"Se você treme de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros." (Che Guevara)
quarta-feira, 31 de março de 2010
sexta-feira, 26 de março de 2010
Boletim Ousar Lutar, Ousar Vencer!
Esse é o conteúdo do nosso boletim no movimento estudantil da UFPE. Segue logo abaixo o boletim.
Boletim OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER! (Número I, Março/2010)
A União da Juventude Comunista (UJC) deseja as boas vindas aos novos estudantes da UFPE com uma saudação: BEM VINDOS À LUTA! ...Conseguir passar do “funil” chamado vestibular pode ser uma vitoria individual, contudo é uma perda coletiva, visto que milhões de jovens ficam de fora de uma universidade pública, estes para conseguir fazer uma faculdade se sacrificam de todas as formas possíveis e muitas vezes desistem no meio do caminho, pois não conseguem custear uma universidade privada.
A UJC defende acesso universal à universidade, “que ela se pinte de negro, de mulato, não só os alunos, mas também os professores; que se pinte de operário, camponês que se pinte de povo”, (Che Guevara). Nós lutamos por uma Universidade que a produção de conhecimento seja elaborada pelo e para o povo, em busca da emancipação da classe trabalhadora. Sabemos que a Universidade Popular não se realizará plenamente nesta sociedade regida pelo capital, mas compreendemos que devemos ir além do debate sobre qualidade e resistência às políticas governamentais.
Estaremos junto com os estudantes em cada luta pela democratização da Universidade, na luta por acesso e permanência, na resistência contra as ofensivas do capital às universidades e em prol de uma UNIVERSIDADE POPULAR onde ciência e tecnologia devem ser bases para a construção de um projeto popular de transformação social, exigindo do movimento estudantil que postule uma Universidade ao lado daquela a quem deve servir: o povo!
Nesse sentido, não ficamos “presos aos muros da universidade”, as lutas estudantis devem estar associadas às lutas gerais. Seja na Campanha O PETRÓLEO TEM QUE SER NOSSO! Seja pela REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO, SEM REDUÇÃO DOS SALÁRIOS!
Contudo, temos muito ainda o que fazer na UFPE, e nossa luta se dará no Movimento por uma Universidade Popular! PELA ABERTURA IMEDIATA DO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO COM BANDEJÃO GRATUITO! Com isso convocamos todos os estudantes numa luta ÚNICA num Movimento Pró-RU Gratuito e Já! Que esse movimento não seja de força A nem B, mas sim da luta conjunta de todos estudantes. O movimento estudantil precisar superar a infantilidade de cada grupo político construir o “seu” ato em prol do RU, devemos somar forças a uma luta árdua e que é de todos.
A hora é de OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!
Boletim OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER! (Número I, Março/2010)
A União da Juventude Comunista (UJC) deseja as boas vindas aos novos estudantes da UFPE com uma saudação: BEM VINDOS À LUTA! ...Conseguir passar do “funil” chamado vestibular pode ser uma vitoria individual, contudo é uma perda coletiva, visto que milhões de jovens ficam de fora de uma universidade pública, estes para conseguir fazer uma faculdade se sacrificam de todas as formas possíveis e muitas vezes desistem no meio do caminho, pois não conseguem custear uma universidade privada.
A UJC defende acesso universal à universidade, “que ela se pinte de negro, de mulato, não só os alunos, mas também os professores; que se pinte de operário, camponês que se pinte de povo”, (Che Guevara). Nós lutamos por uma Universidade que a produção de conhecimento seja elaborada pelo e para o povo, em busca da emancipação da classe trabalhadora. Sabemos que a Universidade Popular não se realizará plenamente nesta sociedade regida pelo capital, mas compreendemos que devemos ir além do debate sobre qualidade e resistência às políticas governamentais.
Estaremos junto com os estudantes em cada luta pela democratização da Universidade, na luta por acesso e permanência, na resistência contra as ofensivas do capital às universidades e em prol de uma UNIVERSIDADE POPULAR onde ciência e tecnologia devem ser bases para a construção de um projeto popular de transformação social, exigindo do movimento estudantil que postule uma Universidade ao lado daquela a quem deve servir: o povo!
Nesse sentido, não ficamos “presos aos muros da universidade”, as lutas estudantis devem estar associadas às lutas gerais. Seja na Campanha O PETRÓLEO TEM QUE SER NOSSO! Seja pela REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO, SEM REDUÇÃO DOS SALÁRIOS!
Contudo, temos muito ainda o que fazer na UFPE, e nossa luta se dará no Movimento por uma Universidade Popular! PELA ABERTURA IMEDIATA DO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO COM BANDEJÃO GRATUITO! Com isso convocamos todos os estudantes numa luta ÚNICA num Movimento Pró-RU Gratuito e Já! Que esse movimento não seja de força A nem B, mas sim da luta conjunta de todos estudantes. O movimento estudantil precisar superar a infantilidade de cada grupo político construir o “seu” ato em prol do RU, devemos somar forças a uma luta árdua e que é de todos.
A hora é de OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!
quarta-feira, 24 de março de 2010
POR QUE O PCB VAI APRESENTAR CANDIDATURA PRÓPRIA NAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS
POR QUE O PCB VAI APRESENTAR CANDIDATURA PRÓPRIA NAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS
(Nota Política do PCB)
O PCB julga-se no dever de esclarecer:
1 - Não nos imiscuímos em assuntos internos de outros partidos. Assim sendo, como partido, não temos nem preferências nem vetos em relação aos dignos e valorosos companheiros do PSOL que disputam internamente a indicação como candidato à Presidência da República.
2 - Em programa institucional no próximo dia 25 de março, em cadeia nacional de rádio e televisão, informamos ao povo brasileiro a determinação de nos apresentarmos nas eleições presidenciais deste ano com identidade própria, sem prejuízo de coligações, no campo da oposição de esquerda, em algumas eleições estaduais. A data do anúncio coincide com o aniversário de 88 anos do PCB, fundado em 25 de março de 1922.
3 - Esta atitude é conseqüente com nossa postura desde o início de 2006, quando já deixávamos claro que não estávamos procurando uma mera coligação eleitoral e muito menos candidaturas, mas a construção de um bloco na perspectiva de uma frente anti-imperialista e anticapitalista permanente, para além do PCB, PSOL e PSTU (incluindo movimentos e organizações populares) e para além das eleições.
4 - Em 2006, a coligação eleitoral então denominada "Frente de Esquerda" dissolveu-se, na prática, dois meses antes das eleições. Suas únicas reuniões, até junho de 2006, tiveram como pauta exclusiva os acordos em torno de candidaturas. Desde então, não houve qualquer reunião trilateral e, no caso pelo menos do PCB, nem bilateral, além de episódicos e superficiais contatos regionais.
5 - Para o PCB, foi equivocado o desinteresse em discussões sobre a conjuntura, a tática e estratégia dos caminhos ao socialismo, que gerassem consensos programáticos. Fizemos em 2006 uma campanha presidencial sem programa, abrindo espaço para a então candidata da coligação expor suas opiniões pessoais que, em muitos casos, não correspondiam nem às do seu próprio partido.
6 - Jamais, enquanto partidos, confrontamos nossos pontos de vista sobre qualquer tema, sendo que em alguns temos divergências importantes, algumas inconciliáveis. Entre estas, há questões que nos são muito caras, como a necessidade de criação de uma organização intersindical classista que seja baseada na centralidade da luta do trabalho contra o capital, a atualidade da construção de uma frente anticapitalista e anti-imperialista para além do economicismo e das eleições e o internacionalismo proletário, com a solidariedade firme e inequívoca à Revolução Socialista cubana, aos processos de mudanças na Venezuela e na Bolívia, ao povo palestino e aos demais povos em luta.
