(A Jornada)
O sangrento assalto empreendido por militares israelenses contra uma flotilha de seis embarcações que tinha como propósito levar ajuda humanitária à população no cerco de Gaza - que deixou um saldo de 19 ativistas mortos e dezenas de feridos - é consequência das inaceitáveis margens de impunidade que os Estados Unidos e a Europa ocidental outorgaram ao regime de Tel Aviv para que cometa toda sorte de crimes de guerra, atropelos e violações dos direitos humanos, não somente contra os palestinos em sua própria terra, mas também contra qualquer expressão de solidariedade para com esse desafortunado povo. Os governos israelenses sabem que podem cometer qualquer delito, em qualquer lugar do mundo, sem que isso lhes acarrete consequências negativas.
O sangrento assalto empreendido por militares israelenses contra uma flotilha de seis embarcações que tinha como propósito levar ajuda humanitária à população no cerco de Gaza - que deixou um saldo de 19 ativistas mortos e dezenas de feridos - é consequência das inaceitáveis margens de impunidade que os Estados Unidos e a Europa ocidental outorgaram ao regime de Tel Aviv para que cometa toda sorte de crimes de guerra, atropelos e violações dos direitos humanos, não somente contra os palestinos em sua própria terra, mas também contra qualquer expressão de solidariedade para com esse desafortunado povo. Os governos israelenses sabem que podem cometer qualquer delito, em qualquer lugar do mundo, sem que isso lhes acarrete consequências negativas.
Como é seu costume, a propaganda oficial de Israel apresentou os agredidos como agressores e os acusou de haver atacado, golpeado e apunhalado os militares que tomaram de assalto as embarcações e dispararam indiscriminadamente contra quem se encontava nelas.
Tais falsificações propagandistas mostram, claramente, que o ataque contra as embarcações humanitárias não foi um caso isolado de descontrole, mas consequência de uma decisão de Estado, a qual não se pode ver nenhum propósito a não ser jogar por terra os esforços diplomáticos que vinham sendo realizados com o intuito de aliviar, caso fosse, em uma mínima medida, a desocupação depredadora na Cisjordânia e o cerco israelense contra Gaza, cuja população vem sofrendo atos de genocídio que evocam, de maneira inevitável, a circustância terrível dos judeus que foram amontoados e massacrados pelos nazistas no gueto de Varsóvia.
Nesta perspectiva, as balas que tiraram a vida de mais de uma dezena de ativistas pró-palestinos deveriam ter sido dirigidas em última instância, e em forma por demais certeira, contra a política para Oriente Médio empreendida pela administração de Barack Obama.
A indignação mundial gerada pela agressão contra a Flotilha da Liberdade, caracterizada por governos e organizações sociais como um ato de terrorismo de Estado, não basta, no entanto, para frear a impunidade com a qual foi conduzido desde sempre o governo israelense. As manifestações e as mostras de repúdio contra as ações criminosas desse regime parece haver gerado um umbral de tolerância que permite Tel Aviv continuar com seus crimes de guerra, inclusive em meio ao rechaço planetário.
Este fenômeno faz com que seja necessário redirecionar os esforços sociais de solidariedade para os palestinos e reformulá-los em exigências concretas aos governos dos Estados Unidos e Europa ocidental. As notas diplomáticas devem ser substituídas por sanções políticas e econômicas concretas, assim como por ações judiciais orientadas a levar aos governantes de Israel à instâncias internacionais de justiça. Cabe recordar, neste ponto, a dupla face que caracterizou a conduta das nações ricas do ocidente, as quais arrasaram o Iraque e a Sérvia, e submeteram a juri seus ex-governantes, por atrocidades não muito diferentes das que Israel cometeu na Palestina ocupada e em outras partes do mundo.
Se Washington e a Unição Européia permitirem que a agressão perpetrada em águas internacionais contra as embarcações civis que se dirigiam à Gaza em uma missão humanitária, fique impune, anulam com isso seus discursos em favor da legalidade internacional, dos direitos humanos e da justiça, e o mundo avançará, não rumo à civilização, mas rumo á selvageria.
Traduzido por: Leonardo Victor Dias
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