"Se você treme de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros." (Che Guevara)

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

A MONSANTO MATA E MENTE! Transnacional é recebida sob protestos em Pernambuco.

DIRETORA DA MONSANTO EM PERNAMBUCO AFIRMA QUE O POTENCIAL CANCERÍGENO DO GLIFOSATO PODE SER COMPARADO AO DO “CAFEZINHO”.





Nesta última terça feira (18) na Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco (ALEPE) a Comissão de Agricultura realizou uma audiência pública juntamente com a empresa multinacional Monsanto para enfatizar a importância do uso de agrotóxicos e sementes transgênicas para a agricultura, tendo em vista a tramitação na ALEPE dos Projetos de Lei 261/2015 e 116/2015, que propõe o banimento  do Glifosato e dos agrotóxicos já proibidos nos países onde foram registrados, o uso e ou comercialização em Pernambuco de agrotóxicos quando as Organizações Internacionais, responsáveis pela saúde, alimentação ou meio ambiente, alertarem para riscos ou desaconselharem o uso de agrotóxicos, seus componentes e afins.

            Nos mamíferos o glifosato desencadeia diversos distúrbios fisiológicos que culminam em enfermidades como desordem gastrointestinais, obesidade, diabetes, doenças cardíacas, depressão, autismo, infertilidade, câncer, mal de Alzheimer, Mal de Parkinson, doença celíaca e intolerância ao glúten.

Faixa aberta durante a audiência pública. FORA MONSANTO!
Andréa Aragon, Gerente de Assuntos Corporativos da Monsanto em Petrolina, ao iniciar a sua fala, foi surpreendida por um protesto organizado por várias organizações com faixas intituladas “FORA MONSANTO”, “SE OS AGROTÓXICOS NÃO SÃO BONS PARA A EUROPA, PORQUE SERIA PARA PERNAMBUCO?”, após mais de uma hora de exposição sobre as ilusões que são os benefícios dos venenos nas lavouras e das sementes transgênicas para a agricultura, Aragon por diversas vezes entrou em contradição em suas afirmações, por outras vezes desdenhou ou tentou desqualificar as ações e pesquisas realizadas pelas instituições que a cada dia comprovam e lutam contra os malefícios causados pela utilização dos Agrotóxicos, como por exemplo a Fiocruz e o Instituto Nacional do Câncer.

            Dentre o público presente estavam representantes do Fórum Pernambucano de Combate aos Efeitos dos Agrotóxicos, Núcleo de Profissionais da Saúde – UJC, Partido Comunista Brasileiro (PCB), União da Juventude Comunista Pernambuco, estudantes da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), representantes de outras entidades da sociedade civil e movimentos sociais.

Um outro momento lamentável em tal audiência, foi a limitação da participação do público nas intervenções no plenário, onde representantes na mesa falaram por mais de uma hora, foram abertas somente cinco inscrições com o tempo de um minuto cada. Apesar desta limitação, foi possível dentre as intervenções deixar claro o real problema da utilização destas substâncias e confrontar as informações equivocadas proferidas pela representante da Monsanto.

            Pedro Albuquerque, secretário executivo do Fórum Pernambucano de Combate aos Efeitos dos Agrotóxicos na Saúde do Trabalhador, enfatizou que a Áustria, Hungria, Grécia, Bulgária e Luxemburgo proibiram o cultivo e a venda de transgênicos, onde chamar o Agrotóxico de Defensivos Agrícolas é até ilegal. “A agricultura familiar produz 80% dos alimentos e possui apenas 20% das terras, para acabar com a fome no mundo devemos investir em reforma agrária, agricultura camponesa e familiar, em agroecologia, não será o latifúndio produtor de commodities que vai matar a fome no mundo”, completou.

Com a tramitação dos PL 116/2015 e 261/2015*, Pernambuco pode se tornar o primeiro estado brasileiro a proibir a utilização do Glifosato, sendo um avanço significativo para o povo pernambucano. Porém, o Brasil ainda consome cerca de 14 Agrotóxicos proibidos em outros locais do mundo, como o Paraquat, Endosulfam, Metamidofóis, Abamectina, Carbofuram, Fosmete, Parationa, Thiram, dentre outros. Desta forma, reafirmamos o nosso compromisso militante com a campanha pela proibição imediata do uso de todos os Agrotóxicos no nosso país. 

          Os investimentos desta transnacional, representam a ofensiva do capital em nosso estado, não nos iludimos com projetos que só são benéficos para acumulação capitalista. Reforçamos a necessidade de superação deste modo de produção que adoece e mata trabalhadoras e trabalhadores em todo mundo, defendendo a Agroecologia como ferramenta que busque uma forma de organização que se construa e se mantenha a partir do poder popular. 


* O projeto de lei 261-2015, que prevê o banimento do glifosato em Pernambuco, está em análise na Comissão de Justiça da Alepe.Leia o projeto na íntegra: http://www.alepe.pe.gov.br/proposicao-texto-completo/?docid=DE6E8C6695A0DAEF03257E590064F241




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