DIGA NÃO AO SERRA!
Por Alcides Campelo A. Junior*
Diga NÃO ao José Serra, aos "demotucanos", ao projeto pró-imperialista no mundo e na américa latina, às criminalizações dos movimentos sociais e da pobreza, ao neofascismo, ao conservadorismo reacionário, a demagogia exarcebada, as farras das privatizações.
Votar contra tudo isso, nesse momento, é votar em Dilma Roussef (PT-13), porém, sem ilusões que essa candidata, seu partido, e sua coligação irá fazer mudanças profundas, na realidade do país, trata-se, portanto, de um voto crítico. Além do mais, as duas gestões de Lula, em certa parte, também teve características anti-classe trabalhadora, vide a Reforma da Previdência. Cabe ressaltar, também, sua política econômica neoliberal. O Partido dos Trabalhadores (PT) se envolveu em vários escândalos de corrupção, partido este que alegava ser o "baluarte da ética", para manter-se na governabilidade se aliou, inclusive com Collor, Sarney e cia.
Votar contra Serra, alega-se votar nulo ou, quem sabe, um voto crítico em Dilma. Apesar de respeitar os argumentos dos que defendem o voto nulo, deve-se entender que nesse momento não são dois projetos antagônicos que estão em disputa (como querem sustentar os petistas), mas sim duas propostas diferenciadas de um mesmo projeto.
De um lado uma política desenvolvimentista, com forte apoio popular e de uma fração capitalista, mantêm-se numa posição de relativo respeito às soberanias dos povos nos países progressistas da américa latina, mas muito mais para estabelecer relações comerciais do que uma integração social, política, econômica e de caráter anti-imperialista. Prima-se pela continuidade. Continuidade de um governo social-liberal. Em que se pese as críticas (e são muitas), deve-se reconhecer alguns avanços desse governo, principalmente, na área social., vide o PNDH3, respeito às minorias, dentre outras. Contudo, é justamente no social e na política externa em que se sustenta a tese de que esse governo (Lula-2003 a 2010) seria, no mínimo, social-democrata, ou para os mais "otimistas" um governo democrático-popular (no campo tático) rumo ao socialismo (no campo estratégico). Na verdade, trata-se de mascarar que esse governo não tem nada de projeto pró-socialismo, seu verdadeiro caráter é nacional-desenvolvimentista com uma política econômica neoliberal e com uma relativa atenção as demandas sociais. Governo este que apresenta aliança com setores da burguesia, tendo respaldo das maiores centrais sindicais, em que o principal lider (Lula) prega clara aliança de classes, vide a "carta ao povo brasileiro" de 2002 (na ocasião das eleições daquele ano).
De outro, uma política onde tem um porta-voz José Serra, militante do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que quer ressaltar seu suposto caráter popular por ter feito movimento estudantil quando universitário (chegando, inclusive, a ser presidente da UNE em 1963), e, tabém, sua origem humilde - Não é a posição social que faz da pessoa ser ou não progressista ou conservador, revolucionário ou reacionário, e sim seu direcionamento e prática política, ou seja, sua consciência de classe. Serra está ligado a partidos, organizações e personalidades políticas as mais conservadoras, reacionárias e atrasadas, a burgesia mais "anti-popular". Nessas eleições está tentando demonstrar ser estatista, popular, defensor dos interesses do povo brasileiro e dos mais pobres, da ética e da vida. Com isso, faz uma campanha altamente despolitizada, procurando desviar atenção de pautas importantes para questões meramente de trajetória pessoal na vida pública (o mais "experiente") e de ser ou não defensor da vida e da ética, onde se recorre a questão do aborto e das irregularidades políticas, leia-se escândalos de corrupção, como se seu partido e aliados estivessem isentos de tais fatos, vide o caso Roriz (do DEM, principal partido aliado do PSDB). Além desses fatos, se esquiva das privatizações ocorridas no governo de Fernando Henrique Cardoso (1995/1998,1999/2002), no qual Serra foi um dos principais articuladores das privatizações. Ele herda não só o atraso desse governo, do qual fez parte tanto como Ministro do Planejamento (1995-1996), quanto Ministro da Saúde (1998-2002), mas também o atraso de estar intrínsecamente ligado ao setor mais conservador desse país.
Deu para se perceber que há muitas aproximações entre tucanos e petistas, mas há pequenas grandes diferenças. Diferenças essas que fizeram o Partido Comunista Brasileiro (PCB) ressaltar (partido este em que sou militante). Fazendo uma análise coerente, crítica, materialista, histórica e dialética, de acordo com o legado marxista, compreendendo, assim, que é preciso derrotar Serra nas urnas e depois Dilma nas ruas.