7 - Sempre defendemos a necessidade de uma construção programática que envolvesse muito mais que os três partidos da Frente de Esquerda, com vistas à formulação de uma alternativa de poder que venha a se contrapor ao bloco conservador, como ponto de partida de possíveis coligações eleitorais, evitando que a disputa e decisão sobre os nomes e candidatos ocorra antes e, na maioria das vezes, no lugar da discussão programática de eixos mínimos que possam representar a reorganização de um bloco revolucionário do proletariado.
8 - No entanto, estamos no final de março de 2010 e até agora só temos notícias das intenções dos partidos que compuseram aquela coligação pelos meios de comunicação ou por informes que nos chegam sobre o processo de escolha de candidatura presidencial no PSOL, que começou com a opção de Heloísa Helena por disputar o Senado, depois o desencontro previsível com Marina Silva e agora com a disputa interna ainda em curso.
9 - Não podemos deixar de registrar também nossa contrariedade com os rumos tomados pela então Frente de Esquerda, no que tange aos parlamentares eleitos com a soma de votos de dezenas de candidatos dos três partidos que a compuseram. Os mandatos, em especial os de âmbito nacional, não contribuíram para a unidade e a continuidade da mesma. Como acontece com os partidos convencionais, foram tratados como de propriedade dos eleitos, sem qualquer interação ou mesmo consulta política aos partidos que os elegeram. A preocupação principal desses mandatos foi garantir a própria reeleição.
10 - Queremos manter com os partidos, organizações e movimentos classistas que, como nós, vêem a ruptura do capitalismo como a única possibilidade de transição para o socialismo, uma relação independente, baseada em consensos programáticos e na ação unitária no movimento de massas, o que não significa necessariamente estarmos juntos nas mesmas entidades, organizações e coligações.
PCB - Partido Comunista Brasileiro Comitê Central
22 de março de 2010
(Nota Política do PCB)
O PCB julga-se no dever de esclarecer:
1 - Não nos imiscuímos em assuntos internos de outros partidos. Assim sendo, como partido, não temos nem preferências nem vetos em relação aos dignos e valorosos companheiros do PSOL que disputam internamente a indicação como candidato à Presidência da República.
2 - Em programa institucional no próximo dia 25 de março, em cadeia nacional de rádio e televisão, informamos ao povo brasileiro a determinação de nos apresentarmos nas eleições presidenciais deste ano com identidade própria, sem prejuízo de coligações, no campo da oposição de esquerda, em algumas eleições estaduais. A data do anúncio coincide com o aniversário de 88 anos do PCB, fundado em 25 de março de 1922.
3 - Esta atitude é conseqüente com nossa postura desde o início de 2006, quando já deixávamos claro que não estávamos procurando uma mera coligação eleitoral e muito menos candidaturas, mas a construção de um bloco na perspectiva de uma frente anti-imperialista e anticapitalista permanente, para além do PCB, PSOL e PSTU (incluindo movimentos e organizações populares) e para além das eleições.
4 - Em 2006, a coligação eleitoral então denominada "Frente de Esquerda" dissolveu-se, na prática, dois meses antes das eleições. Suas únicas reuniões, até junho de 2006, tiveram como pauta exclusiva os acordos em torno de candidaturas. Desde então, não houve qualquer reunião trilateral e, no caso pelo menos do PCB, nem bilateral, além de episódicos e superficiais contatos regionais.
5 - Para o PCB, foi equivocado o desinteresse em discussões sobre a conjuntura, a tática e estratégia dos caminhos ao socialismo, que gerassem consensos programáticos. Fizemos em 2006 uma campanha presidencial sem programa, abrindo espaço para a então candidata da coligação expor suas opiniões pessoais que, em muitos casos, não correspondiam nem às do seu próprio partido.
6 - Jamais, enquanto partidos, confrontamos nossos pontos de vista sobre qualquer tema, sendo que em alguns temos divergências importantes, algumas inconciliáveis. Entre estas, há questões que nos são muito caras, como a necessidade de criação de uma organização intersindical classista que seja baseada na centralidade da luta do trabalho contra o capital, a atualidade da construção de uma frente anticapitalista e anti-imperialista para além do economicismo e das eleições e o internacionalismo proletário, com a solidariedade firme e inequívoca à Revolução Socialista cubana, aos processos de mudanças na Venezuela e na Bolívia, ao povo palestino e aos demais povos em luta.
7 - Sempre defendemos a necessidade de uma construção programática que envolvesse muito mais que os três partidos da Frente de Esquerda, com vistas à formulação de uma alternativa de poder que venha a se contrapor ao bloco conservador, como ponto de partida de possíveis coligações eleitorais, evitando que a disputa e decisão sobre os nomes e candidatos ocorra antes e, na maioria das vezes, no lugar da discussão programática de eixos mínimos que possam representar a reorganização de um bloco revolucionário do proletariado.
8 - No entanto, estamos no final de março de 2010 e até agora só temos notícias das intenções dos partidos que compuseram aquela coligação pelos meios de comunicação ou por informes que nos chegam sobre o processo de escolha de candidatura presidencial no PSOL, que começou com a opção de Heloísa Helena por disputar o Senado, depois o desencontro previsível com Marina Silva e agora com a disputa interna ainda em curso.
9 - Não podemos deixar de registrar também nossa contrariedade com os rumos tomados pela então Frente de Esquerda, no que tange aos parlamentares eleitos com a soma de votos de dezenas de candidatos dos três partidos que a compuseram. Os mandatos, em especial os de âmbito nacional, não contribuíram para a unidade e a continuidade da mesma. Como acontece com os partidos convencionais, foram tratados como de propriedade dos eleitos, sem qualquer interação ou mesmo consulta política aos partidos que os elegeram. A preocupação principal desses mandatos foi garantir a própria reeleição.
10 - Queremos manter com os partidos, organizações e movimentos classistas que, como nós, vêem a ruptura do capitalismo como a única possibilidade de transição para o socialismo, uma relação independente, baseada em consensos programáticos e na ação unitária no movimento de massas, o que não significa necessariamente estarmos juntos nas mesmas entidades, organizações e coligações.
PCB - Partido Comunista Brasileiro Comitê Central
22 de março de 2010
sexta-feira, 19 de março de 2010
GREGÓRIO BEZERRA:UM EXEMPLO DE REVOLUCIONÁRIO
GREGÓRIO BEZERRA:UM EXEMPLO DE REVOLUCIONÁRIO
PCB ENTREGA, EM RECIFE, A MEDALHA DINARCO REIS, IN MEMORIAM, A JURANDIR, ÚNICO FILHO VIVO DE GREGÓRIO BEZERRA
"Em 1935, a gente tinha armas, mas não tinha massa; Em 1964, a gente tinha massa, mas não tinha armas." (Gregório Bezerra)
Sem subestimar o fundamental papel dos intelectuais revolucionários, é impressionante como a inserção de um comunista na massa, como um peixe dentro da água, lhe permite, com uma sábia simplicidade, resumir e transmitir ao povo teses de importância prática e teórica.
Com a pequena frase citada em epígrafe, Gregório Bezerra conseguiu caracterizar aqueles que talvez tenham sido os dois maiores erros políticos da heróica, porém pendular, história do PCB, e que trouxeram grandes prejuízos para o Partido e para as massas.
De um lado, critica o baluartismo, o espontaneismo, o foquismo e a subestimação das massas, no levante militar de 1935.
De outro, critica o reformismo, a ilusão de classe e a subestimação da natureza da democracia burguesa, antes do golpe militar de 1964.
Em expressivo e fraterno ato público no último dia 13 de março, no Recife, em que se celebravam 110 anos de nascimento de Gregório Bezerra, o PCB concedeu-lhe, in memoriam, a Medalha Dinarco Reis, com que homenageia anualmente cinco camaradas que honram a história do Partido.
A amplitude e o pluralismo do ato mostraram que Gregório extrapola o PCB.
