independente. O jogo da democracia burguesa tem uma cláusula pétrea: o proletariado pode até fazer uns gols e vencer umas partidas: mas não pode ganhar o campeonato!
* Ivan Pinheiro é Secretário Geral do PCB – maio de 2010

PCB lança, em Minas, as Resoluções do XIV Congresso Nacional e pré-candidatura

Com a presença de Ivan Pinheiro, PCB Minas lança as Resoluções do XIV Congresso Nacional do PCB e sua pré-candidatura à presidência da República
Na noite destaquinta-feira, dia 29 de Abril, o Partido Comunista Brasileiro deu mais um passo no processo de reconstrução revolucionária da organização comunista mais antiga do país.
O desafio estava colocado para os camaradas: construir uma campanha-movimento que discuta a impossibilidade de reforma do capitalismo e que aponte para a construção de uma nova sociedade nos marcos do socialismo, que, perante as candidaturas da ordem e do capital, se apresente como uma anti-candidatura,denunciandoos vícios desta "democracia de exceção", centrada no individualismoe no consumismo auto-destrutivo.
Uma candidatura que não venda ilusões, mas que semeie sonhos, sonhos possíveis e inadiáveis.
Uma candidatura que não idealize a transformação da realidade brasileira pelo voto, mas que concretamente apresente um ideal, uma ideologia clara e sem mistificações: a revolução socialista brasileira.

Para tanto, foram apresentadas ao conjunto da militância comunista mineira (muitos camaradas do interior do Estado não puderam estar presentes pela distância e pela preparação do primeiro de maio em seus municípios), aos amigos do Partido, simpatizantes, aliados e entidades que prestigiaram este ato, as resoluções políticas do XIV Congresso Nacional do PCB, que ocorreu em 2009, e representou um grande salto qualitativo na políticado Partido.
O Secretário-Geraldo PCB e pré-candidato à presidência da República, camarada Ivan Pinheiro, se ateve a dois aspectos primordiais das teses: a tática e a estratégia da revolução brasileira, ressaltando dois pontos:a consolidação do capitalismo no Brasil, que se encontra em sua fase monopolista plenamente desenvolvida, e a constituição de uma frente anticapitalista e anti-imperialista permanente, para além das eleiçõese que envolva não apenas os partidos da esquerda socialista com registro no TSE, mas todas as organizações e entidades que se coloquem na oposição ao capitalismo e tenham como norte a solidariedade internacionalista.
O PCB agradece a todos os companheiros e companheiras que atenderam ao seu convite: a Consulta Popular, a ASS, o Instituto Helena Greco, professores da rede estadual em greve, a ativista do Movimento Negro, Diva Moreira, entre outros que não puderam se fazer presentes, como a Refundação Comunista.
O PCB seesforçapara estar à altura deste desafio, e deixamos claro: não estamos entrando em uma campanha eleitoral, mas em uma campanha política. Ou, como declarou Pinheiro: "na busca pelo voto, os discursos se rebaixam etodos se colocam como salvadores do capitalismo. Queremos deixar claro que não abriremos mão de nossas bandeiras políticas de solidariedade aos palestinos, da defesa de Cuba socialista, dos avanços na Bolívia e na Venezuela, pela libertação dos presos políticos nos cárceres da Colômbia, contra as bases ianques, além dos grandes temas nacionais, sem enganar ninguém, sem mentir para ninguém: não é possível humanizar um sistema que tem no lucro sua maior expressão ;o capitalismo é incompatível com a vida humana”.
VIVA A REVOLUÇÃO SOCIALISTA BRASILEIRA!
VIVA O PARTIDOCOMUNISTA BRASILEIRO!

POVOS DA EUROPA LEVANTEM-SE!





POVOS DA EUROPA LEVANTEM-SE!
No dia 4 de maio de 2010, o Partido Comunista da Grécia (KKE), com um ato simbólico, enviou uma mensagem, aos povos da Europa, de resistência e contra-ofensiva ao ataque contra as medidas contrárias à classe trabalhadora postas em prática na Grécia e em outros países com o pretexto da crise capitalista.


