"Se você treme de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros." (Che Guevara)

domingo, 28 de fevereiro de 2010

CUBA É UMA DITADURA?

CUBA É UMA DITADURA?
(Agência Brasil de Fato)

Essa discussão é um capítulo importante na agenda da contra-ofensiva à
hegemonia do pensamento de direita

Breno Altman*

O novo presidente do PT, José Eduardo Dutra, em entrevista ao jornalista Fernando
Rodrigues (Folha de S.Paulo), no último dia 11/02, respondeu afirmativamente à pergunta
que faz as vezes de título desse artigo. Com ressalvas de contexto, identificando no longo
bloqueio norte-americano uma das causas do que chamou de “fechamento político”, Dutra
assumiu a mesma definição dos setores conservadores quando abordam a natureza do
regime político existente na ilha caribenha.

Essa discussão é um capítulo importante na agenda da contra-ofensiva à hegemonia do
pensamento de direita. Afinal, a possibilidade do socialismo foi estabelecida pelos centros
hegemônicos não apenas como economicamente inviável e trágica, mas também como
intrinsecamente autoritária.

Quando o colapso da União Soviética permitiu aos formuladores do campo vitorioso declarar
o capitalismo e a economia de livre-mercado como o final da história, de lambuja também
fixaram o sistema político vigente na Europa Ocidental e nos Estados Unidos como a única
alternativa democrática aceitável.

Não foram poucos os quadros de esquerda que assumiram esse conceito como universal e
abdicaram da crítica ao funcionamento institucional dos países capitalistas. Alguns se
arriscaram a ir mais longe, aceitando esse modelo como paradigma para a classificação dos
demais regimes políticos.

Na tradição do liberalismo, base teórica da democracia ocidental, a identificação e a
quantificação da democracia estão associadas ao grau de liberdade existente. Quanto mais
direitos legais, mais democrático seria o sistema de governo. No fundo, democracia e
liberdade seriam apenas denominações diferentes para o mesmo processo social.

Pouco importa que o exercício dessas liberdades seja arbitrado pelo poder econômico. As
disputas eleitorais e a criação de veículos de comunicação, por exemplo, são determinadas
em larga escala pelos recursos financeiros de que dispõem os distintos setores políticos e
sociais.

No modelo democrático-liberal, afinal, os direitos formais permitem o acesso irrestrito das
classes proprietárias ao poder de Estado, que podem usar amplamente sua riqueza para
mercantilizar a política e seus instrumentos, especialmente a mídia. Basta acompanhar o
noticiário político para se dar conta do caráter cada vez mais censitário da democracia
representativa.

A revolução cubana ousou ter entre suas bandeiras a criação de outro tipo de modelo político,
no qual a democracia é concebida essencialmente como participação popular. Ao longo de
cinco décadas, mesmo com as dificuldades provocadas pelo bloqueio norte-americano, forjou
uma rede de organismos que mobilizam parcelas expressivas de sua população.

A maioria dos cubanos participa de reuniões de células partidárias, do comitê de defesa da
revolução de sua quadra, dos sindicatos de sua categoria, além de outras organizações
sociais que fazem parte do mecanismo decisório da ilha. Não são somente eleitores que
delegam a seus representantes a tarefa de legislar e governar, ainda que também votem para
deputados – o regime cubano é uma forma de parlamentarismo. Esse tipo de participação
talvez explique porque Cuba, mesmo enfrentando enormes privações, não seguiu o mesmo
curso de seus antigos parceiros socialistas.

O modelo cubano não nasceu expurgando seus opositores ou instituindo o monopartidarismo.
Poderia ter se desenvolvido com maior grau de liberdade, mas teve que se
defender de antigos grupos dirigentes que se decidiram pela sabotagem e o desrespeito às
regras institucionais como caminhos para derrotar a revolução vitoriosa. Na outra ponta, as
diversas agremiações que apoiavam a revolução (além do Movimento 26 de Julho, liderado
por Fidel, o Diretório Revolucionário 13 de Março e o Partido Socialista Popular) foram se
fundindo em um só partido, o comunista, oficialmente criado em 1965.

