"Se você treme de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros." (Che Guevara)

terça-feira, 29 de abril de 2014

NOTA POLÍTICA DA UJC SOBRE AS ELEIÇÕES DO DCE-UFPE 2014

Reprodução



A União da Juventude Comunista (UJC) vem tornar público seus posicionamentos sobre o processo eleitoral para o Diretório Central d@s Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

O Movimento Estudantil (ME) há tempos vivencia momentos de oscilações entre erupção de grandes manifestações e o descenso restrito a algumas lutas pontuais. O ME da UFPE além de passar por esse processo sofre da grande dispersão e fragmentação de grupos e pautas. A ausência do DCE faz falta para a organização e unificação das lutas na UFPE, tanto para as pautas estudantis, quanto para a articulação com os setores técnico-administrativos e professores. A UJC entende que a reorganização passa pela base do movimento, através do fortalecimento dos Diretórios e Centros Acadêmicos (DA e CA), bem como do DCE. É por isso que a UJC se colocou, desde o início dos debates sobre o pleito, a favor das eleições, colaborando ativamente para que ocorresse. Avaliamos que as eleições propiciariam um rico espaço de disputa de projetos políticos e mais uma possibilidade de realização de trabalho de base.

Assim, apesar do regimento eleitoral contar com inúmeros pontos aprovados à revelia de nossa posição (como a possibilidade de boca-de-urna e votos inválidos contarem para o quórum), a UJC decidiu participar do processo oficialmente como chapa (Chapa 1: Por uma Universidade Popular!), junto com a Unidade Vermelha e demais estudantes sem organização partidária. O nosso principal objetivo, desde o início, foi a constituição do Movimento por uma Universidade Popular (MUP) em Pernambuco, sendo esse o primeiro momento de aproximação mais sólida entre os interessados nessa tarefa. Ao final do processo, a chapa achou por bem se retirar da disputa por vários motivos (veja a carta completa: https://dl.dropboxusercontent.com/u/19134226/carta-MUP.pdf), dentre eles a fragmentação da esquerda, que em nada contribui para outro projeto de universidade para além dos interesses do capital. 

Terminado o pleito eleitoral, na madrugada do dia 25 e 26 a comissão eleitoral apurou os votos, sendo contabilizados 5.087 votantes, não atingindo, portanto o quórum estabelecido de 15% (7.850) d@s estudantes da UFPE, e assim, acertadamente, as eleições foram impugnadas. Esse é um fato que aponta para a óbvia constatação sobre distanciamento entre a base estudantil e os grupos políticos organizados nesta universidade. Crítica que deve ser feita a todas as organizações e autocrítica assumida por nós da UJC. 

Além disso, impera o senso comum de que a política é atividade imoral (alimentado, inclusive, inconscientemente, por grupos políticos organizados na UFPE), mas que tem como um fator determinante os próprios desvios militante de algumas organizações – partidárias ou não, é bom ressaltar – que usam frequentemente de mecanismos de aparelhamento do DA's, oportunismo em espaços de luta visando autoconstrução, falta de mobilização da base para participação de outras lutas por causa de ligação governista, concepção de um movimento estudantil dirigido por cúpula, etc. 

Apesar de todos os contratempos ocorridos, a UJC avalia que tomamos a decisão correta em relação à participação oficial nas eleições, mesmo posicionamento da Unidade Vermelha, pois finalizado o processo ambas as organizações e demais pessoas envolvidas de alguma forma com a chapa apontam de fato para a constituição do MUP, tocando o movimento para além de eleições. 

A conformação do Movimento é um imperativo da realidade, hoje com a esquerda fragmentada, na defensiva e sem um rumo estratégico a seguir no meio universitário. Precisamos fazer da universidade brasileira mais um espaço de germinação do Poder Popular, um espaço de luta por uma sociedade emancipada do capital, um espaço de luta, enfim, pelo Socialismo. A reconstrução do movimento estudantil só se dará com um rumo estratégico bem definido, a que chamamos de Universidade Popular, através de mobilização pela base estudantil e com lutas ligadas aos anseios de toda a classe trabalhadora, transbordando os muros da UFPE. 

Seguiremos na luta e conclamamos a esquerda revolucionária a desenvolver a unidade na prática militante. Que a próxima eleição do DCE-UFPE se dê com esse setor da esquerda menos fragmentado, para que sejamos vitoriosos na luta pela por um movimento estudantil combativo e revolucionário e por uma educação critica, emancipadora e popular. 

União da Juventude Comunista
Ousar lutar, ousar Vencer!

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