O esquema privatista do PT com o intuito de desenvolvimento do capitalismo brasileiro é bastante claro, e seu sucesso (que tem benefícios privados, óbvio) garante a continuidade do partido no poder. Aliás, há tempos que a continuidade do PT no governo deixou de ser uma tática política para o partido e virou a finalidade, em que todas as ações visam esse objetivo. Em certa medida tal modelo é ainda mais benéfico aos interesses privados do que a prática neoliberal do seu rival, PSDB, porque se este almeja transferir totalmente o patrimônio público para mãos particulares, o PT permite que empresas privadas utilizem recursos humanos e materiais sustentados com dinheiro público, e garante de antemão os lucros para tais empresas: é um capitalismo sem risco e altamente lucrativo. Podemos encontrar esse modelo nos aeroportos, estradas, ferrovias, portos, construção civil e também na Universidade.
Neste último caso, vemos uma série de medidas que, observadas em conjunto, revelam a lógica do modelo petista. Indo além da transferência direta de recursos para entidades privadas, como é o caso do PROUNI e do FIES, pode-se observar várias medidas que apontam na direção do controle privado de recursos humanos e utilização de infraestrutura pública. De modo geral, observa-se que o governo reduz os gastos públicos na área de educação (http://www.andes.org.br:8080/andes/print-ultimas-noticias.andes?id=5166) e permite que a Universidade vá buscar fundos no meio privado. Obviamente esses fundos exigem algum retorno, que na maioria das vezes se dá através de realização de pesquisa de ponta para as empresas investidoras, ou da transferência de mão de obra qualificada para essas entidades. Para dar um exemplo prático de como isso funciona, basta analisar o que a Lei de Inovação Tecnológica permite na relação dos cursos de informática das IFES com empresas privadas (note o caso do Centro de Informática da UFPE: http://www2.cin.ufpe.br/site/secao.php?s=5&c=58).