Os círculos contra-revolucionários, patrocinados pelo governo democrata de John Kennedy,
organizaram a invasão da Baía dos Porcos em 1961. Aliaram-se a CIA em algumas dezenas
ou centenas de tentativas para assassinar Fidel Castro e outros dirigentes cubanos.

Associados a seguidas administrações norte-americanas, criaram uma situação de guerra e
passaram a operar como braços de um país estrangeiro que jamais aceitou a opção cubana
pela soberania e a independência.

A restrição das liberdades foi a salvaguarda de uma nação ameaçada, vítima de uma política
de bloqueio e sabotagem que já dura meio século. Os Estados Unidos dispõem de diversos
planos públicos, para não falar dos secretos, cujo objetivo é financiar e apoiar de todas as
formas a oposição cubana. Vamos combinar: já imaginaram, por exemplo, o que ocorreria se
um setor do partido democrata recebesse dinheiro cubano, além de préstimos do serviço de
inteligência, para conquistar a Casa Branca?

Claro que o ambiente de guerra e a redução das liberdades formais impedem o
desenvolvimento pleno do modelo político fundado pela revolução de 1959. Vícios de
burocratismo e autoritarismo estão presentes nas instâncias de poder. Mas ainda nessas
condições adversas, o governo cubano veio institucionalizando interessante sistema de
participação popular. O contrapeso ao modelo de partido único, opção tomada para blindar a
revolução sob permanente ataque, é um sistema de organizações não-partidárias que
exercem funções representativas na cadeia de comando do Estado.

A Constituição de 1976, reformada em 1992, estabeleceu o ordenamento jurídico do modelo.
Um dos principais ingredientes foi a criação do Poder Popular, com suas assembléias locais,
municipais, provinciais e nacional. Seus representantes são eleitos em distritos eleitorais, em
voto secreto e universal. Os candidatos são obrigatoriamente indicados por organizações
sociais, em um processo no qual o Partido Comunista não pode apresentar nomes – aliás, ao
redor de 300 dos 603 membros da Assembléia Nacional não são filiados comunistas.

O Poder Popular é quem designa o Conselho de Estado e o Conselho de Ministros, principais
instâncias executivas do país, além de aprovar as leis e principais planos administrativos.
Seus integrantes não são profissionais da política: continuam a desempenhar suas atividades
profissionais e se reúnem, em âmbito nacional, duas vezes ao ano para deliberar sobre as
principais questões.

A Constituição também prevê mecanismos de consulta popular. Dispondo desse direito, o
dissidente Oswaldo Payá, líder do Movimento Cristão de Libertação, reapresentou à
Assembléia Nacional do Poder Popular, em 2002, uma petição com 10 mil assinaturas para
que fosse organizado referendo que modificasse o sistema político e econômico na ilha.

O governo reuniu 800 mil registros para propor outro plebiscito, que tornava o socialismo
cláusula pétrea da Constituição. Teve preferência pela quantidade de assinaturas. Cerca de
7,5 milhões de cubanos (65% do eleitorado), apesar do voto em referendo ser facultativo,
votaram pela proposta defendida por Fidel Castro.

Tratam-se apenas de algumas indicações e exemplos de que o novo presidente petista pode
ter sido um pouco apressado em suas declarações. As circunstâncias históricas levaram
Cuba a restringir liberdades. Mas seu sistema político deveria ser analisado com menos
preconceito, sem endeusamento do modelo liberal, no qual a existência de direitos formais
amplos não representa garantias para um funcionamento democrático baseado na
participação popular.