No alvorecer do dia 4 maio, dezenas de membros do Partido Comunista da Grécia realizaram uma ocupação simbólica da Acrópole. Com bandeiras vermelhas e duas faixas gigantescas com os dizeres “Povos da Europa levantem-se”, escritas em grego e em inglês, convocamos para a continuidade da luta de classes, poucas horas depois das grandes manifestações do 1º de Maio organizadas pela Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME) em 75 cidades do país e pouco antes da greve nacional de 24 horas prevista para o dia 5 de maio contra as medidas antipopulares e contrárias à classe trabalhadora promovidas pelo governo socialdemocrata, a União Européia e o FMI. Os funcionários públicos do país já estão em greve desde hoje.




Povo grego na luta!!

MASSIVA RESPOSTA CLASSISTA À PLUTOCRACIA E À POLITICA ANTI-POVO DO GOVERNO SOCIALDEMOCRATA, DA UNIÃO EUROPÉIA E DO FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL

No dia 5 de maio, com a greve geral da Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME), foram paralisadas todas e quaisquer atividades produtivas na Grécia. Não houve trabalho em fábricas, no setor da construção e no comércio, nos portos e aeroportos, nas universidades e escolas. Desde as primeiras horas, milhares de trabalhadores e jovens estavam fora dos locais de trabalho, defendendo o direito à greve contra a intimidação dos patrões. Centenas de milhares de pessoas protestaram, participando nas concentrações e manifestações organizadas pela PAME em 68 cidades da Grécia.


Ao mesmo tempo, grupos de provocadores tentaram solapar a manifestação. Aleka Papariga, Secretária Geral do Partido Comunista da Grécia, destacou a importância da luta política organizada e denunciou no Parlamento as ações dos provocadores que causaram a morte de 3 jovens por asfixia em virtude de bombas molotov em um banco.
A manifestação grevista em Atenas.
Em Atenas, a concentração da PAME ocorreu na Praça Omonia, onde o orador principal, G. Perros, membro do Secretariado da PAME, entre outras palavras, disse:
“Basta já de sacrifícios para favorecer os banqueiros, os industriais, os monopólios. Se for necessário, faremos qualquer sacrifício para defender, com a união de todos, nossos direitos, nossas vidas. Para defender a vida de nossos filhos, para não entregá-los, manietados, para uma brutal exploração. Nós não desistiremos das nossas conquistas.

Eles mentem quando dizem que o pacote de medidas visa salvar o país. São medidas para salvar os patrões, os banqueiros, os armadores e donos de navios que foram os únicos que se beneficiaram pelos pacotes de ajuda anteriores, como também se beneficiaram os credores estrangeiros que, em conluio com os plutocratas gregos, durante décadas vêm se apropriando da riqueza produzida por nosso povo.


Elaboraram e gradualmente vêm implementando essas medidas desde há muito tempo atrás. Elas já estavam previstas no Tratado de Mäastrich, no Livro Branco. Elas fizeram parte de todas as decisões tomadas nas reuniões de cúpula da União Européia. Elas foram incluída nos programas do PASOK (sigla do partido do Movimento Socialista Pan-Helênico, do governo *) e do ND (sigla do partido Nova Democracia, aliado do governo**). Elas foram incluídas nos 9 pontos do acordo entre a Confederação dos Trabalhadores do Setor Privado (GSEE) e a Federação Grega da Indústria.





G. Perros sublinhou, em sua fala: “nós merecemos a nossa própria Grécia que será infinitamente melhor do que a deles .Mesmo se essas medidas forem aprovadas, elas nunca serão legitimadas por nossas consciências e por isso nunca obedeceremos à implementação dessas medidas. Dia após dia, mês após mês, nós somaremos esforços para impedir o cumprimento dessas propostas até que derrotemos a eles e as suas medidas.
O representante da PAME concluiu seu discurso afirmando: “Nós, os trabalhadores, os autônomos, os artesãos, os pequenos comerciantes, os pequenos e médios produtores rurais, a juventude, somos a maioria.

Na medida em que vamos construindo nossa frente, nossa coligação, mais fortes nos tornamos. E quando terminarmos a construção de nossa frente não seremos simplesmente mais fortes, mas poderosos. Porque teremos construído o mecanismo do nosso poder. Teremos construído o mecanismo para planificar e produzir, tendo como critério as nossas necessidade. Teremos construído o mecanismo indispensável para impedir a minoria de usurpadores e parasitas que vivem com a riqueza resultante de nosso trabalho e que nos foi usurpada e essa riqueza é o suficiente para construirmos nossas vidas e as vidas de nossos filhos e das gerações futuras.