O ato teve seu momento mais emocionante quando o músico, poeta, cantor e compositor Vital Farias, militante do PCB no Estado da Paraíba, apresentou duas peças musicais que preparou especialmente para o evento, em homenagem à memória de Gregório: um réquiem e uma "incelença", que contaram com a participação do músico Luiz Wagner, também do PCB, e de alguns dos filhos de Vital.
Ivan Pinheiro Secretário Geral do PCB
PCB ENTREGA, EM RECIFE, A MEDALHA DINARCO REIS, IN MEMORIAM, A JURANDIR, ÚNICO FILHO VIVO DE GREGÓRIO BEZERRA
"Em 1935, a gente tinha armas, mas não tinha massa; Em 1964, a gente tinha massa, mas não tinha armas." (Gregório Bezerra)
Sem subestimar o fundamental papel dos intelectuais revolucionários, é impressionante como a inserção de um comunista na massa, como um peixe dentro da água, lhe permite, com uma sábia simplicidade, resumir e transmitir ao povo teses de importância prática e teórica.
Com a pequena frase citada em epígrafe, Gregório Bezerra conseguiu caracterizar aqueles que talvez tenham sido os dois maiores erros políticos da heróica, porém pendular, história do PCB, e que trouxeram grandes prejuízos para o Partido e para as massas.
De um lado, critica o baluartismo, o espontaneismo, o foquismo e a subestimação das massas, no levante militar de 1935.
De outro, critica o reformismo, a ilusão de classe e a subestimação da natureza da democracia burguesa, antes do golpe militar de 1964.
Em expressivo e fraterno ato público no último dia 13 de março, no Recife, em que se celebravam 110 anos de nascimento de Gregório Bezerra, o PCB concedeu-lhe, in memoriam, a Medalha Dinarco Reis, com que homenageia anualmente cinco camaradas que honram a história do Partido.
A amplitude e o pluralismo do ato mostraram que Gregório extrapola o PCB.
O ato teve seu momento mais emocionante quando o músico, poeta, cantor e compositor Vital Farias, militante do PCB no Estado da Paraíba, apresentou duas peças musicais que preparou especialmente para o evento, em homenagem à memória de Gregório: um réquiem e uma "incelença", que contaram com a participação do músico Luiz Wagner, também do PCB, e de alguns dos filhos de Vital.
Ivan Pinheiro Secretário Geral do PCB
quarta-feira, 17 de março de 2010
Nota Publica da UJC - RU UFRPE
Nota Publica da UJC - RU UFRPE
Há quatro anos os estudantes da UFRPE vem numa luta incansável pela abertura do Restaurante Universitário. Foram várias as atividades que buscavam comprovar na prática a possibilidade de se fornecer alimento a preço popular e de qualidade, haja vista as outras universidades federais que não apenas possuem preço popular , como por exemplo a UFRA, UFPB, UFRB entre outras, em que o bandejão é gratuito. No entanto, após quatro anos de protelação o REItor da UFRPE reabre o RU num processo que foi distorcido desde seu início. A começar pelo fato de que o restaurante foi transformado num balcão de negócios, revelando o verdadeiro caráter não só desta administração, mas o caráter do modelo educacional brasileiro que possui uma visão verdadeiramente mercadológica. E é visando o lucro, que após esse leilão do nosso RU, o REItor de maneira autoritária coloca para a comunidade acadêmica que o preço do bandejão seria no valor de 6,00 reais, três vezes mais caro que o até então “líder do rancking” restaurante de Brasília que é a 2,00 reais.
Nós não poderíamos ficar calados diante desta afronta aos nossos direitos, e não ficamos. Demos início a um levante estudantil, fizemos atos, assembléias, discussões, até que ontem, dia 15 de março 2010, levamos esta luta até as ultimas conseqüências e ocupamos o restaurante universitário. E neste primeiro dia de ocupação conseguimos um recuo importantíssimo da administração: baixar o preço pela metade. Mas a nossa luta não acabou, temos a clareza de que por se tratar de assistência estudantil e não de caridade, não queremos um preço baixo, queremos a gratuidade. Sabemos que a nossa luta será árdua, mas não vamos recua um milímetro da nossa pauta de reivindicação: queremos gratuidade no bandejão, queremos estágios para os cursos ligados a áreas gastronômicas e agrárias, queremos a extinção das taxas da universidade, queremos ter o direito de lutar por aquilo que acreditamos sem sermos retaliados e perseguidos. E é neste sentido que pedimos o apoio de toda a comunidade acadêmica da UFRPE como também, a todos os lutadores e lutadoras dos movimentos sociais que historicamente lutam ao nosso lado, para essa importante empreitada, não apenas um apoio político, como também precisamos da presença de todos na ocupação, para mostrar aos estudantes que não estamos sozinhos e que essa luta é de todos nós.
Aguardamos a todos com muito entusiasmo e energia para OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER
RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO NÃO É COMÉRCIO!!!!!
ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL NÃO É ESMOLA!!!!!
PELO BANDEJÃO GRATUITO JÁ!!!!!
UNIÃO DA JUVENTUDE COMUNISTA - UJC
UJC/PE
Há quatro anos os estudantes da UFRPE vem numa luta incansável pela abertura do Restaurante Universitário. Foram várias as atividades que buscavam comprovar na prática a possibilidade de se fornecer alimento a preço popular e de qualidade, haja vista as outras universidades federais que não apenas possuem preço popular , como por exemplo a UFRA, UFPB, UFRB entre outras, em que o bandejão é gratuito. No entanto, após quatro anos de protelação o REItor da UFRPE reabre o RU num processo que foi distorcido desde seu início. A começar pelo fato de que o restaurante foi transformado num balcão de negócios, revelando o verdadeiro caráter não só desta administração, mas o caráter do modelo educacional brasileiro que possui uma visão verdadeiramente mercadológica. E é visando o lucro, que após esse leilão do nosso RU, o REItor de maneira autoritária coloca para a comunidade acadêmica que o preço do bandejão seria no valor de 6,00 reais, três vezes mais caro que o até então “líder do rancking” restaurante de Brasília que é a 2,00 reais.
Nós não poderíamos ficar calados diante desta afronta aos nossos direitos, e não ficamos. Demos início a um levante estudantil, fizemos atos, assembléias, discussões, até que ontem, dia 15 de março 2010, levamos esta luta até as ultimas conseqüências e ocupamos o restaurante universitário. E neste primeiro dia de ocupação conseguimos um recuo importantíssimo da administração: baixar o preço pela metade. Mas a nossa luta não acabou, temos a clareza de que por se tratar de assistência estudantil e não de caridade, não queremos um preço baixo, queremos a gratuidade. Sabemos que a nossa luta será árdua, mas não vamos recua um milímetro da nossa pauta de reivindicação: queremos gratuidade no bandejão, queremos estágios para os cursos ligados a áreas gastronômicas e agrárias, queremos a extinção das taxas da universidade, queremos ter o direito de lutar por aquilo que acreditamos sem sermos retaliados e perseguidos. E é neste sentido que pedimos o apoio de toda a comunidade acadêmica da UFRPE como também, a todos os lutadores e lutadoras dos movimentos sociais que historicamente lutam ao nosso lado, para essa importante empreitada, não apenas um apoio político, como também precisamos da presença de todos na ocupação, para mostrar aos estudantes que não estamos sozinhos e que essa luta é de todos nós.
Aguardamos a todos com muito entusiasmo e energia para OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER
RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO NÃO É COMÉRCIO!!!!!
ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL NÃO É ESMOLA!!!!!
PELO BANDEJÃO GRATUITO JÁ!!!!!
UNIÃO DA JUVENTUDE COMUNISTA - UJC
UJC/PE
terça-feira, 16 de março de 2010
Subversivos - Gregório Bezerra
http://www.youtube.com/watch#!v=5fqEeCLMYsI&feature=related
Banda pernambucana Subversivos canta/homenageia Gregório Bezerra "o homem feito de ferro e flor". Essa mesma banda esteve presente no evento cultural "A Invasão" no município de Paulista, onde a UJC participa da organização. O Invasão aconteceu no dia 13 de Março.