*Breno Altman é jornalista e diretor do sítio Opera Mundi (www.operamundi.com.br)

Pra não dizer que não falei das flores - Geraldo Vandré

Segue vídeo da belíssima música de Geraldo Vandré,
contêm imagens emocionantes.
Confiram esse Hino contra à ditadura militar brasileira.

http://www.youtube.com/watch?v=g8v5twPc-io

Se você é ativista político do campo cultural, em suas variadas expressões, seja na música,
poesia, arte plástica, teatro, etc. Conheça nosso Núcleo de Movimento Popular da UJC (cultura e Jovens Trabalhadores).
E, "Se você treme de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros." (Che Guevara)

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UNIÃO DA JUVENTUDE COMUNISTA
OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

V Congresso da UJC

V CONGRESSO NACIONAL DA UNIÃO DA JUVENTUDE COMUNISTA
“JOSÈ MONTENEGRO DE LIMA”
Goiânia-GO – 02,03 e 04 de abril de 2010.
A União da Juventude Comunista, coloca a disposição de seus militantes, amigos e simpatizantes as teses ao V Congresso Nacional da União da Juventude Comunista, cujo homenageado será o camarada JOSÉ MONTENEGRO DE LIMA. As teses estão publicadas no site da União da Juventude Comunista.
O V Congresso Nacional da UJC ocorrerá nos dias 02, 03 e 04 de abril de 2010 nas dependências da Universidade Federal de Goiás – UFG. O Congresso será precedido de um Seminário Internacional no dia 01 de abril. São esperadas delegações internacionais, militantes e convidados de todas as regiões do Brasil.

O congresso terá o seguinte temário: Conjuntura, Juventude, Organização, Frentes de Luta, Balanço dos Trabalhos de Direção (2006-2010), e Eleição da Coordenação Nacional da UJC. Através da Tribuna de Debates no site da UJC, das reuniões dos núcleos, plenárias e congressos estaduais a militância da Juventude Comunista terá a possibilidade de enriquecer o acúmulo e a análise da organização.
A etapa estadual do V Congresso da UJC, acontecerá nos dias 20 e 21 de Março.
Mais informações e as teses no site da UJC:
Se interessou?
entre em contato conosco: ujcpe@yahoo.com.br e ujcpe@hotmail.com ou deixe algum comentário aqui no Blog. E continue acompanhando o Blog da UJC/PE.
União da Juventude Comunista de Pernambuco - UJC/PE

ELEIÇÕES 2010 - Entrevista com Ivan Pinheiro (PCB)

ENTREVISTA COM IVAN PINHEIRO, SOBRE AS ELEIÇÕES DE 2010
A Revista CAROS AMIGOS número 155, que está nas bancas, apresenta uma reportagem especial "ELEIÇÕES 2010 - Disputa de projetos ou falsa polarização?", em forma de entrevistas com representantes de sete Partidos "do campo democrático-popular e da esquerda", segundo classificação da jornalista Tatiana Merlino.São entrevistados, com as mesmas perguntas, Brizola Neto (PDT), Ivan Pinheiro (PCB), Ivan Valente (PSOL), José Eduardo Dutra (PT), José Maria de Almeida (PSTU), Luiza Erundina (PSB) e Renato Rabelo (PCdoB).Aqui estão, na íntegra, as respostas do Secretário Geral do PCB, camarada Ivan Pinheiro.Secretariado Nacional do PCB

O que está em jogo nessas eleições?
Deveria estar em jogo um intenso debate sobre os grandes problemas nacionais, uma discussão ideológica, o confronto de projetos, a política externa brasileira, a integração da América Latina, a soberania nacional, a reestatização da Petrobrás, a redução da jornada de trabalho, a reforma agrária e outros temas sobre o presente e o futuro do país. Infelizmente, as oligarquias e a mídia podem, com a força que têm, fazer desta eleição um par ou ímpar entre dois projetos de administração do capital, um capitaneado pelo PT e outro pelo PSDB.Há um risco de os candidatos deste campo, que disputam quem é mais eficiente para alavancar o capitalismo brasileiro, ficarem disputando qual mandato de 8 anos (FHC ou Lula) apresentaram os melhores indicadores macroeconômicos: quem mais deu confiança aos investidores internacionais, quem "destravou" mais a economia, quem criou mais e piores empregos, quem reduziu mais o "Risco Brasil" etc.