É um dever patriótico e uma grande responsabilidade nossa. Este caminho tem uma só via para nós e não vamos nos render, não importando quantos sacrifícios serão encessários.”
Após, seguiu-se uma grande marcha dos sindicatos da classe que se uniram á PAME contra a linha do consenso das confederações dos trabalhadores do setor privado (GSEE) e do setor público (ADEDY) que durante todo esse período de tempo facilitaram, com suas posições, a política anti-povo . Na concentração e na manifestação em Atenas, ademais das forças da PAME, participaram, também, os movimentos da Frente Pan-Helênica Anti-monopolista, formada por trabalhadores autônomos e pequenos comerciantes , a PASEVE, e a Frente de Luta dos Estudantes (MAS).





Encabeçando a marcha, estava uma delegação do Comitê Central do KKE, liderada pela Secretária Geral, Aleka Papariga.





Os manifestantes da PAME se dirigiram pelas ruas centrais de Atenas em direção à sede do Parlamento onde o governo social-democrata apresentou um pacote de medidas contrárias aos trabalhadores. Pretende que sejam votadas em regime de urgência. É preciso frisar que os parlamentares do KKE, utilizando regras regimentais, requereram a manutenção de dispositivo que prevê maioria qualificada para a aprovação da lei anti-povo.

A posição do KKE no que diz respeito aos incidentes.

A manifestação e a concentração massivas, da PAME, onde se adotaram medidas de segurança, deram uma resposta firme contra a instigação organizada por grupos de provocadores com o objetivo de desviar a atenção, de reduzir a importância da greve e de suas manifestações, de desacreditar o KKE, de bloquear a dinamicidade das lutas e intimidar os trabalhadores.

Aleka Papariga, em seu discurso no Parlamento, logo após a notícia da morte de três pessoas, fez a seguinte declaração:

“Os trabalhadores que estão enfrentando um ataque sem precedentes, o pior ocorrido desde 1974, são capazes de diferenciar a luta política sistemática para a defesa de seus direitos, para expressar seus protestos, sendo este um processo de luta que pode tomar várias formas, dependendo das condições. Eles podem claramente perceber a diferença entre essa luta e qualquer plano que vise a subversão da luta, qualquer ação provocativa que cause vítimas inocentes e ajude todos aqueles que querem criar um cenário para caluniar nossas lutas.

O povo deve não somente desafiar as provocações como também tomar todas as medidas protetivas de suas lutas que devem ter como ponto de partida os locais de trabalho. Eles devem bater onde dói. O ponto de partida da batalha deve ser o local de trabalho e transformá-la em uma luta nacional.

Também quero acrescentar o seguinte: “Deixem de culpar o povo! O povo está sendo culpado pela crise e por tudo. O movimento popular e responsável não pode ser culpado por ações planejadas fora dele. Esta provocação não passará. Nós continuaremos em nossas lutas.”
Somou-se a isso a resposta resoluta da Secretária Geral do CC do KKE ao presidente do partido direitista LAOS que desandou numa arenga anticomunista e fez provocações contra o KKE.

“Quando a marcha da PAME chegou ao Parlamento, havia um grupo de membros do”Xrisi Avgi”(***), os assim chamados “conhecidos-desconhecidos”, que , em 1994, puseram fogo na Escola Politécnica, e gritavam as palavras de ordem “queimem o Parlamento”. Nós os desarmamos e tiramos deles as bandeiras da PAME que carregavam para culpar a PAME dos incidentes. Nós os denunciamos, nós marchamos com os braços entralaçados e nenhum incidente ocorreu enquanto estivemos na Praça Syntagma.

Eu não tenho conhecimento se esse grupo que se encontrava fora do Parlamento tem laços de sangue com os Sr. Karatzaferis(****), mas devo dizer honestamente que o Sr. Karatzaferis está desempenhando um papel de provocador a serviço daqueles que querem impor as medidas anti-povo.

O povo tem o direito de criar as condições através de um processo político de luta massiva pela revisão e até a mudança radical da Constituição.

O Parlamento não esteve mudando a Constituição todos estes anos?

Por óbvio, nos condenamos essa Constituição e temos dito ao povo que ele deve lutar pela mudança constitucional. Dizemos, aberta e claramente, que a Constituição tem características antipopulares e contrárias aos interesses dos trabalhadores e isto é totalmente diferente de ser um profissional da provocação, nem mesmo motivado por razões de natureza emocional.”