Dessa forma, somos oposição a ambas candidaturas e eventuais governos, sem nenhuma ligação a essas campanhas com a clareza de que "A candidatura Dilma move-se numa trajetória conservadora, muito mais preocupada em conciliar com o atraso e consolidar seus apoios no campo burguês do que em promover qualquer alteração de rumo favorável às demandas dos trabalhadores e dos movimentos populares." e que "Contra ela, apesar disso, a direita se move animada pela possibilidade de vitória no segundo turno, agitando bandeiras retrógradas, acenando para uma maior submissão aos interesses dos EUA e ameaçando criminalizar ainda mais as lutas sociais". (Nota Política PCB sobre o segundo turno das eleições 2010)
Votar contra tudo isso, nesse momento, é votar em Dilma Roussef (PT-13), porém, sem ilusões que essa candidata, seu partido, e sua coligação irá fazer mudanças profundas, na realidade do país, trata-se, portanto, de um voto crítico. Além do mais, as duas gestões de Lula, em certa parte, também teve características anti-classe trabalhadora, vide a Reforma da Previdência. Cabe ressaltar, também, sua política econômica neoliberal. O Partido dos Trabalhadores (PT) se envolveu em vários escândalos de corrupção, partido este que alegava ser o "baluarte da ética", para manter-se na governabilidade se aliou, inclusive com Collor, Sarney e cia.
Votar contra Serra, alega-se votar nulo ou, quem sabe, um voto crítico em Dilma. Apesar de respeitar os argumentos dos que defendem o voto nulo, deve-se entender que nesse momento não são dois projetos antagônicos que estão em disputa (como querem sustentar os petistas), mas sim duas propostas diferenciadas de um mesmo projeto.
De um lado uma política desenvolvimentista, com forte apoio popular e de uma fração capitalista, mantêm-se numa posição de relativo respeito às soberanias dos povos nos países progressistas da américa latina, mas muito mais para estabelecer relações comerciais do que uma integração social, política, econômica e de caráter anti-imperialista. Prima-se pela continuidade. Continuidade de um governo social-liberal. Em que se pese as críticas (e são muitas), deve-se reconhecer alguns avanços desse governo, principalmente, na área social., vide o PNDH3, respeito às minorias, dentre outras. Contudo, é justamente no social e na política externa em que se sustenta a tese de que esse governo (Lula-2003 a 2010) seria, no mínimo, social-democrata, ou para os mais "otimistas" um governo democrático-popular (no campo tático) rumo ao socialismo (no campo estratégico). Na verdade, trata-se de mascarar que esse governo não tem nada de projeto pró-socialismo, seu verdadeiro caráter é nacional-desenvolvimentista com uma política econômica neoliberal e com uma relativa atenção as demandas sociais. Governo este que apresenta aliança com setores da burguesia, tendo respaldo das maiores centrais sindicais, em que o principal lider (Lula) prega clara aliança de classes, vide a "carta ao povo brasileiro" de 2002 (na ocasião das eleições daquele ano).
De outro, uma política onde tem um porta-voz José Serra, militante do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que quer ressaltar seu suposto caráter popular por ter feito movimento estudantil quando universitário (chegando, inclusive, a ser presidente da UNE em 1963), e, tabém, sua origem humilde - Não é a posição social que faz da pessoa ser ou não progressista ou conservador, revolucionário ou reacionário, e sim seu direcionamento e prática política, ou seja, sua consciência de classe. Serra está ligado a partidos, organizações e personalidades políticas as mais conservadoras, reacionárias e atrasadas, a burgesia mais "anti-popular". Nessas eleições está tentando demonstrar ser estatista, popular, defensor dos interesses do povo brasileiro e dos mais pobres, da ética e da vida. Com isso, faz uma campanha altamente despolitizada, procurando desviar atenção de pautas importantes para questões meramente de trajetória pessoal na vida pública (o mais "experiente") e de ser ou não defensor da vida e da ética, onde se recorre a questão do aborto e das irregularidades políticas, leia-se escândalos de corrupção, como se seu partido e aliados estivessem isentos de tais fatos, vide o caso Roriz (do DEM, principal partido aliado do PSDB). Além desses fatos, se esquiva das privatizações ocorridas no governo de Fernando Henrique Cardoso (1995/1998,1999/2002), no qual Serra foi um dos principais articuladores das privatizações. Ele herda não só o atraso desse governo, do qual fez parte tanto como Ministro do Planejamento (1995-1996), quanto Ministro da Saúde (1998-2002), mas também o atraso de estar intrínsecamente ligado ao setor mais conservador desse país.
Deu para se perceber que há muitas aproximações entre tucanos e petistas, mas há pequenas grandes diferenças. Diferenças essas que fizeram o Partido Comunista Brasileiro (PCB) ressaltar (partido este em que sou militante). Fazendo uma análise coerente, crítica, materialista, histórica e dialética, de acordo com o legado marxista, compreendendo, assim, que é preciso derrotar Serra nas urnas e depois Dilma nas ruas.
