Nas últimas semanas, o povo trabalhador brasileiro, em especial a juventude, vem protagonizando uma série de atos contra o aumento das passagens de ônibus. O que seria uma série de manifestações locais transformou-se em uma onda de protestos populares no Brasil. A União da Juventude Comunista além de apoiar, vem participando de todos os protestos, ombro a ombro com a juventude, as classes populares e as suas diversas formas de organização.
A resposta dos governos e dos monopólios midiáticos é a sistemática tentativa de criminalizar os movimentos, a fim de legitimar a repressão aos protestos populares. Tal repressão foi tão descabida que até repórteres foram arbitrariamente atacados durante os atos. Em um período de organização de grandes eventos internacionais no Brasil, este tipo de ação policial, tão comum no cotidiano dos bairros populares, é apenas uma amostra do trato político que as reivindicações dos trabalhadores terão se não estiverem de acordo com o interesse dos monopólios e da acumulação capitalista.
Os governantes dos mais distintos partidos políticos da ordem tentam veicular a ideia de que os protestos seriam apenas contra um irrisório aumento de 0,20 centavos. Eles dizem também que os protestos são produto da ação de algumas organizações e partidos que tentam tumultuar a ordem do país diante dos mínimos efeitos da crise mundial. No entanto, estes governantes vinculados ao projeto burguês para o país, que são de partidos como o PT, PSDB, DEM, PMDB e suas forças auxiliares, esquecem que cerca de 40% do orçamento doméstico dos trabalhadores são destinados a pagar estas tarifas de transporte. Um serviço sem qualidade, no qual a juventude e os trabalhadores são tratados como gado – ou pior. Tal serviço tem como objetivo apenas promover altos lucros para as empresas de ônibus, grandes financiadoras das campanhas eleitorais desses partidos da ordem.
Portanto, esta luta contra o aumento e por um transporte público de qualidade é uma demanda sentida na pele por milhões de brasileiros e brasileiras. Uma demanda por melhores condições de vida para a população. E como os governos e partidos comprometidos com os interesses dos empresários respondem a esta demanda? Reprimindo, criminalizando e menosprezando a luta deste movimento.
Nós da União da Juventude Comunista, não temos dúvida de que lado da trincheira estamos nestas lutas. Estamos ao lado da juventude e do povo trabalhador em movimento. Devemos aprofundar não só as mobilizações, mas a organização permanente das demandas destes protestos. Na atual conjuntura, lutar contra o aumento das passagens e por um melhor transporte público é lutar contra a mercantilização da vida e contra a natureza privatista de um direito humano fundamental que o capitalismo nos nega: o direito de ir e vir.
Esta luta mostra para os trabalhadores que, apesar da “democratização” do consumo via crédito, demandas estruturais para a classe trabalhadora (como saúde pública estatal e de qualidade, educação pública, reforma agrária e urbana, transporte público de qualidade e conquista de direitos sociais básicos) não serão conquistados por partidos e governos que compactuam com a atual ordem do capital. Estamos certos de que a luta pela defesa da vida humana é mais importante que a preservação dos interesses particulares da acumulação capitalista. Por isso, ocupemos as ruas! A vida é mais importante que lucros do grande capital!
- Redução das tarifas já! Pela estatização das empresas de ônibus, visando a criação da tarifa zero! Transporte público e de qualidade para o povo trabalhador!
- Contra a criminalização e repressão dos movimentos sociais! Questão social não é caso de polícia!
- Passe livre já! Para estudantes secundaristas, universitários e para os desempregados!
- Pela organização dos fóruns populares sobre transporte público e mobilidade urbana! Construindo o poder popular!
- Abaixo os governos do grande capital! Contra a mercantilização da vida!
Coordenação Nacional da União da Juventude Comunista
Fonte: UJC - Brasil
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