5/5/2010
Secretaria Internacional do CC do KKE


*,** notas do tradutor
*** Xrisi Augi (Aurora Dourada), criado em 1980, é um grupo de ultra-direita, racista, anti-semita, defensor do nazismo, que obteve 0,5% de votos nas últimas eleições nacionais gregas.
****Trata-se de Giorgios Karatzaferis, membro do Parlamento grego, fundador do partido Movimento Popular Ortodoxo, homem rico, dono de um canal de televisão, fomentador e financiador de movimentos de direita.

Tradutor: Humberto Carvalho (militante do Partido Comunista Brasileiro - PCB)

1º de Maio na Grécia



RESPOSTA DA CLASSE TRABALHADORA AO CAPITAL



As mobilizações para o 1º de Maio, organizadas pela PAME, Frente Militante de Todos os Trabalhadores, em 75 cidades de toda a Grécia, foi um divisor de águas na mobilização para as lutas da classe trabalhadora durante o último período. A participação superou todas as manifestações anteriores! Dezenas de milhares de trabalhadores, homens e mulheres, jovens, aposentados e imigrantes, autônomos, demonstraram a sua determinação de entrar em conflito com as novas medidas anti-populares e contrárias aos trabalhadores decretadas pelo governo social-democrata, em conluio com sindicatos e organizações imperialistas, como a União Européia e o FMI e com o apoio do partido conservador da ND (sigla do partido da Nova Democracia*) e do nacionalista LAOS (sigla do partido Aliança Popular Ortodoxa, de extrema direita e racista**).


Milhares de trabalhadores – especialmente os jovens, a quem esse Dia dos Trabalhadores foi dedicado – neste momento difícil e crítico, juntaram-se à PAME, a principal e autêntica central que expressa os interesses da classe trabalhadora no meio laboral, no movimento sindical e na suas lutas.


A massiva participação dos trabalhadores provou, mais uma vez, que eles viraram suas costas para os partidos oportunistas e as lideranças comprometidas das confederações dos sindicatos do setor privado (GSEE) e do setor público (ADEDY) que procuraram demonstrar a existência de uma variável: a proposta da União Européia seria supostamente a favor do povo, contrastando com a do FMI, exculpando-a de modo provocativo, criando ilusões de um bom pacto de estabilidade pela UE. Seus comícios tiveram pouca participação popular e neles ocorreram incidentes de provocação preordenados, com o objetivo de fazer as grandes massas de trabalhadores se retirarem da luta. Queriam que esses incidentes fossem reproduzidos pelos meios de comunicação, numa tentativa de superar o volume das demonstrações da PAME e seus slogans específicos contra os objetivos da plutocracia.


Como bem frisado pelo principal orador do comício da PAME em Atenas: “Em nome de todos os mortos na defesa da nossa classe e em nome da geração jovem, a PAME convoca a classe trabalhadora para conduzir a luta para combater a ofensiva brutal contra todos os povos da Europa.”


As novas medidas anunciadas pelo governo no domingo, 2 de maio, constituem literalmente, um massacre: aboliram o 13 º e 14 º salários no setor público e os transformaram numa gratificação; também o 13º e o 14º das aposentadorias e pensões (tanto no setor público quanto no privado); congelaram os salários dos setores público e privado por três anos; promoveram medidas anti-sociais na previdência, de aumento da idade para a aposentadoria; impuseram cortes drásticos sobre proventos de aposentadorias e pensões; aumentaram os limites de demissão em massa de 2% para 4%. Além disso, aumentaram os impostos sobre bens de consumo de 21% para 23%, após os aumentos já ocorridos há dois meses atrás; aboliram os acordos coletivos de trabalho; fizeram cortes profundos nas rescisões indenizatórias por demissão individual e nas demissões em massa, nos setores públicos nacional e locais.


Mas, acima de todas essas medidas, a mais importante é a revogação total das garantias nas relações do trabalho, enquanto que, provocativamente, concederam benefícios ao grande capital. Ao mesmo tempo, eles prepararam o terreno para a abolição completa do 13º e do 14º salários, tanto no setor público, quanto no privado.