GREGÓRIO BEZERRA VIVE!!!
UNIÃO DA JUVENTUDE COMUNISTA
Ousar Lutar, Ousar Vencer!
Banda pernambucana Subversivos canta/homenageia Gregório Bezerra "o homem feito de ferro e flor". Essa mesma banda esteve presente no evento cultural "A Invasão" no município de Paulista, onde a UJC participa da organização. O Invasão aconteceu no dia 13 de Março.
GREGÓRIO BEZERRA VIVE!!!
UNIÃO DA JUVENTUDE COMUNISTA
Ousar Lutar, Ousar Vencer!
domingo, 14 de março de 2010
COMUNICADO 004 – V CONGRESSO NACIONAL DA UJC
COMUNICADO 004 – V CONGRESSO NACIONAL DA UJC
MARÇO DE 2010
02, 03 E 04 DE ABRIL DE 2010 – GOIÂNIA - GOIÁS
I - Congressos Estaduais da UJC
13 e 14 de março de 2010
Minas Gerais – São João Del Rey
Rio de Janeiro – Rio de Janeiro
Rio Grande do Sul – Santa Maria
19 e 20 de Março
Pernambuco - Recife
20 e 21 de março de 2010
Santa Catarina – Criciúma
São Paulo – São Paulo
Paraná – Cascavel
27 de março de 2010
Goiás - Goiânia
II – LISTA DE DELEGADOS POR ESTADO
Sobre a eleição de delegados: devido a falta do envio dos cadastros por parte dos estados (somente 5 estados enviaram) impossibilitaram na ótica do comitê central o critério de eleição de delgados pela proporção de cadastros. Assim baseado no mapa nacional decorrente do ultimo congresso do PCB adaptado a realidade da Juventude mediante a consulta nos estados por parte da Secretária nacional de juventude, foi estabelecido um critério de cotas de delegados para cada Estado, que seguem.
RS: 08 Delegados
SC: 08 Delegados
PR: 10 Delegados
SP: 35 Delegados
RJ: 18 Delegados
MG: 15 Delegados
GO: 08 Delegados
DF: 02 Delegados
PE: 10 Delegados
Estados em processo de reorganização levarão 02 delegados
CE: 02 Delegados
BA: 02 Delegados
SE: 02 Delegados
AL: 02 Delegados
MA: 02 Delegados
Estados onde não existe organização da UJC nem contato estabelecido, fica a critério dos CRs do PCB indicar um convidado observador para acompanhar o congresso da UJC
RN: 01 convidado
PI: 01 convidado
PB: 01 convidado
AP: 01 convidado
AM: 01 convidado
III - V Congresso Nacional da UJC - "José Montenegro de Lima".
PROGRAMAÇÃO AO V CONGRESSO NACIONAL DA UJC
Dia 01 de Abril de 2010.
Seminário Internacional
09:00 – 13:00 - As lutas pela Universidade Popular no contexto internacional
Almoço
15:00 – 19:00 - A Extensão Popular e a construção da Universidade Popular no Brasil.
20:00 – Atividade Cultural.
Dia 02 de Abril de 2010.
09:00 – 12:00 – Recepção, alojamento e Credenciamento dos delegados, suplentes e convidados.
Almoço
14:00 Mesa de Abertura (eleição das comissões operacionais e comissões auxiliares, aprovação de regimento)
15:00 –18:00 – Painéis e Grupos de debates sobre as teses
19:00 – Ato Público de abertura ao V Congresso Nacional da UJC
Dia 03 de Abril de 2010.
09:00 – 13:00 Painéis e Grupos de Debates sobre as teses
Almoço
15:00 Início da Plenária Final
Noite - Atividade Cultural.
Dia 04 de Abril de 2010.
09:00 Plenária Final e Eleição da Coordenação Nacional
13:00 Mesa de Encerramento e posse da Coordenação Nacional.
13:30 fim do congresso
Coordenação Nacional da UJC
MARÇO DE 2010
02, 03 E 04 DE ABRIL DE 2010 – GOIÂNIA - GOIÁS
I - Congressos Estaduais da UJC
13 e 14 de março de 2010
Minas Gerais – São João Del Rey
Rio de Janeiro – Rio de Janeiro
Rio Grande do Sul – Santa Maria
19 e 20 de Março
Pernambuco - Recife
20 e 21 de março de 2010
Santa Catarina – Criciúma
São Paulo – São Paulo
Paraná – Cascavel
27 de março de 2010
Goiás - Goiânia
II – LISTA DE DELEGADOS POR ESTADO
Sobre a eleição de delegados: devido a falta do envio dos cadastros por parte dos estados (somente 5 estados enviaram) impossibilitaram na ótica do comitê central o critério de eleição de delgados pela proporção de cadastros. Assim baseado no mapa nacional decorrente do ultimo congresso do PCB adaptado a realidade da Juventude mediante a consulta nos estados por parte da Secretária nacional de juventude, foi estabelecido um critério de cotas de delegados para cada Estado, que seguem.
RS: 08 Delegados
SC: 08 Delegados
PR: 10 Delegados
SP: 35 Delegados
RJ: 18 Delegados
MG: 15 Delegados
GO: 08 Delegados
DF: 02 Delegados
PE: 10 Delegados
Estados em processo de reorganização levarão 02 delegados
CE: 02 Delegados
BA: 02 Delegados
SE: 02 Delegados
AL: 02 Delegados
MA: 02 Delegados
Estados onde não existe organização da UJC nem contato estabelecido, fica a critério dos CRs do PCB indicar um convidado observador para acompanhar o congresso da UJC
RN: 01 convidado
PI: 01 convidado
PB: 01 convidado
AP: 01 convidado
AM: 01 convidado
III - V Congresso Nacional da UJC - "José Montenegro de Lima".
PROGRAMAÇÃO AO V CONGRESSO NACIONAL DA UJC
Dia 01 de Abril de 2010.
Seminário Internacional
09:00 – 13:00 - As lutas pela Universidade Popular no contexto internacional
Almoço
15:00 – 19:00 - A Extensão Popular e a construção da Universidade Popular no Brasil.
20:00 – Atividade Cultural.
Dia 02 de Abril de 2010.
09:00 – 12:00 – Recepção, alojamento e Credenciamento dos delegados, suplentes e convidados.
Almoço
14:00 Mesa de Abertura (eleição das comissões operacionais e comissões auxiliares, aprovação de regimento)
15:00 –18:00 – Painéis e Grupos de debates sobre as teses
19:00 – Ato Público de abertura ao V Congresso Nacional da UJC
Dia 03 de Abril de 2010.
09:00 – 13:00 Painéis e Grupos de Debates sobre as teses
Almoço
15:00 Início da Plenária Final
Noite - Atividade Cultural.
Dia 04 de Abril de 2010.
09:00 Plenária Final e Eleição da Coordenação Nacional
13:00 Mesa de Encerramento e posse da Coordenação Nacional.
13:30 fim do congresso
Coordenação Nacional da UJC
sábado, 13 de março de 2010
Etapa Estadual do V Congresso da UJC
A União da Juventude Comunista - UJC, organização que completará 83 anos em 2010, convida militantes, amigos e simpatizantes para participar do seu V Congresso que será realizado nos dias 2, 3 e 4 de Abril em Goiás.
A UJC de Pernambuco realizará sua etapa estadual do V Congresso nos dias 19 e 20 de Março, no comitê da Unidade Coletivo Sindical e Social (UCS), que fica na Rua Malaquias da Rocha, s/n.*¹
Esse vai ser um momento importante na consolidação da juventude comunista pernambucana, para avançarmos em nossa organização e atuação política.