Dessa forma, somos oposição a ambas candidaturas e eventuais governos, sem nenhuma ligação a essas campanhas com a clareza de que "A candidatura Dilma move-se numa trajetória conservadora, muito mais preocupada em conciliar com o atraso e consolidar seus apoios no campo burguês do que em promover qualquer alteração de rumo favorável às demandas dos trabalhadores e dos movimentos populares." e que "Contra ela, apesar disso, a direita se move animada pela possibilidade de vitória no segundo turno, agitando bandeiras retrógradas, acenando para uma maior submissão aos interesses dos EUA e ameaçando criminalizar ainda mais as lutas sociais". (Nota Política PCB sobre o segundo turno das eleições 2010)
Como afirmam Marx & Engels no Manifesto do Partido Comunista: "Pela forma e não pelo conteúdo, a luta do proletariado contra a burguesia é, em primeiro lugar, nacional. Evidentemente, o proletariado de cada país deve acertar as contas com a sua própria burguesia". Assim sendo, devemos ter claro quem é nosso principal adversário nesse momento político do país, o primeiro passo é dar um NÃO ao setor mais conservador nas urnas, isso implica em votar criticamente em Dilma, e depois derrotar com muita mobilização e articulação política todo e qualquer setor que represente os interesses do capital. Diante de que ambas as candidaturas representam em maior ou menor grau esses interesses faz-se necessário derrotar, também, Dilma nas ruas. O voto nulo, apesar de ter boas argumentações a seu favor, pode ser perigoso à classe trabalhadora, pois pode favorecer indiretamente a candidatura mais retrógada (a de Serra), afinal, quem postula o voto nulo, em sua maioria, são setores anti-capitalista da sociedade, isso faz com que um número de votos consideráveis que poderiam sinalizar o voto contra a direita mais reacionária não sejam contabilizados como votos "válidos" e contribua indiretamente para a candidatura Serra - que é unanimidade entre a esquerda (socialista, social-democrata ou anarquista) ser a mais prejudicial à classe trabalhadora.
Em suma, não se trata, portanto, de apenas dizer não a pessoa José Serra, mas sim tudo o que há de mais retrógado em torno de sua candidatura, bem como, não se trata de se aliar ou apoiar a candidatura e um eventual governo de Dilma Rousseff, se trata de dizer não as bases de apoio do capitalismo e do imperialismo, contudo, sem cair em esquerdismo infantil de que tanto faz entre um projeto capitalista notadamente neoliberal em sua face mais perversa ou entre um projeto, também capitalista, com caracterítia social-liberal e menos truculento à classe trabalhadora.
De fato, nenhuma dessas candidaturas atende aos anseios dos trabalhadores na sua totalidade, e só com uma revolução, alterando as bases da estrutura da sociedade capitalista, é que alcaçaremos a emancipação da classe trabalhadora. Por isso afirmo, assim como a nota política do PCB, que "chega de ilusão, o Brasil só muda com revolução!". Nesse sentido, deixa-se claro que nenhuma das duas candidaturas transformará essa sociedade, mas nesse momento precisa-se ter uma visão tática aliada a estratégica e não suprimindo o ponto tático. É melhor ter como situação um governo mais próximo dos valores democráticos e com boas relações com os governos progressistas da América Latina, do que ter um onde se corte relações com esses governos, seja completamente subserviente aos EUA e seja contra aos movimentos sociais.
Pode-se perceber, então, que não se trata de uma vitória da classe trabalhadora a vitória das eleições nem por Dilma nem por Serra, mas trata-se de uma derrota considerável à classe trabalhadora (não apenas brasileira mais da América latina) a vitória dos setores mais reacionários ligados à Serra nessas eleições. E cabe deixar claro, também, que todas as conquistas de direitos à classe trabalhadora foram frutos de muita mobilização, e assim continuará sendo. Por isso, idenpendente da candidatura que saia vencedora, a classe trabalhadora tem que ter claro que só com muita luta que se conseguirá conquistas, e deve ter em mente, também, que não há como humanizar o capitalismo e que é falácia o dito "Estado social de direitos" dentro do sistema capitalista. Assim sendo, está na ordem do dia à luta pelo socialismo, sem cair no que Camilo Moreno alerta: "Os setores da esquerda que pretendem reeditar hoje, inclusive com linguagem marxista, as velhas ilusões reformistas do passado, ou aqueles que fazem um chamado ao 'realismo', ou a construir um 'capitalismo nacional', abandonam na prática o projeto estratégico da revolução a longo prazo e terminam, em última instância, sendo funcionais à reconstrução da hegemonia capitalista." (Texto: América Latina e os desafios da esquerda revolucionária. Para: o rebelion)
"Para nós não se trata de reformar a propriedade privada, mas de aboli-la; não se trata de disfarçar os antagonismo de classe, mas de abolir as classes; não se trata de melhorar a sociedade existente, mas de estabelecer uma nova [...] Nosso grito de guerra será sempre: a revolução permanente!" (Marx, K. Mensagem à Liga Comunista, 1850)
*Alcides Campelo A. Junior é militante do PCB e direção estadual da UJC
em Pernambuco.
Massa camaradas
ResponderExcluirEverton
PCB-SP