As forças de orientação classista da PAME estão dando uma resposta militante a essa onda de medidas contrárias aos trabalhadores. Aquelas forças estão convocando o povo para ficar alerta e para uma nova greve geral na quarta-feira, 5 de maio. Com o slogan “que a plutocracia vá à falência”, elas chamam os trabalhadores para participarem, de forma mais determinada ainda, nos piquetes e nas manifestações da greve organizada pela PMAE para todos o país.


“Não importa quantos milhões sejam emprestados ao Estado grego, isso nada significa, nem traz benefícios, para o povo. Afinal, o capital continuará explorando, cada vez com mais intensidade, as pessoas que trabalham e o sistema político arcaico continuará intimidando-as e colocando-as para mais baixo e, para isso, necessitará de trabalhadores sem dignidade”, afirmou Aleka Papariga, Secretária Geral do Comitê Central do Partido Comunista da Grécia, na manifestação do 1º de Maio.


Em nome do Partido Comunista da Grécia, ela também rejeitou participar da ostensiva reunião de lideres políticos que, como ela declarou, “visa apenas dar a aparência de consentimento popular às medidas do governo”. Além disso, o Partido Comunista da Grécia já afirmara que “não há absolutamente nenhuma necessidade de se reunir com representantes da troika (União Européia, Banco Europeu e FMI)” e, portanto, recusou-se a participar dessa reunião, como os sindicatos amarelos e partidos burgueses concordaram.


Fonte: http://inter.kke.gr/News/2010news/2010-05-01-2
* e** explicações do tradutor
Tradução: Humberto Carvalho, militante do PCB.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Gilmar Mauro: "Lula não fez reforma agrária, mas somente política de assentamentos"


Escrito por Valéria Nader e Gabriel Brito, da Redação


01-Mai-2010


O mês de abril se encerra e com ele mais uma edição da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Em entrevista ao Correio da Cidadania, Gilmar Mauro, dirigente nacional do movimento, analisa mais essa jornada, que reivindica o cumprimento das antiqüíssimas promessas de promoção de reforma agrária e apoio aos assentamentos.


No entanto, Gilmar ressalta que não é mais possível manter as reivindicações por distribuição de terras dentro dos parâmetros antigos, uma vez que o agronegócio e seus grandes grupos econômicos estão no controle de todo o processo produtivo, não se limitando somente à propriedade da terra.


Tal constatação nos leva à crucial questão de rediscutirmos que tipo de produção e alimentação queremos para a humanidade, hoje às voltas com a forte presença dos agrotóxicos e a destruição ambiental proporcionada por tal modelo. Além disso, destaca que o movimento ainda não discute o pleito presidencial exatamente para evitar que a jornada seja tratada como eleitoreira, quando na verdade se baseia em toda uma ‘amarelada’ pauta de necessidades e exigências.

A entrevista completa com Gilmar Mauro pode ser conferida a seguir.

Correio da Cidadania: Os críticos mais à direita levantam insistentemente contra a reforma agrária o argumento de que a conclusão da urbanização a tornou desnecessária, uma vez que teria impulsionado o mercado interno. Ademais, a diversificação do mundo rural, incrementando a oferta de alimentos de forma a suprir a demanda, teria deixado sem sentido a idéia de uma reforma agrária, vez que não se poderia imaginar o futuro de um país como o Brasil sem a agricultura de grande escala, atraindo as massas urbanas novamente para o campo. O que você responderia a estes críticos?

Gilmar Mauro: Em primeiro lugar, toda a lógica da produção agrícola no Brasil e no mundo responde única e exclusivamente à lógica do grande capital, ou seja, do lucro.
As empresas investem na agricultura como mais um espaço de valorização do capital, por isso que hoje toda a produção - terra, comercialização, indústria, patente, tecnologia etc. - é controlada apenas por alguns grupos econômicos. Causando, conseqüentemente, impactos gravíssimos ao tipo de alimentos que a humanidade consome (à custa de hormônios e antibióticos, já que a lógica do capital é tentar diminuir os custos para ganhar mais dinheiro). Em suma, não há qualquer preocupação com o tipo de alimentação que a humanidade terá.