O que pode mudar no cenário político do país?
Se o debate for centrado na administração do capital vai mudar muito pouco. Podem mudar os comandantes da máquina pública, do balcão de empregos e interesses. Alguma mudança de estilo. Se as oligarquias conseguirem "americanizar" as eleições de 2010, ou seja, uma disputa entre a coca-cola e a pepsi-cola, as mudanças serão menores ainda. No mundo todo, a burguesia força a barra para estabelecer um bipartidarismo no campo da ordem, para afastar o risco de uma alternativa de esquerda. O que pode determinar mudanças no Brasil são fatores externos, como os desdobramentos da crise do capitalismo, a tendência do imperialismo a potencializar sua agressividade e outros fatores.As mudanças serão pequenas até porque Lula, na questão principal (a política econômica) manteve a orientação do governo FHC. E este modelo não estará em debate. O que estará em debate é a forma de administrá-lo. Além do mais, as diferenças entre Lula e Alckmin eram mais notáveis e significativas do que aquelas entre Dilma e Serra.O que pode provocar alguma mudança, na realidade, é o fato de Lula não ser o Presidente a partir de 2011. Ninguém, como ele, tem a capacidade de fazer a conciliação entre o capital e o trabalho. Nada melhor do que um ex-operário formado no sindicalismo de resultados para fazer um governo em que o capital aumente sua parcela no PIB em relação ao trabalho e este interprete isso como um mal necessário, para manter empregos, mesmo que a cada dia mais precarizados. Para a burguesia que pensa, que não é troglodita, o melhor cenário seria um terceiro mandato para Lula.

O que deve ser defendido pelas esquerdas?
Primeiro, temos que precisar o que significa esquerda hoje, nesta diluição ideológica e nesta manipulação de conceitos. Até o PPS (aliado do DEM e do PSDB) se considera "de esquerda". Os socialdemocratas e social-liberais que apóiam incondicional e sistematicamente o governo Lula se consideram "de esquerda". Aliás, no Brasil, ninguém assume que é "de direita".Vou falar, portanto, do que considero como esquerda, um campo político que, à falta de definição melhor, posso chamar de esquerda revolucionária ou esquerda socialista, ou seja, aquela que não quer reformar o capitalismo, mas superá-lo.Portanto, penso que a verdadeira esquerda no Brasil deve envidar esforços no sentido de criar uma frente, de caráter anticapitalista e antiimperialista, permanente, para além das eleições, voltada para a luta de massas. Não pode ser apenas uma coligação eleitoral, como foi a chamada frente de esquerda em 2006, que se dissolveu antes mesmo da realização do primeiro turno; e que não tinha programa, mas apenas candidatos.Esta frente deve incorporar, além dos partidos políticos registrados no TSE, todas as organizações políticas, político-socias e movimentos populares que se coloquem no campo da superação do capitalismo, na perspectiva do socialismo. O programa desta frente deve ser conformado não pelas cúpulas das organizações que a compõem, mas a partir de um amplo debate a partir das bases.

O que pode significar avanço ou retrocesso para o processo de redemocratização do país?
O problema hoje no Brasil não é o risco de um golpe militar clássico ou de novo tipo, como o que se deu na Venezuela, em 2002, como tentativa, e agora em Honduras, como realidade. Os maiores riscos de retrocessos políticos são a criminalização dos movimentos sociais e da pobreza, as restrições ao direito de greve, as limitações aos partidos políticos de esquerda, através de cláusulas de barreira etc.Os riscos maiores de retrocesso na questão democrática são principalmente os de âmbito mundial. Com a crise do capitalismo e a acirrada disputa por recursos naturais não renováveis, o mundo corre riscos de guerras e conflitos de todo o tipo, com o recrudescimento da agressividade do imperialismo.