Nossa etapa estadual começará às 18:00 horas do dia 19, com credencimento, abertura da etapa estadual do congresso, das 20:00 às 22:00 está previsto o balanço político da UJC/PE, e posteriormente atividade cultural. No dia 20 pela manhã acontecerá os grupos de discussão sobre as teses da UJC,e no período da tarde acontecerá a plenária final, eleições de delegados para o V Congresso, e eleições para a nova diretoria estadual da União da Juventude Comunista.
Observações importantes:
1) Cada militante deverá trazer seu Kit-militante (prato, talher, caneca e colchonete para os que durmirão na sede da UCS) bem como ficar responsável pela limpeza dos mesmos;
2) Durante os dois dias, todos os participantes se organizarão em duas brigadas (disciplina e limpeza), no intuito de todos contribuírem para a realização exitosa do nosso evento;
3) Os participantes, voluntariamente, poderão contribuir financeiramente para a realização da etapa estadual, no intuito de quitar os gastos que estamos tendo para a realização desse evento. Essa contribuição se dará no ato do credenciamento dos militantes.
*¹ Detalhes da localização da sede da UCS:
Rua Malaquias da Rocha, s/n, em frente da Assembléia de Deus, por trás do edf. Apolo - edifício redondo.
Como chegar (caminho a pé) - Vindo pela Rua Conde da Boa Vista, pegar a Gervásio Pires (sentido contrário dos carros), ir até o final e entrar à direita na Av. Mário Melo (avenida dividida por canteiros). Depois, pegar novamente a primeira rua à direita (rua sem saída).
UNIÃO DA JUVENTUDE COMUNISTA
A história de um valente (1900-1948) - 1ª Parte
A história de um valente (1900-1948) - 1ª parte
Por: Luciano Morais e Roberto Numeriano
No dia 13 de março de 2010 serão comemorados os 110 de Gregório Lourenço Bezerra. O lendário militante comunista, líder camponês e ex-Sargento do Exercito, será homenageado pela Fundação Dinarco Reis (FDR), onde entregará a medalha que lembra os heróis do povo brasileiro na luta pelo socialismo. A FDR será representada por Ivan Pinheiro e Dinarco Reis, ambos do Comitê Central do PCB, neste Evento que será realizado na Câmara de Vereadores do Recife às 9 horas. A homenagem contará também com a presença do músico paraibano e militante do PCB Vital Farias
Quem foi Gregório Bezerra?
O homem de ferro e flor, expressão criada poeta Ferreira Gullar, em cordel que é hoje um clássico da poesia brasileira, temos a ideia exata do caráter de homem público e de ser humano que era Gregório Bezerra. Gregório começa a autobiografia narrando a seca e a escassez de alimentos que maltratava constantemente os nordestinos, e que o atingiu duramente em sua infância no município de Panelas, "Fui, assim, uma criança gerada com fome no ventre materno. Sim, porque minha mãe passava fome, e eu só podia nutrir-me de suas entranhas enfraquecidas pela fome".
Quando aos sete anos ficou órfão de pai e mãe, transformou-se em trabalhador rural assalariado. Condição que só foi interrompida quando, aos dez anos, foi trazido por uma família latifundiária para o Recife com a promessa de criá-lo e alfabetizá-lo, promessa que não foi cumprida. Ao invés da escola prometida, o pequeno "Grilo", como era chamado na infância, tornou-se um escravo mirim: acordava às 4h da manhã, varria, lavava banheiros, encerava pisos e cuidava de animais. Não aceitou este estado de coisas e fugiu. Morou nas ruas do Recife pegando fretes na Estação Central, vendendo jornais e dormindo embaixo da ponte Buarque de Macedo. Trabalhou na construção civil e aos dezessete anos foi preso e condenado a quatro anos por agitação grevista, já influenciado pelos recentes acontecimentos protagonizados pelo proletariado russo.
Os trabalhos no porto do Recife foi sua atividade após a liberdade. E neste período resolveu dedicar-se à carreira militar, entrando no Exercito Brasileiro, onde se destacou nas atividades físicas e na prática de esportes individuais e coletivos. Ao ser humilhado por um colega de farda, ele decide alfabetizar-se. Isso, aos 27 anos. Alfabetizou-se por conta própria, dedicou-se e foi aprovado para Sargento, consagrando-se Sargento-Instrutor em Educação Física.
Sua ascensão militar coincide com a aproximação com o Partido Comunista Brasileiro, o PCB, ainda em 1929. Mas foi por causa da organização da Aliança Nacional Libertadora - ANL, onde foi o principal nome do levante de 1935, liderado pelo Partido Comunista, que Gregório Bezerra foi declarado inimigo nº 1 das oligarquias pernambucanas e das forças armadas. Foi preso e ficou dois anos incomunicável, integrando-se depois aos demais presos políticos da Casa de Detenção do Recife (atual Casa da Cultura). Ali, criou uma sólida e influente base do Partido até sua transferência para o Presídio na ilha de Fernando de Noronha, onde encontrou com vários camaradas insurretos, oriundos do Rio de Janeiro e de outros estados.
Com o final da Segunda Guerra Mundial e o início do movimento pela democratização do país, são postos em liberdade todos os presos políticos e concedida a legalidade ao PCB. Neste período de reformas políticas, o Partido Comunista surge no cenário nacional como uma força significativa, pelo prestígio da URSS ao fim da guerra, pela adesão de vários intelectuais e artistas ao Partido, pelo reconhecimento da classe operária e pelo carisma e admiração em torno de Luiz Carlos Prestes e Gregório Bezerra. Em seguida, a participação nas eleições à Constituinte de 1946 garante ao PCB uma grande representação parlamentar em nível federal, elegendo 15 deputados. Gregório é eleito Deputado Federal com a maior votação em Pernambuco. A participação de Gregório Bezerra e dos comunistas na Assembléia Nacional Constituinte e no Congresso Nacional durou pouco. Apenas o suficiente para aprovar uma avançada Constituição para época e o suficiente para mostrar o quão frágeis eram e são os conceitos de liberdade e democracia para as oligarquias nacionais, quando os trabalhadores reivindicam seus direitos e questionam a exploração do homem pelo próprio homem...
Luciano Morais e Roberto Numeriano são membros da Direção Estadual do PCB - Pernambuco.
Por: Luciano Morais e Roberto Numeriano
No dia 13 de março de 2010 serão comemorados os 110 de Gregório Lourenço Bezerra. O lendário militante comunista, líder camponês e ex-Sargento do Exercito, será homenageado pela Fundação Dinarco Reis (FDR), onde entregará a medalha que lembra os heróis do povo brasileiro na luta pelo socialismo. A FDR será representada por Ivan Pinheiro e Dinarco Reis, ambos do Comitê Central do PCB, neste Evento que será realizado na Câmara de Vereadores do Recife às 9 horas. A homenagem contará também com a presença do músico paraibano e militante do PCB Vital Farias
Quem foi Gregório Bezerra?
O homem de ferro e flor, expressão criada poeta Ferreira Gullar, em cordel que é hoje um clássico da poesia brasileira, temos a ideia exata do caráter de homem público e de ser humano que era Gregório Bezerra. Gregório começa a autobiografia narrando a seca e a escassez de alimentos que maltratava constantemente os nordestinos, e que o atingiu duramente em sua infância no município de Panelas, "Fui, assim, uma criança gerada com fome no ventre materno. Sim, porque minha mãe passava fome, e eu só podia nutrir-me de suas entranhas enfraquecidas pela fome".
Quando aos sete anos ficou órfão de pai e mãe, transformou-se em trabalhador rural assalariado. Condição que só foi interrompida quando, aos dez anos, foi trazido por uma família latifundiária para o Recife com a promessa de criá-lo e alfabetizá-lo, promessa que não foi cumprida. Ao invés da escola prometida, o pequeno "Grilo", como era chamado na infância, tornou-se um escravo mirim: acordava às 4h da manhã, varria, lavava banheiros, encerava pisos e cuidava de animais. Não aceitou este estado de coisas e fugiu. Morou nas ruas do Recife pegando fretes na Estação Central, vendendo jornais e dormindo embaixo da ponte Buarque de Macedo. Trabalhou na construção civil e aos dezessete anos foi preso e condenado a quatro anos por agitação grevista, já influenciado pelos recentes acontecimentos protagonizados pelo proletariado russo.