Isso sem falar no impacto ambiental, com a monocultura e a utilização em grande escala de agrotóxicos contaminando os rios, lagos, lençóis freáticos e também o ar. Peguemos um exemplo brasileiro: há informações de que estamos com 175 milhões de cabeças de boi no Brasil, quase uma por pessoa. Na medida em que ocorre a crise energética e se investe bastante em cana e etanol, cidades como São Paulo viram um mar de cana e toda a pecuária se estende para o Centro-Oeste e Norte do país. O Centro- Oeste é nascedouro de vários mundos, portanto, isso causa impacto ambiental gravíssimo. E a destruição da mata da Amazônia também terá um impacto que dificilmente conseguiremos reverter.

CC: Qual é, portanto, em sua opinião, o significado da reforma agrária hoje no Brasil? De outro modo, existe uma questão agrária no Brasil de hoje?

GM: A lógica anteriormente destacada destrói a natureza, o meio ambiente e assim por diante. E uma reforma agrária na atualidade não pode ser pensada a partir da visão dos anos 60, ao estilo distributivo-produtivista.

É por isso que a reforma agrária hoje tem de dar resposta a que tipo de alimentação a humanidade quer consumir, se quer consumir produtos com agrotóxicos ou optar por uma alimentação mais saudável; terá de responder também a que tipo de uso queremos dar ao solo e aos recursos naturais, incluindo subsolo e toda a biodiversidade; e, por fim, que tipo de paradigmas tecnológicos queremos para o futuro.
Portanto, uma reforma agrária é atualíssima para o modelo agrícola do Brasil e do mundo.

CC: O governo Lula fez avançar de alguma forma a questão agrária no Brasil? Que comparação você faria entre o seu governo e o governo anterior do PSDB?

GM: Primeiramente, não existe Plano Nacional de Reforma Agrária. Só existe uma política de

assentamentos. Isso vem sendo aplicado desde o governo Sarney até hoje; uma política de assentamentos focalizada em algumas desapropriações aqui e acolá, sem alterar a estrutura fundiária.

Portanto, continuamos com a mesma concentração da propriedade no país e avançamos muito pouco no período. Evidentemente, houve conquistas importantes da classe trabalhadora, mas não podemos chamar isso de reforma agrária.

CC: Vários líderes do movimento já avaliaram que, em função da impossibilidade de se proceder a uma reforma capitalista clássica – ao estilo daquelas que foram perpetradas na maioria dos países capitalistas avançados, para as quais o pacto com a burguesia industrial foi fundamental –, e também a uma reforma socialista - o que somente se sucederia em uma conjuntura revolucionária -, o que se busca hoje é uma reforma popular. Você poderia especificar melhor essa questão, no sentido de definir qual é o modelo de reforma agrária a ser perseguido na atual conjuntura histórica?

GM: Esse ponto da reforma agrária popular é um processo em construção e elaboração. Mas a idéia em si é neste sentido, pois a correlação de forças impede uma reforma agrária socialista, ao mesmo tempo em que a reforma agrária clássica estaria superada.

Dessa forma, é um período intermediário de construção de organicidade, de acúmulo de forças do movimento social. A idéia de uma reforma popular vem no sentido de executá-la por conta própria, sem deixar, evidentemente, de questionar o Estado, fazer demandas e pressioná-lo a cumprir sua parte. Mas construindo por conta própria experiências de produção agro-ecológica, de educação, novas formas de organização dos assentamentos em termos de participação política e organização do poder popular nos locais onde se constroem os assentamentos.
Portanto, é uma reforma agrária de resistência neste ponto histórico em que não há possibilidade de avançarmos numa perspectiva socializante planejada, seja dos recursos naturais, meios de produção ou a terra.

CC: Em entrevista concedida há alguns meses ao Portal Uol de Notícias, João Pedro Stédile declarou que o latifúndio se modernizou, associando-se a grandes grupos de multinacionais e adotando o agronegócio, tornando insuficientes as ocupações como forma de luta. Afinal, enfrentar um grande fazendeiro é bem diferente do que enfrentar o entrelaçamento entre grandes grupos econômicos. Qual é, portanto, a seu ver, a importância das ocupações atualmente? São uma forma de chamar a atenção?

GM: As ocupações não são uma invenção nossa, mas construções que a classe desenvolveu ao longo da história. Mesmo que o MST decidisse acabar com as ocupações, não é por decreto que elas cessarão. Enquanto existirem demandas por terra, por reforma agrária, haverá várias formas de luta, entre elas as ocupações. E as ocupações continuam sendo um instrumento fundamental na luta pela reforma agrária, como provou a última jornada nacional do MST.

