“Com influência africana e indígena, é uma dança de roda acompanhada de cantoria e executada em pares, fileiras ou círculos, durante festas populares do litoral e do sertão nordestino. Recebe várias nomenclaturas diferentes, como coco-de-roda, coco-de-embolada, coco-de-praia, coco-do-sertão, coco-de-umbigada, e ainda outros o nominam com o instrumento mais característico da região em que é desenvolvido, como coco-de-ganzá e coco de zambê. Cada grupo recria a dança e a transforma ao gosto da população local...”
Foto: Rennan Peixe |
Respeito à tradição é a batida que embala as “sambadas de coco”, do centro aos subúrbios da região metropolitana do Recife; organizadas por jovens tocadores, poetas e militantes culturais, elas compõem o cenário de resistência e produção cultural da capital pernambucana, haja vista o número crescente de grupos de coco e sambadas. Com datas preestabelecidas, as sambadas reúnem mestres coquistas, tocadores e brincantes, em prol da exaltação desta dança. Os pernambucanos de certo, dançam coco durante todo o ano.
E os Paulistenses recordam o extinto Coco da Aldeia - sambada quilombola e centenária que acontecia no meio do bairro de Paratibe até os primeiros anos do século XXI - junto ao Coco dos Amigos, que acontece todo último domingo do mês a um ano.
Pensado para acontecer em memória e resgate desta história o Coco dos Amigos que é organizado para acontecer em um espaço bastante conhecido no bairro de Paratibe: O Bar e Espaço Cultural Caros Amigos – gerido por camaradas militantes do PCB e UJC, que funciona como espaço de encontro de compositores, poetas, atores, capoeiristas, enxadrezistas e “amigos leitores”; apreciadores da boa música, do vinho, da cerveja, do bate-papo de botequim.
As reuniões de organização da sambada acontecem semanas antes do evento, os pontos de pauta giram em torno da programação e finanças da festa; ações como: coleta e venda de latinhas de alumínio, vendas de rifas e contribuições voluntárias, seguram parte dos gastos que são destinados para pagamento do aluguel do som, transporte e acolhimento dos grupos convidados.
Vários são os entraves enfrentados pela organização para o acontecimento do evento: a vizinhança comercial e domiciliar, os gastos, entre outros; porém nenhum deles superiores ao magnetismo que cada brincante traz ao bairro de Paratibe uma vez por mês.
E foram esses entraves que fizeram com que o grupo que organiza o “coco” levasse a sambada para outro local: a Quadra do Mangueirão, na entrada de Paratibe - palco para a execução de peças de teatro ao ar livre, atividades culturais promovidas pelo Escambo Coletivo e no ciclo junino o Arraial da Chave.
Montado o som, dando-se início a sambada; os brincantes são saudados com a participação de poetas locais e convidados, “o microfone é aberto” enquanto o primeiro grupo de coco monta seus instrumentos e passa o som. As rifas são anunciadas, os brincantes vão chegando e acomodando-se como querem afinal o “coco é de roda”.
A composição do festejo se dá por volta das 19:00 quando o salão do Bar e Espaços Cultural Caros Amigos ou a Quadra do Mangueirão se transforma numa grande roda de coco, os corpos suam, enquanto Mestre como Zeca do Rolete, Dona Déo, Nil e os grupos convidados tocam seus pandeiros, ganzás e bombos. A tradição oral é cantada e repetida em coro pelos brincantes. Cada grupo faz sua apresentação e convidando mestres e tocadores para participar.
Núcleo de Cultura UJC - PE
*O Coco dos Amigos acontece no último domingo do mês no Bar e Espaço Cultural Caros Amigos em Paulista - PE.
Mais informações:
A ÚLTIMA SAMBADA DO ANO SERÁ DIA 29-12-2013 ÀS 15h
TOD@S CONVIDAD@S!!
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