Os trabalhos no porto do Recife foi sua atividade após a liberdade. E neste período resolveu dedicar-se à carreira militar, entrando no Exercito Brasileiro, onde se destacou nas atividades físicas e na prática de esportes individuais e coletivos. Ao ser humilhado por um colega de farda, ele decide alfabetizar-se. Isso, aos 27 anos. Alfabetizou-se por conta própria, dedicou-se e foi aprovado para Sargento, consagrando-se Sargento-Instrutor em Educação Física.
Sua ascensão militar coincide com a aproximação com o Partido Comunista Brasileiro, o PCB, ainda em 1929. Mas foi por causa da organização da Aliança Nacional Libertadora - ANL, onde foi o principal nome do levante de 1935, liderado pelo Partido Comunista, que Gregório Bezerra foi declarado inimigo nº 1 das oligarquias pernambucanas e das forças armadas. Foi preso e ficou dois anos incomunicável, integrando-se depois aos demais presos políticos da Casa de Detenção do Recife (atual Casa da Cultura). Ali, criou uma sólida e influente base do Partido até sua transferência para o Presídio na ilha de Fernando de Noronha, onde encontrou com vários camaradas insurretos, oriundos do Rio de Janeiro e de outros estados.
Com o final da Segunda Guerra Mundial e o início do movimento pela democratização do país, são postos em liberdade todos os presos políticos e concedida a legalidade ao PCB. Neste período de reformas políticas, o Partido Comunista surge no cenário nacional como uma força significativa, pelo prestígio da URSS ao fim da guerra, pela adesão de vários intelectuais e artistas ao Partido, pelo reconhecimento da classe operária e pelo carisma e admiração em torno de Luiz Carlos Prestes e Gregório Bezerra. Em seguida, a participação nas eleições à Constituinte de 1946 garante ao PCB uma grande representação parlamentar em nível federal, elegendo 15 deputados. Gregório é eleito Deputado Federal com a maior votação em Pernambuco. A participação de Gregório Bezerra e dos comunistas na Assembléia Nacional Constituinte e no Congresso Nacional durou pouco. Apenas o suficiente para aprovar uma avançada Constituição para época e o suficiente para mostrar o quão frágeis eram e são os conceitos de liberdade e democracia para as oligarquias nacionais, quando os trabalhadores reivindicam seus direitos e questionam a exploração do homem pelo próprio homem...
Luciano Morais e Roberto Numeriano são membros da Direção Estadual do PCB - Pernambuco.
quarta-feira, 10 de março de 2010
Luiz Carlos Prestes: 20 anos sem o "cavaleiro da esperança"
Luiz Carlos Prestes: 20 anos sem o "Cavaleiro da Esperança"
Leia abaixo o discurso proferido neste domingo (7/3) por Marcus São Thiago, Secretário Geral do Instituto Luiz Carlos Prestes (ILCP) durante homenagem feita ao lutador do povo no Rio de Janeiro.
PRESTES VIVE!
Em 7 de março de 1990, desaparecia da vida cotidiana política do Brasil, o inesquecível Senador Luiz Carlos Prestes, nosso Cavaleiro da Esperança, na homenagem de Jorge Amado, sem dúvida um ícone revolucionário da América Latina e do Mundo.
Sua efetiva atuação histórica começou na década de 20, com a Coluna Prestes – o momento culminante do tenentismo – que reuniu um exército guerrilheiro de aproximadamente 1.500 homens e mulheres, comandados por uma dúzia de oficiais do Exército e da Força Pública de São Paulo, entre os quais se destacava Prestes. A Coluna percorreu 25.000 quilômetros, através de 13 estados do Brasil, derrotando 18 generais governistas, sem jamais ter sido desbaratada, apesar do enorme poderio bélico mobilizado contra ela. Inspirados nos ideais de “representação e justiça”, os “tenentes” batiam-se por conquistas como o voto secreto e pela moralização dos costumes políticos, corrompidos pelo domínio oligárquico em vigor durante a República Velha.
O assassinato da companheira de Prestes, Olga Benário, resultado de uma perseguição imposta pelo governo de Getúlio Vargas, que a entregou, com respaldo do Supremo Tribunal Federal, à Alemanha Nazista; as prisões; a clandestinidade; os exílios; a perseguição de vários governos ao Partido Comunista Brasileiro, do qual foi secretário geral por muitos anos - nada disso abalou sua convicção de dedicar sua vida à causa de um mundo melhor para todos. Prestes nos falava que guardava do testemunho de vida de Olga “a lição de que o ser humano resiste a qualquer provação com dignidade, quando a sua luta é pela justiça e liberdade”.
Prestes lutou uma vida inteira em prol do ser humano. Nunca se rendeu ao capital. Constituiu-se num exemplo de conduta reta na vida pública. Foi eleito senador, após 10 anos de prisão impostos pelo governo Vargas, e ajudou a elaborar a Constituinte de 1946, uma carta magna avançada para a época, graças à atuação e às propostas aprovadas pela bancada de deputados do PCB, como o direito de greve.
No período do golpe militar de 64, ainda secretário geral do partido, exilou-se em Moscou, por determinação do PCB, pois era o primeiro da lista de perseguições políticas do regime de exceção, que cassou o mandato do presidente João Goulart, de muitos políticos e, principalmente, de militantes de esquerda no país. Na sua volta do exílio, em outubro de 1979, o aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, foi tomado por uma multidão de 10.000 pessoas, principalmente de correligionários, que queriam ver e ouvir uma das maiores lideranças políticas da América Latina no século passado. O “velho”, como era carinhosamente chamado nesta época por nós que militávamos com ele, discursou, de improviso, do teto de um automóvel e lembrou de citar, um por um, todos os membros do comitê central do PCB, “desaparecidos” pela ditadura que estava no fim.
Por muitos anos minha geração e outras não puderam estudar e conhecer melhor a história do Cavaleiro da Esperança, devido aos anos de arbítrio e restrição dos direitos civis, impostos pelos autoritários de plantão em vários períodos do século 20 no país, fantoches dos interesses imperialistas, que enxergavam e ainda enxergam em Prestes uma ameaça constante à manutenção de um sistema baseado na exploração do homem pelo homem.
A perseguição implacável exercida pelos representantes do capital, durante toda a sua vida, não foi suficiente para fazer calar em Prestes suas convicções socialistas, nem arrefecer seu ímpeto constante no combate ao capitalismo selvagem, que tanta desigualdade, miséria e exclusão social provoca no mundo. Por vezes surgiam divergências entre Prestes e companheiros de lutas quanto às táticas para combater o capitalismo. Nas discussões e embates travados só não abria mão de seus princípios. Não havia possibilidade de conciliar com o inconciliável. Por vezes, esta postura o deixou isolado politicamente. Não importava: seu maior compromisso era com o povo e com as lutas travadas para a sua efetiva libertação e avanços.
Sua maior virtude foi lutar e se entregar pelo que acreditava ser responsabilidade de todos: um mundo melhor. PATRIOTA, COMUNISTA E REVOLUCIONÁRIO, Prestes deixou um exemplo de dedicação integral ao povo brasileiro e à causa internacionalista do socialismo. Neste momento em especial, a classe política de nosso país deveria se mirar na sua conduta. Prestes, apesar de toda a sua liderança e importância histórica, faleceu sem possuir bens e sobrevivia apenas com a colaboração de alguns sinceros e dedicados companheiros de luta e ideais. Inclusive chegou a recusar ofertas e possibilidades legais de pensões e indenizações oferecidas pelo governo como reparação ao que passou nas mãos de seus algozes.