É evidente que elas não são suficientes para alterar a correlação de forças em favor da reforma agrária. É preciso desenvolver lutas em conjunto com outros setores da classe trabalhadora. O projeto teria de vir acompanhado, como disse no início, das respostas sobre o uso que queremos dar ao solo, às terras, aos recursos naturais, que tipo de alimentação vamos produzir.

Os sem terra, sozinhos, não têm forças para alterar esse cenário atual. Portanto, devemos construir novas formas de luta. Porém, elas não se inventam em gabinetes, trata-se de um processo que a classe vai construindo, experimentando no seu cotidiano, tentando conjugar duas coisas: as lutas pelas necessidades imediatas e pelas mudanças estruturais que se pretendem fazer no Brasil.

As ocupações continuarão sempre e quando houver grupos interessados na reforma agrária e enquanto este país não a fizer.

CC: Essas ocupações não têm, de todo modo, deixado de produzir os resultados esperados?

GM: Acho que elas produzem, sim, resultados. Evidentemente, as situações são tratadas pelos meios de comunicação, pelo Estado, como uma afronta ao Estado de Direito etc. Claro que se trata de propaganda ideológica, pois, se garantissem o que está na Constituição, possivelmente teríamos avançado muito mais na realização da reforma agrária. O que temos é Estado de Direito para alguns e Estado de Miséria e dificuldades para a maioria da população.

Mas isso não me preocupa. No dia em que o Estadão, a Globo, estiverem falando bem de nossas lutas, é porque elas estariam redondamente equivocadas. A direita sempre vai falar mal de nós, inclusive das ocupações. Sinal de que elas continuam dando certo e mexendo na ferida histórica do problema da terra no Brasil.

CC: É a partir deste espectro que temos que, sem dúvida, enxergar as acusações tão insistentemente veiculadas pela grande mídia sobre a violência do MST. Imagina, no entanto, que as ocupações estejam mais intrinsecamente associadas a estas acusações, indispondo, de alguma forma, o movimento com a opinião pública?

GM: Sempre fizeram isso. Os setores dominantes fazem o mesmo desde Canudos.
A tentativa foi sempre criar o estigma para depois justificar o processo coercitivo de repressão. Qual a novidade dos tempos que vivemos? Aumentaram as duas coisas, coerção e conceito. A idéia do conceito se transmite via meios de comunicação e outros aparelhos ideológicos privados, tentando estigmatizar e criminalizar o movimento social, assim como fazem com a pobreza, no intuito de justificar ações coercitivas por parte do Estado.
Penso que continuarão a fazer isso. Não devemos arredar o pé de nossas táticas e a ocupação continua sendo instrumento fundamental de luta. Claro que sozinha não resolve, mas a classe jamais abandonará tal instrumento como forma de luta para alcançar nossos objetivos.

CC: Há, de qualquer forma, um consenso de que fazer uma reforma agrária hoje não implica mais somente em ocupar terra, mas em agir na denúncia do atual modelo econômico. O que se tem agregado, e ainda se pretende agregar, às formas mais antigas de luta, de modo a formar um entendimento efetivo sobre a atual situação agrária e, conseqüentemente, agir sobre ela?

GM: Eu até comparo metaforicamente a reforma agrária com uma boa feijoada. Para fazer uma boa feijoada, é necessário um monte de ingredientes, mas sem feijão não tem feijoada.

Na reforma agrária, é a mesma coisa. Tem de se trabalhar a idéia de um novo modelo agrícola, voltado à agro-ecologia, além de se ter educação, cultura, espaços de lazer. Os assentamentos e suas comunidades precisam reproduzir a vida em todos os seus aspectos, não apenas como espaço de produção econômica.

No entanto, sem desapropriação de terra, não tem reforma agrária. É preciso continuar desapropriando terra, mas, evidentemente, precisa ser iniciado um novo ciclo de produção e consumo de alimentos, um novo modelo. Que respeite o meio ambiente, atenda às necessidades alimentícias da humanidade e, ao mesmo tempo, ofereça espaço para o pleno desenvolvimento da educação, da saúde e outras condições de sociabilidade, diferentes das estabelecidas pelo mercado.

CC: Que avaliação você faz do atual ‘abril vermelho’, com as manifestações do movimento por todo o país?

GM: Acho que foi um momento bastante interessante das lutas, principalmente porque nos acusaram de fazer luta com dinheiro público etc.

