DIRETORA
DA MONSANTO EM PERNAMBUCO AFIRMA QUE O POTENCIAL CANCERÍGENO DO GLIFOSATO PODE
SER COMPARADO AO DO “CAFEZINHO”.
Nesta
última terça feira (18) na Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco
(ALEPE) a Comissão de Agricultura realizou uma audiência pública juntamente com
a empresa multinacional Monsanto para enfatizar a importância do uso de
agrotóxicos e sementes transgênicas para a agricultura, tendo em vista a tramitação
na ALEPE dos Projetos de Lei 261/2015 e 116/2015, que propõe o banimento do Glifosato e dos agrotóxicos já proibidos
nos países onde foram registrados, o uso e ou comercialização em Pernambuco de
agrotóxicos quando as Organizações Internacionais, responsáveis pela saúde,
alimentação ou meio ambiente, alertarem para riscos ou desaconselharem o uso de
agrotóxicos, seus componentes e afins.
Nos
mamíferos o glifosato desencadeia diversos distúrbios fisiológicos que culminam
em enfermidades como desordem gastrointestinais, obesidade, diabetes, doenças
cardíacas, depressão, autismo, infertilidade, câncer, mal de Alzheimer, Mal de
Parkinson, doença celíaca e intolerância ao glúten.
Faixa aberta durante a audiência pública. FORA MONSANTO! |
Dentre
o público presente estavam representantes do Fórum Pernambucano de Combate aos
Efeitos dos Agrotóxicos, Núcleo de Profissionais da Saúde – UJC, Partido
Comunista Brasileiro (PCB), União da Juventude Comunista Pernambuco, estudantes
da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), representantes de outras
entidades da sociedade civil e movimentos sociais.
Um
outro momento lamentável em tal audiência, foi a limitação da participação do
público nas intervenções no plenário, onde representantes na mesa falaram por
mais de uma hora, foram abertas somente cinco inscrições com o tempo de um
minuto cada. Apesar desta limitação, foi possível dentre as intervenções deixar
claro o real problema da utilização destas substâncias e confrontar as
informações equivocadas proferidas pela representante da Monsanto.
Pedro
Albuquerque, secretário executivo do Fórum Pernambucano de Combate aos Efeitos
dos Agrotóxicos na Saúde do Trabalhador, enfatizou que a Áustria, Hungria,
Grécia, Bulgária e Luxemburgo proibiram o cultivo e a venda de transgênicos,
onde chamar o Agrotóxico de Defensivos Agrícolas é até ilegal. “A agricultura
familiar produz 80% dos alimentos e possui apenas 20% das terras, para acabar
com a fome no mundo devemos investir em reforma agrária, agricultura camponesa
e familiar, em agroecologia, não será o latifúndio produtor de commodities que
vai matar a fome no mundo”, completou.
Com
a tramitação dos PL 116/2015 e 261/2015*, Pernambuco pode se tornar o primeiro
estado brasileiro a proibir a utilização do Glifosato, sendo um avanço
significativo para o povo pernambucano. Porém, o Brasil ainda consome cerca de
14 Agrotóxicos proibidos em outros locais do mundo, como o Paraquat,
Endosulfam, Metamidofóis, Abamectina, Carbofuram, Fosmete, Parationa, Thiram,
dentre outros. Desta forma, reafirmamos o nosso compromisso militante com a campanha
pela proibição imediata do uso de todos os Agrotóxicos no nosso país.
Os
investimentos desta transnacional, representam a ofensiva do capital em nosso
estado, não nos iludimos com projetos que só são benéficos para acumulação
capitalista. Reforçamos a necessidade de superação deste modo de produção que
adoece e mata trabalhadoras e trabalhadores em todo mundo, defendendo a Agroecologia como ferramenta que busque uma forma de
organização que se construa e se mantenha a partir do poder popular.
* O projeto de lei 261-2015, que prevê
o banimento do glifosato em Pernambuco, está em análise na Comissão de Justiça
da Alepe.Leia o projeto na íntegra: http://www.alepe.pe.gov.br/proposicao-texto-completo/?docid=DE6E8C6695A0DAEF03257E590064F241
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