Como os movimentos sociais podem interferir nesse processo?
Os movimentos sociais têm um papel fundamental a desempenhar no processo de mudanças sociais, desde que não se limitem à esfera de sua atuação específica, à parcialidade da luta. O MST é um excelente exemplo de um movimento social, a meu ver o mais importante do Brasil, que soube compreender isso. Hoje, o MST não é um apenas um movimento social, mas incide na questão política, como a luta em defesa da Petrobrás e até na solidariedade internacional.Por isso, temos defendido que os movimentos populares participem da frente anticapitalista e antiimperialista, no mesmo espaço com organizações políticas.
“Não ao controle da Agricultura e da Alimentação Pelas Transnacionais!”
Para comemorar o Dia Internacional das Lutas Camponesas, o 17 de Abril de 2010, o movimento internacional Via Campesina faz um chamado a suas organizações membros e a quem apóia o movimento, a unir-se contra as transnacionais que tratam de se apoderar dos sistemas de alimentação e agricultura em todo o mundo.
O 17 de Abril de 1996 foi marcado pelo massacre de 19 camponeses brasileiros que defendiam seu direito a produzir alimentos e exigiam o direito a terra. Desde o massacre, que aconteceu em Eldorado dos Carajás, todos os anos se organizam mobilizações em todo o mundo através dos movimentos camponeses, comunidades, grupos de estudantes, organizações não governamentais e ativistas para exigir a soberania alimentar e o direito a que o camponês e a camponesa produzam seus alimentos.
O ano de 2009 foi fechado com três encontros internacionais: o Encontro Sobre a Segurança Alimentar, organizada em Roma pela Organização Mundial da Agricultura e Alimentação (FAO), a Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comercio (OMC) em Genebra assim como a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima em Copenhague. Em cada um desses eventos, as transnacionais mostraram suas convicções em controlar os sistemas alimentícios e de agricultura, os mercados, a terra, as sementes e a água – toda a natureza – em escala mundial. Transnacionais como a Monsanto, Cargill, Archer Daniel Midland e Nestlé assistiram a essas conferencias com verdadeira colunas de pressão com o propósito de criar políticas de acordo com seus interesses.
Por exemplo, a transnacional Monsanto, localizada nos Estados Unidos da América, quer receber fundos públicos para subsidiar sua semente de soja da marca “Roundup Ready”, geneticamente modificada para ser resistente ao glifosato (vendida pela mesma companhia com o nome de “Roundup”), o herbicida mais comum a nível mundial. A Monsanto insiste que a soja “Roundup Ready” ajudará a reduzir a mudança climática porque a resistência ao herbicida “Roudup” significa que podem ser cultivados sem arar a terra (que emite dióxido de carbono), técnica conhecida como “agricultura sem cultivo”. A Monsanto argumenta que suas sementes e herbicidas devem ser habilitados para receber créditos de carbono através do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo como parte da Convenção sobre a Mudança Climática da ONU (CMNUCC).
A realidade, porém, é que a Monsanto e outras transnacionais são as que mais contribuem para a mudança climática e outras crises do meio ambiente, porque promovem um modelo não sustentável da agricultura industrial.
As transnacionais também aumentam a pobreza e a recessão econômica em todo o mundo. Ao passo que incrementam seu controle sobre as terras e os mercados de produtos agropecuários, as transnacionais obrigam os camponeses a deixar suas terras e reduzem as oportunidades para encontrar emprego nas áreas rurais. O resultado é que os bairros pobres das periferias das cidades se enchem com mais e mais gente, desesperada e sem emprego.
As transnacionais continuam a ter lucros enormes enquanto a fome e a pobreza seguem crescendo. É por isso que a mobilização contra as transnacionais é uma prioridade para a Via Campesina. Nosso movimento tem a visão de um mundo no qual as transnacionais como a Monsanto, a Cargill, o Carrefour e a Walmart, com a sua destruição à natureza e à humanidade deixarão de existir. No seu lugar, estarão milhões de camponeses e camponesas de pequena e média escala que produzem alimentos sãos para os mercados locais e regionais, preservando a biodiversidade, protegendo os recursos de água, mantendo o carbono nos solos e revitalizando as economias rurais.
Para celebrar o 17 de Abril de 2010 a Via Campesina faz um chamado a seus membros e aliados para se unirem e aumentar a resistência contra as transnacionais, para ampliar as vozes e os direitos dos camponeses e camponesas de todo o mundo.
Mais informações em: www.viacampesina.org

Vitória do Movimento Estudantil na UFRPE!