Na verdade, o MST já passou por duas CPMI e agora enfrenta mais uma. Não há nenhum convênio com o MST, sendo que algumas entidades próximas foram cortadas dos convênios. E mesmo assim tivemos uma grande jornada de lutas, com muitas ocupações Brasil afora, em clara demonstração de que nosso movimento não se guia pela quantidade de recursos e verbas públicas liberadas ou não.

Aliás, a falta do Estado na saúde, na educação e na assistência técnica obrigam alguns setores a fazer projetos que situam aquilo que historicamente é tarefa do Estado.

Portanto, essa jornada demonstrou que o MST vai continuar se organizando e lutando, e que a única maneira de acabar com o movimento é fazer a reforma agrária. De outro jeito, não acabam com o movimento, pois, em determinados momentos, a luta pode diminuir, mas, sem resolvê-la na essência, sempre retornará, e com mais força. É uma grande quantidade de água represada e nunca vai ser possível contê-la completamente.

Qualquer sociólogo medíocre sabe que, se não for resolvido o problema na essência, as lutas sempre vão aparecer com força, numa demonstração de que a reforma agrária continua atualíssima e como uma questão das mais modernas.

Além disso, quando falei antes da questão da utilização dos solos, da água, da terra, também me referi à questão das cidades. O processo de urbanização que vivemos traz impactos sociais e ambientais muito graves.

Portanto, repensar a utilização do solo é voltar a repensar a agricultura como espaço de produção e preservação ambiental.

CC: O MST é muitas vezes acusado de ser um partido político, possuindo uma ideologia no que se refere às mudanças esperadas em nosso país. O que você pensa disso?

GM: Não se pode separar a luta reivindicatória, social, da luta política. Se o mundo é uma totalidade contraditória em movimento, não há como separar as coisas. A luta social é parte da luta política e a politização da luta social é fundamental até mesmo para criar o atendimento às necessidades imediatas.

No entanto, não somos um partido nos moldes clássicos. O MST jamais vai se transformar num partido. É um movimento social com essa característica, de aspecto e reivindicações populares, com a participação de crianças, idosos, jovens, adultos etc., mas também com o aspecto de luta econômica, de construção das cooperativas, de respostas econômicas à produção. E também de aspecto político, com formação ideológica. Tem escola de formação política, jornal, revista.

O movimento é mais um instrumento da classe trabalhadora, defendendo sua particularidade, que é a reforma agrária, mas entendendo que, para a realização desta, é preciso toda uma operação na estrutura do sistema. E isso só virá no dia em que as classes trabalhadoras reunirem instrumentos que aglutinem a luta e alterem o Estado burguês, que é deste estado de coisas que presenciamos.
O MST é só mais um parceiro nesta tarefa política de todo o conjunto da classe trabalhadora.

CC: Como o movimento vai se posicionar nestas eleições?

GM: É um tema pouco discutido ainda. Possivelmente, faremos um debate interno mais profundo no segundo semestre, até para fugir um pouco desse rótulo burguês, que colocou a jornada como algo eleitoreiro. Na verdade, não é nada eleitoreira, pois temos uma pauta concreta e, por essa razão, não queremos debater a questão eleitoral agora.

Ainda há um capítulo a ser resolvido com os governos federal e estaduais, que é essa pauta amarelada que não foi atendida.

No segundo semestre, como todo cidadão, participaremos do processo eleitoral. Mas não temos uma posição clara de defesa a alguma figura candidata à presidência.

No entanto, é evidente que a orientação genérica para a nossa militância é votar naquele candidato que esteja compromissado com uma reforma agrária profunda e radical.

CC: Sabendo-se da evidente polarização do atual cenário eleitoral entre PT e PSDB, a vitória de Dilma ou de Serra não impactaria de forma diferenciada no movimento?

GM: Eu acho que ainda é cedo para ter a definição de que só esses dois vão disputar. Vão sair vários candidatos, figuras interessantes e de histórico político importante.

Na medida em que estabelecemos que a disputa será entre Serra e Dilma, ignoramos todo o processo anterior. Só depois que se definir o segundo turno teremos de fazer o balanço do que é melhor para o movimento social, o que faremos no momento certo.

Valéria Nader, economista, é editora do Correio da Cidadania; Gabriel Brito é jornalista.
http://www.correiocidadania.com.br/content/view/4592/9/