"Se você treme de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros." (Che Guevara)

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

“Não ao controle da Agricultura e da Alimentação Pelas Transnacionais!”
Para comemorar o Dia Internacional das Lutas Camponesas, o 17 de Abril de 2010, o movimento internacional Via Campesina faz um chamado a suas organizações membros e a quem apóia o movimento, a unir-se contra as transnacionais que tratam de se apoderar dos sistemas de alimentação e agricultura em todo o mundo.
O 17 de Abril de 1996 foi marcado pelo massacre de 19 camponeses brasileiros que defendiam seu direito a produzir alimentos e exigiam o direito a terra. Desde o massacre, que aconteceu em Eldorado dos Carajás, todos os anos se organizam mobilizações em todo o mundo através dos movimentos camponeses, comunidades, grupos de estudantes, organizações não governamentais e ativistas para exigir a soberania alimentar e o direito a que o camponês e a camponesa produzam seus alimentos.
O ano de 2009 foi fechado com três encontros internacionais: o Encontro Sobre a Segurança Alimentar, organizada em Roma pela Organização Mundial da Agricultura e Alimentação (FAO), a Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comercio (OMC) em Genebra assim como a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima em Copenhague. Em cada um desses eventos, as transnacionais mostraram suas convicções em controlar os sistemas alimentícios e de agricultura, os mercados, a terra, as sementes e a água – toda a natureza – em escala mundial. Transnacionais como a Monsanto, Cargill, Archer Daniel Midland e Nestlé assistiram a essas conferencias com verdadeira colunas de pressão com o propósito de criar políticas de acordo com seus interesses.
Por exemplo, a transnacional Monsanto, localizada nos Estados Unidos da América, quer receber fundos públicos para subsidiar sua semente de soja da marca “Roundup Ready”, geneticamente modificada para ser resistente ao glifosato (vendida pela mesma companhia com o nome de “Roundup”), o herbicida mais comum a nível mundial. A Monsanto insiste que a soja “Roundup Ready” ajudará a reduzir a mudança climática porque a resistência ao herbicida “Roudup” significa que podem ser cultivados sem arar a terra (que emite dióxido de carbono), técnica conhecida como “agricultura sem cultivo”. A Monsanto argumenta que suas sementes e herbicidas devem ser habilitados para receber créditos de carbono através do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo como parte da Convenção sobre a Mudança Climática da ONU (CMNUCC).
A realidade, porém, é que a Monsanto e outras transnacionais são as que mais contribuem para a mudança climática e outras crises do meio ambiente, porque promovem um modelo não sustentável da agricultura industrial.
As transnacionais também aumentam a pobreza e a recessão econômica em todo o mundo. Ao passo que incrementam seu controle sobre as terras e os mercados de produtos agropecuários, as transnacionais obrigam os camponeses a deixar suas terras e reduzem as oportunidades para encontrar emprego nas áreas rurais. O resultado é que os bairros pobres das periferias das cidades se enchem com mais e mais gente, desesperada e sem emprego.
As transnacionais continuam a ter lucros enormes enquanto a fome e a pobreza seguem crescendo. É por isso que a mobilização contra as transnacionais é uma prioridade para a Via Campesina. Nosso movimento tem a visão de um mundo no qual as transnacionais como a Monsanto, a Cargill, o Carrefour e a Walmart, com a sua destruição à natureza e à humanidade deixarão de existir. No seu lugar, estarão milhões de camponeses e camponesas de pequena e média escala que produzem alimentos sãos para os mercados locais e regionais, preservando a biodiversidade, protegendo os recursos de água, mantendo o carbono nos solos e revitalizando as economias rurais.
Para celebrar o 17 de Abril de 2010 a Via Campesina faz um chamado a seus membros e aliados para se unirem e aumentar a resistência contra as transnacionais, para ampliar as vozes e os direitos dos camponeses e camponesas de todo o mundo.
Mais informações em: www.viacampesina.org

Um comentário:

  1. APESAR DE OPINIÕES CONTRÁRIAS E DESANSPERANÇOSAS, FORMADAS ATRAVÉS DE ANOS POR UM PENSAMENTO COLETIVO ESTUDANTIL DESILUDIDO, O CENÁRIO POLÍTICO ESTUDANTIL PRESENTE EM SUA RESISTÊCIA E "TRABALHO!" NOS MOSTRAM FATOS QUE CONTARIAM CERTAS CORRENTES DE PENSAMENTOS PESSIMISTAS . COM FEITORIAS, CONQUISTAS E RESISTÊNCIA! EXEMPLOS QUE DEVERIAMOS SEGUIR E PASSAR ADIANTE A NECESSIDADE DE EXPRESSAR QUE A LUTA CONTINUA E QUE DEPENDE DO APOIO E SUOR DE TODOS COM MUITA UNIÃO, AMOR PELAS PESSOAS E PRINCIPALMENTE MUITO TRABALHO!!!!!!!! RODRIGO(UFRPE)

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