"Se você treme de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros." (Che Guevara)

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Desocupamos a Reitoria, mas não abandonamos a luta!

O Conselho Universitário tomou a decisão de aprovar a entrada da “Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares” (EBSERH), para a gestão do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). E isso só ocorreu devido ao método golpista promovido pelo Reitor Anísio Brasileiro, que descumpriu compromissos assumidos através de farta divulgação, quando ainda em campanha para a Reitoria. A reunião do Conselho foi uma aula de autoritarismo, manipulação e golpe, procedimentos estes que se imaginavam guardados nos arquivos da ditadura.


Diante dessa situação e compreendendo que a entrada da EBSERH significa o início de um processo sorrateiro de privatização do Hospital das Clínicas o movimento estudantil, através das diversas forças e organizações que o compõe, com apoio de servidores e professores, decidiu pela ocupação do prédio da Reitoria da UFPE. 

Arquivo UJC-PE

O movimento estudantil, os sindicatos, funcionários, professores, usuários, assim como a população em geral, acompanharam as movimentações sobre a ocupação da Reitoria da UFPE, entendendo como justa a luta dos ocupantes para barrar o golpe promovido pelo “Magnífico” Reitor Anísio Brasileiro em nome de um alinhamento com a política nacional privatista do Governo Federal que vem acontecendo em todo o Brasil.

Na quarta-feira (04/12), com a ação de reintegração de posse do prédio da Reitoria executado pela Policia Federal, o Reitor apresentou a sua face manipuladora, com discurso de vitimização, esquecendo as suas promessas que apontavam o compromisso no seu panfleto de campanha: “Manutenção do caráter público do HC e Escolha dos seus dirigentes a partir de consulta à comunidade”. Além do quarto ponto que apresentava o compromisso de barrar a Medida Provisória que implantaria a EBSERH no HC: “Posicionamento contrário à MP 520 e defesa da ampliação do quadro de servidores do HC por meio de concurso público”.

Com todos esses agravantes e diante da postura antidemocrática do Reitor e da mídia que de forma hegemônica adota a visão do opressor, foi montado um circo para forjar uma aparência de diálogo entre a direção da UFPE e os estudantes, impossibilitando a tentativa de negociação com a ameaça de que a desocupação aconteceria de qualquer forma ainda naquela quarta, ou no mais tardar na madrugada da quinta. 

Quando da saída do sr. Reitor e seus assessores e seguranças, se ampliaram as tensões, provocações, preocupações de todas as pessoas presentes no prédio da Reitoria.

Os estudantes decidiram continuar resistindo, porém com a chegada da Policia Federal às 2h da manhã da quinta-feira (05/12), realizaram uma assembleia que decidiu pela saída pacífica de todos em segurança, para evitar qualquer ação truculenta policial e permanecer na luta para barrar a EBSERH e manter a autonomia universitária. Na saída entoaram palavras de ordem para demonstrar que o ânimo para revogar a aprovação do convênio não tinha sido abalado mesmo com a desocupação do prédio.

Em relação aos fatos ocorridos durante e logo após a desocupação do prédio, caso tenham sido provocados por alguns estudantes, não teve apoio da maioria deles, que claramente, em votação tinham optado pela saída pacífica. 

Assim sendo esperamos que a Reitoria não se prenda aos fatos da “depredação” do patrimônio da UFPE, tentando generalizar e criminalizar os movimentos e organizações estudantis, sociais e partidárias, e, deixando de lado o debate sobre esse processo escandaloso de privatização e precarização do trabalho no Hospital das Clínicas.

Nós que fazemos parte da União da Juventude Comunista (UJC) e do Partido Comunista Brasileiro (PCB) reiteramos que a luta pela educação, saúde e contra qualquer processo de privatização dos bens públicos do povo brasileiro deve ser combatido. 

Lutamos e estamos dispostos a lutar contra o capitalismo e todas as suas formas de atuação, seja privatizando serviços de interesse público, como saúde e educação, seja promovendo processo de privatização de setores estratégicos de nosso País, como a exploração da camada de pré-sal, energia, água, portos, aeroportos e outros produtos e riquezas nacionais, que comprometam os interesses dos trabalhadores.

Por uma Universidade Popular.
Pelo Socialismo.


União da Juventude Comunista (UJC)
Partido Comunista Brasileiro (PCB)

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