(Nota Política)
A cúpula do PSB continua sua saga para destruir os espaços públicos de Pernambuco e tornar o estado e a cidade do Recife um modelo de espaço-negócio. O modelo de espaço-negócio considera todo território como um espaço de geração de lucro que deve ser devidamente privatizado. Não importa as relações afetivas, a importância histórica, cultural e ambiental do território. Muito menos regulação jurídica. Tudo isso é supérfluo para o poder econômico e os governantes. O Projeto Novo Recife é o grande símbolo desse modelo de gestão do espaço urbano, mas não é o único.
Fica evidente que para privatizar o espaço urbano é importante acabar com a vida cultural dele, como forma de debelar as possíveis resistências. O PSB persegue implacavelmente os grupos de maracatu e de cultura tradicional no carnaval, desvaloriza os artistas regionais em festas tradicionais (como São João e Carnaval), apoia de forma aberta a especulação imobiliária e as construtoras no seu projeto de cidade. Ataca a vida cultural e social do Recife Antigo, criminaliza as estratégias alternativas de sobrevivência (como os ambulantes no metrô) e agora pretende proibir apresentações de artistas nas ruas de Pernambuco. Pessoas do mundo circense, dança, teatro, etc, serão proibidas de exercerem sua profissão e levarem um pouco mais de vida a essa cidade dominada por um modo de sociabilidade irracional e doente.
O fato de essa legislação absurda ter sido aprovada facilmente na Assembléia Legislativa e sancionada pelo Governador Paulo Câmara deixa claro que o poder público está a serviço de um projeto de cidade elitista, autoritário e excludente que só serve às construtoras. O espaço institucional é um comitê gestor do poder econômico e do seu planejamento urbano. Só com organização dos movimentos populares, artistas, estudantes e trabalhadores é que podemos não só enfrentar essa legislação, mas o modelo de espaço urbano aplicado pelo PSB.
O Ocupe Estelita nos mostrou o poder da mobilização popular na resistência aos ataques do governo e do poder econômico. Para além da resistência, precisamos partir para o ataque. Defender nossos espaços públicos, nossos lugares de lazer, nossos espaços de cultura. Eles querem privatizar tudo; privatizar nossas vidas. Não podemos deixar. Vamos à luta.
"Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar.
É da empresa privada o seu passo em frente, seu pão e seu salário.
E agora não contente querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o
pensamento, que só à humanidade pertence." Bertolt Brecht
União da Juventude Comunista - Pernambuco
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