A fim de preservar o seu legado e acervo documental histórico, um grupo de companheiros e correligionários, capitaneados por Anita Prestes, fundou o INSTITUTO LUIZ CARLOS PRESTES, no Rio de Janeiro. As finalidades e atividades do ILCP pretendem envolver, fundamentalmente, a preservação documental e do acervo relacionado às vidas de Luiz Carlos Prestes e Olga Benário Prestes, além da realização, no futuro, de atividades educacionais que visem promover o legado de Prestes junto às novas gerações e a inclusão social, através da implantação de projetos e programas. Além disso, o ILCP vai manter parceria e apoio constantes aos movimentos sociais, principalmente à luta pela reforma agrária, como instrumento fundamental para promover a inclusão social, através da maior riqueza e patrimônio desta nação e do seu povo: a terra.
No mais, fica a nossa convicção de que a conduta e o exemplo de Prestes servem à história deste país como referências permanentes para a construção de um Brasil bem melhor no futuro.
Seu exemplo de dedicação inabalável e intransigente, na causa de uma sociedade mais justa foi o maior legado que devemos transmitir às atuais e futuras gerações. Essa é a nossa grande responsabilidade! Suas idéias não morrerão jamais! Continuarão em cada um que faça da dedicação integral ao ser humano a verdadeira razão de sua existência, para a efetiva colaboração na construção de uma sociedade e mundo mais justos e melhores!
Prestes vive! Viva Prestes!
Marcus São Thiago
Advogado, Educador e Secretário Geral do ILCP- Rio de Janeiro
Leia abaixo o discurso proferido neste domingo (7/3) por Marcus São Thiago, Secretário Geral do Instituto Luiz Carlos Prestes (ILCP) durante homenagem feita ao lutador do povo no Rio de Janeiro.
PRESTES VIVE!
Em 7 de março de 1990, desaparecia da vida cotidiana política do Brasil, o inesquecível Senador Luiz Carlos Prestes, nosso Cavaleiro da Esperança, na homenagem de Jorge Amado, sem dúvida um ícone revolucionário da América Latina e do Mundo.
Sua efetiva atuação histórica começou na década de 20, com a Coluna Prestes – o momento culminante do tenentismo – que reuniu um exército guerrilheiro de aproximadamente 1.500 homens e mulheres, comandados por uma dúzia de oficiais do Exército e da Força Pública de São Paulo, entre os quais se destacava Prestes. A Coluna percorreu 25.000 quilômetros, através de 13 estados do Brasil, derrotando 18 generais governistas, sem jamais ter sido desbaratada, apesar do enorme poderio bélico mobilizado contra ela. Inspirados nos ideais de “representação e justiça”, os “tenentes” batiam-se por conquistas como o voto secreto e pela moralização dos costumes políticos, corrompidos pelo domínio oligárquico em vigor durante a República Velha.
O assassinato da companheira de Prestes, Olga Benário, resultado de uma perseguição imposta pelo governo de Getúlio Vargas, que a entregou, com respaldo do Supremo Tribunal Federal, à Alemanha Nazista; as prisões; a clandestinidade; os exílios; a perseguição de vários governos ao Partido Comunista Brasileiro, do qual foi secretário geral por muitos anos - nada disso abalou sua convicção de dedicar sua vida à causa de um mundo melhor para todos. Prestes nos falava que guardava do testemunho de vida de Olga “a lição de que o ser humano resiste a qualquer provação com dignidade, quando a sua luta é pela justiça e liberdade”.
Prestes lutou uma vida inteira em prol do ser humano. Nunca se rendeu ao capital. Constituiu-se num exemplo de conduta reta na vida pública. Foi eleito senador, após 10 anos de prisão impostos pelo governo Vargas, e ajudou a elaborar a Constituinte de 1946, uma carta magna avançada para a época, graças à atuação e às propostas aprovadas pela bancada de deputados do PCB, como o direito de greve.
No período do golpe militar de 64, ainda secretário geral do partido, exilou-se em Moscou, por determinação do PCB, pois era o primeiro da lista de perseguições políticas do regime de exceção, que cassou o mandato do presidente João Goulart, de muitos políticos e, principalmente, de militantes de esquerda no país. Na sua volta do exílio, em outubro de 1979, o aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, foi tomado por uma multidão de 10.000 pessoas, principalmente de correligionários, que queriam ver e ouvir uma das maiores lideranças políticas da América Latina no século passado. O “velho”, como era carinhosamente chamado nesta época por nós que militávamos com ele, discursou, de improviso, do teto de um automóvel e lembrou de citar, um por um, todos os membros do comitê central do PCB, “desaparecidos” pela ditadura que estava no fim.
Por muitos anos minha geração e outras não puderam estudar e conhecer melhor a história do Cavaleiro da Esperança, devido aos anos de arbítrio e restrição dos direitos civis, impostos pelos autoritários de plantão em vários períodos do século 20 no país, fantoches dos interesses imperialistas, que enxergavam e ainda enxergam em Prestes uma ameaça constante à manutenção de um sistema baseado na exploração do homem pelo homem.
A perseguição implacável exercida pelos representantes do capital, durante toda a sua vida, não foi suficiente para fazer calar em Prestes suas convicções socialistas, nem arrefecer seu ímpeto constante no combate ao capitalismo selvagem, que tanta desigualdade, miséria e exclusão social provoca no mundo. Por vezes surgiam divergências entre Prestes e companheiros de lutas quanto às táticas para combater o capitalismo. Nas discussões e embates travados só não abria mão de seus princípios. Não havia possibilidade de conciliar com o inconciliável. Por vezes, esta postura o deixou isolado politicamente. Não importava: seu maior compromisso era com o povo e com as lutas travadas para a sua efetiva libertação e avanços.
Sua maior virtude foi lutar e se entregar pelo que acreditava ser responsabilidade de todos: um mundo melhor. PATRIOTA, COMUNISTA E REVOLUCIONÁRIO, Prestes deixou um exemplo de dedicação integral ao povo brasileiro e à causa internacionalista do socialismo. Neste momento em especial, a classe política de nosso país deveria se mirar na sua conduta. Prestes, apesar de toda a sua liderança e importância histórica, faleceu sem possuir bens e sobrevivia apenas com a colaboração de alguns sinceros e dedicados companheiros de luta e ideais. Inclusive chegou a recusar ofertas e possibilidades legais de pensões e indenizações oferecidas pelo governo como reparação ao que passou nas mãos de seus algozes.
A fim de preservar o seu legado e acervo documental histórico, um grupo de companheiros e correligionários, capitaneados por Anita Prestes, fundou o INSTITUTO LUIZ CARLOS PRESTES, no Rio de Janeiro. As finalidades e atividades do ILCP pretendem envolver, fundamentalmente, a preservação documental e do acervo relacionado às vidas de Luiz Carlos Prestes e Olga Benário Prestes, além da realização, no futuro, de atividades educacionais que visem promover o legado de Prestes junto às novas gerações e a inclusão social, através da implantação de projetos e programas. Além disso, o ILCP vai manter parceria e apoio constantes aos movimentos sociais, principalmente à luta pela reforma agrária, como instrumento fundamental para promover a inclusão social, através da maior riqueza e patrimônio desta nação e do seu povo: a terra.
No mais, fica a nossa convicção de que a conduta e o exemplo de Prestes servem à história deste país como referências permanentes para a construção de um Brasil bem melhor no futuro.
Seu exemplo de dedicação inabalável e intransigente, na causa de uma sociedade mais justa foi o maior legado que devemos transmitir às atuais e futuras gerações. Essa é a nossa grande responsabilidade! Suas idéias não morrerão jamais! Continuarão em cada um que faça da dedicação integral ao ser humano a verdadeira razão de sua existência, para a efetiva colaboração na construção de uma sociedade e mundo mais justos e melhores!
Prestes vive! Viva Prestes!
