Nota Política do Partido Comunista Brasileiro sobre o #Ocupeestelita
O Recife amanheceu neste 17 de junho, sob o forte impacto das ações da tropa de choque da Polícia Militar de Pernambuco, que mais uma vez macula sua imagem com medidas ultrajantes e repressivas contra os participantes do movimento OcupeEstelita.
O OcupeEstelita é um movimento que vem sendo construído por pessoas, majoritariamente jovens, que tomaram a decisão de enfrentar um dos mais perversos projetos de agressão urbana à cidade do Recife. Hoje consegue através das redes sociais despertarem a discussão sobre “em que tipo de cidade e de mundo desejamos viver e compartilhar”, indo além dos horizontes do Cais José Estelita.
Essa área é uma das mais belas da cidade do Recife, um cartão postal, fincada na Bacia do Pina, no São José, um dos bairros mais antigos do Recife, onde está instalado o Forte das Cinco Pontas, última construção holandesa de1630 e onde fuzilaram Frei Caneca em 1825.
O projeto que o consórcio denominado ironicamente de “Novo Recife”, vem tentando impor a cidade se compõe de 12 torres de 40 andares, criando uma muralha que esconderá uma das mais significativas paisagens do Recife, que tem em seu Código de Meio Ambiente, artigos que determinam a “preservação de paisagens históricas ambientais”, sem falar nos problemas de mobilidade urbana e de preservação do patrimônio histórico existente na área.
No dia 21 de maio passado, enquanto o movimento OcupeEstelita debatia propostas em seu site “Direitos Urbanos” e o Instituto de Patrimônio Histórico (IPHAN) analisava os impactos ao patrimônio histórico, os senhores do capital imobiliário, organizados no Consórcio, conseguiram com a prefeitura do Recife, ninguém explica como, licença para demolir os históricos armazéns. Isso iniciado no começo da noite, mas denunciado por pessoas que passavam no local, o que fez com que um dos membros dos Direitos Urbanos fosse ao local e fotografasse o que estava ocorrendo, sendo logo espancado pelos seguranças das imobiliárias que ainda apreenderam sua câmara e roubaram a sua memória. Isso provocou mobilização convocada pela rede do facebook, e no dia seguinte a obra foi embargada pelo Ministério Público Federal.