DERRUBADA DE TAXA NA UFRPE
Historicamente, o movimento estudantil é contrário a toda e qualquer cobrança de taxa nas universidades públicas. Para nós, a educação brasileira deve ser gratuita, popular e de qualidade. Enquanto militantes defensores de um modelo educacional crítico e libertador, não podemos aceitar as cobranças de taxas no interior das universidades públicas, pois representa um claro processo de privatização do nosso ensino. É nosso papel a organização dos estudantes para lutar contra as cobranças de taxas em universidades públicas e lutar pela construção de uma educação comprometida com as transformações necessárias e revolucionárias em nossa sociedade. Na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) a cobrança de taxas é uma constante – seja na matrícula, no histórico escolar ou, até recentemente, na expedição da 1º via do diploma de graduação. No que se refere à primeira via do diploma de graduação, essa cobrança é, além de representar um processo de privatização, inconstitucional. A Portaria Nº40/2007 do Ministério da Educação (MEC) proíbe a cobrança de taxa da primeira via do diploma de graduação. O inciso quarto, do artigo trinta e dois, do capítulo IV da Portaria diz o seguinte: “a expedição do diploma considera-se incluída nos serviços educacionais prestados pela instituição, não ensejando a cobrança de qualquer valor, ressalvada a hipótese de apresentação decorativa, com a utilização de papel ou tratamento gráfico especiais, por opção do aluno”. Mesmo essa Portaria datando de 2007, a Universidade Federal Rural de Pernambuco ainda não cumpria essa norma. O departamento de registro e controle acadêmico (DRCA) da UFRPE, alegando disposição interna procedente do Conselho de Curadores desta IFES, vinha cobrando uma taxa de R$10,00 (dez reais) pela expedição da 1º via dos diplomas; o que, de acordo com o que prevê a portaria do MEC, instância superior, tal procedimento é indevido. Essa cobrança, portanto, realizada até então pela UFRPE, é inconstitucional. A União da Juventude Comunista (UJC), através do estudante Yuri Vasconcelos da Silva (formado em Medicina Veterinária em 2008.1), com o apoio de vários Diretórios Acadêmicos (Agronomia, Veterinária, Engenharia Agrícola e Ambiental, Engenharia Florestal, Bacharelado em Biologia) e também do movimento docente e de técnico-administrativos da UFRPE, entrou com um processo jurídico nº 23082.004832/2009 no dia 20 de março de 2009, exigindo o cumprimento da Portaria do MEC pela UFRPE. Após quase um ano de acompanhamento e pressão nas instâncias responsáveis, o nosso processo é vitorioso, tendo o parecer favorável da parte jurídica da Universidade e sendo homologado no Conselho Universitário desta IFES. Agora, todos os estudantes possuem o direito de gratuidade na expedição da primeira via do seu diploma, salvo opção contrária dos mesmos. Concretizamos essa importante vitória, uma vitória da organização dos estudantes. Uma vitória em não se contentar de forma passiva com as atrocidades que muitas vezes a universidade nos impõe. Uma vitória da insubmissão, da contestação, da criticidade e da luta por uma educação pública, gratuita, laica e de qualidade. E a nossa luta não acabou. Estaremos firmes na luta pela derrubada definitiva não só desta cobrança, mas de qualquer outra cobrança nas universidades públicas. Conclamamos os estudantes, os lutadores e as lutadoras da educação brasileira a se juntarem a nós nestas batalhas, pois, coletivamente, poderemos fazer com que a educação brasileira funcione como um motor de aceleração das transformações em nossa sociedade.
UNIÃO DA JUVENTUDE COMUNISTA – UJC OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!
ujcpe@yahoo.com.br