"Se você treme de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros." (Che Guevara)

quinta-feira, 24 de março de 2011

DECLARAÇÃO DO PARTIDO COMUNISTA SOBRE PASSAGEM DE OBAMA NO CHILE

PARTIDO COMUNISTA DO CHILE

O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de visita ao Chile não respondeu à postura da população para que reconhecesse um “mea culpa” pela brutal intromissão norte americana nos assuntos internos do Chile na década de 70, que culminara com o criminoso golpe de estado contra o Presidente constitucional do nosso país, Salvador Allende, e que desatara o terrorismo de estado com uma seqüela de milhares de vítimas, desaparecidos, torturados, presos, exonerados, exilados e relegados.

Não há resposta para os familiares dos desaparecidos que clamam desde mais de 3 décadas por verdade e justiça. E mais, em uma grosseira deformação, Obama os compara às chamadas “damas de branco” em Cuba, financiadas pelos EUA para tratar de desestabilizar o governo revolucionário.

Ainda mais, o Presidente Obama não acordou nenhum compromisso de não intervenção norte americana nos assuntos internos dos nossos países que detenha as tentativas golpistas que se realizam contra países que os EUA consideram contrários a sua esfera de influencia e que tampouco exime Chile dessa possibilidade no futuro.

Em sua pública mensagem às Américas, o presidente Obama reiterou sensos comuns, fórmulas gastas – como a Aliança para o Progresso de Kennedy e a ALCA de Bush pai – que dizer, “muito barulho e poucas nozes”.

Justifica os ataques ao território da Líbia alegando que os EUA jogam um papel secundário, dando a entender que se diferencia do que fez Bush no Iraque. Fica claro, entretanto, que é a mesma política que encoberta pretextos distintos e está destinada a apoderar-se das reservas de petróleo e gás da zona.

Rechaçamos terminantemente o apoio que Piñera expressou sobre o ataque ao território e ao povo líbio.

A visita de Obama ao Chile somente servirá como publicidade ao governo da direita e para tratar de fechar o chamado “processo de transição” que, sem dúvida, contou com o apoio dos Estados Unidos.

O povo chileno deve continuar lutando pela verdade e justiça, pela autodeterminação, contra a ingerência nos assuntos dos estados e por um tratamento igualitário nas relações internacionais com todos os países do mundo para defender a paz, a proteção do planeta e a raça humana em perigo pelo modelo econômico e social que se pretendem impor desde Washington.

Santiago, 21 de Março de 2011

Traduzido por Coletivo Paulo Petry, núcleo do PCB/UJC em Cuba

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