Marcus São Thiago
Advogado, Educador e Secretário Geral do ILCP- Rio de Janeiro
Camponesas de Pernambuco seguirão pressionando governo do estado
Camponesas de Pernambuco seguirão pressionando governo do estado 9 de março de 2010
Da CPT
Cerca de 400 mulheres ocuparam na manhã desta segunda-feira (8/3), a Secretaria de Agricultura e Reforma Agraria do estado de Pernambuco. A ação fez parte da “Jornada Nacional de Luta das Mulheres da Via Campesina contra o Agronegócio e contra a Violência: por Reforma Agrária e Soberania Alimentar”, em comemoração ao Dia Internacional de Luta das Mulheres.
Portando bandeiras e faixas com dizeres como “Trabalho Escravo, vamos abolir de vez essa vergonha!” e “Em cada grama de açúcar há uma tonelada de injustiça!”, as mulheres saíram em marcha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) até o Parque de Exposição do Cordeiro, onde fica localizada a Secretaria.
Durante a ocupação, as mulheres da Via Campesina foram recebidas pelo secretário de agricultura de Pernambuco, Ângelo Ferreira, e entregaram uma pauta de reivindicações para pressionar o governo do Estado a cumprir medidas em defesa da Reforma Agrária. O documento denuncia a extrema gravidade da situação do campo brasileiro e a total inoperância dos governos federal e estadual na implementação da Reforma Agrária. Também denuncia a total conivência dos governos com o setor sucroalcooleiro no Estado, que se baseia na grande propriedade, usa elevadas quantidades de agrotóxicos, gera poucos empregos e produz fome, miséria, exclusão social, violência e degradação ambiental. As mulheres também exigiram incentivos à produção de alimentos saudáveis, a desapropriação de áreas de empresas e latifúndios que são devedores do estado e de áreas com conflitos eminentes.
Segundo Cassia Bechara, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), “desde que o governo tomou posse, nós entregamos todos os anos a mesma pauta de reivindicações, o que quer dizer que a Reforma Agrária no estado em nada avançou”. As mulheres lembraram ainda que Pernambuco é um dos estados com maior quantidade de conflitos agrários, mas que em dois anos nenhuma nova desapropriação chegou a ser efetivada.
Nas áreas em que os trabalhadores (as) já estão assentados (as), a situação não é melhor. De acordo com Marilene, moradora do assentamento Ismael Felipe, ligado à Comissão Pastoral da Terra (CPT)e localizado em Tracunhaém, há falta de incentivos para o camponês e camponesa, "Reforma agrária não é só distribuir a terra, é preciso dar condições para que o (a) trabalhador (a) possa permanecer na terra.”
Marilene relembra ainda da dificuldade que é produzir alimentos saudáveis em meio a uma região tomada pela produção da cana de açúcar, como é a zona da mata: “o governo tem dinheiro para destinar às usinas falidas do estado, mas não tem verba para os assentamentos. Falta incentivos à saúde, educação, assistência técnica, por exemplo. Não é o agronegócio que alimenta o povo brasileiro, é a agricultura camponesa”, complementa.
As mulheres continuarão exigindo o cumprimento da pauta apresentada e formarão uma comissão que, no próximo dia 23 de março, irá novamente à Secretaria de Agricultura acompanhar o andamento das reivindicações.
Da CPT
Cerca de 400 mulheres ocuparam na manhã desta segunda-feira (8/3), a Secretaria de Agricultura e Reforma Agraria do estado de Pernambuco. A ação fez parte da “Jornada Nacional de Luta das Mulheres da Via Campesina contra o Agronegócio e contra a Violência: por Reforma Agrária e Soberania Alimentar”, em comemoração ao Dia Internacional de Luta das Mulheres.
Portando bandeiras e faixas com dizeres como “Trabalho Escravo, vamos abolir de vez essa vergonha!” e “Em cada grama de açúcar há uma tonelada de injustiça!”, as mulheres saíram em marcha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) até o Parque de Exposição do Cordeiro, onde fica localizada a Secretaria.
Durante a ocupação, as mulheres da Via Campesina foram recebidas pelo secretário de agricultura de Pernambuco, Ângelo Ferreira, e entregaram uma pauta de reivindicações para pressionar o governo do Estado a cumprir medidas em defesa da Reforma Agrária. O documento denuncia a extrema gravidade da situação do campo brasileiro e a total inoperância dos governos federal e estadual na implementação da Reforma Agrária. Também denuncia a total conivência dos governos com o setor sucroalcooleiro no Estado, que se baseia na grande propriedade, usa elevadas quantidades de agrotóxicos, gera poucos empregos e produz fome, miséria, exclusão social, violência e degradação ambiental. As mulheres também exigiram incentivos à produção de alimentos saudáveis, a desapropriação de áreas de empresas e latifúndios que são devedores do estado e de áreas com conflitos eminentes.
Segundo Cassia Bechara, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), “desde que o governo tomou posse, nós entregamos todos os anos a mesma pauta de reivindicações, o que quer dizer que a Reforma Agrária no estado em nada avançou”. As mulheres lembraram ainda que Pernambuco é um dos estados com maior quantidade de conflitos agrários, mas que em dois anos nenhuma nova desapropriação chegou a ser efetivada.
Nas áreas em que os trabalhadores (as) já estão assentados (as), a situação não é melhor. De acordo com Marilene, moradora do assentamento Ismael Felipe, ligado à Comissão Pastoral da Terra (CPT)e localizado em Tracunhaém, há falta de incentivos para o camponês e camponesa, "Reforma agrária não é só distribuir a terra, é preciso dar condições para que o (a) trabalhador (a) possa permanecer na terra.”
Marilene relembra ainda da dificuldade que é produzir alimentos saudáveis em meio a uma região tomada pela produção da cana de açúcar, como é a zona da mata: “o governo tem dinheiro para destinar às usinas falidas do estado, mas não tem verba para os assentamentos. Falta incentivos à saúde, educação, assistência técnica, por exemplo. Não é o agronegócio que alimenta o povo brasileiro, é a agricultura camponesa”, complementa.
As mulheres continuarão exigindo o cumprimento da pauta apresentada e formarão uma comissão que, no próximo dia 23 de março, irá novamente à Secretaria de Agricultura acompanhar o andamento das reivindicações.
Contribuições ao Congresso Nacional da UJC
Contribuições ao Congresso Nacional da UJC
Às vésperas do V Congresso Nacional da União da Juventude Comunista- UJC, a Comissão Política do Comitê Central do PCB dirige-se ao conjunto de nossa militância para tratar de alguns pontos relevantes e relativos ao debate congressual. A atuação junto à juventude sempre foi estratégica para as organizações revolucionárias, principalmente a partir do momento em que as contradições do capitalismo se aprofundaram e despertaram na juventude um potencial ímpeto de questionamento e enfrentamento à ordem do capital, em diversas regiões do mundo. Os efeitos da recente crise econômica do capital apenas ressaltam a necessidade de se apostar no resgate deste ímpeto.
Devido à pesada estrutura ideológica à qual os jovens estão submetidos na sociedade capitalista, cujo papel é o de garantir a reprodução da visão de mundo hegemônica e das relações sociais de produção visando aprofundar a exploração promovida pelo capital, é cada vez mais necessário apresentar à juventude as contradições da sociedade capitalista, fomentando um sentimento de indignação e a perspectiva da mudança radical do modelo dominante, ingredientes fundamentais para o aprendizado e a construção de uma consciência de novo tipo, uma consciência revolucionária. Muitos de nossos atuais dirigentes e quadros comunistas atuantes nos movimentos de massas começaram a sua militância na juventude, experiência comprovadamente de grande importância no processo da formação dos quadros revolucionários.
A construção da UJC foi um dos primeiros exemplos da necessidade que os comunistas viram, desde a fundação do PCB, de se constituir um elo de ação e ressonância das propostas políticas do Partido junto à juventude brasileira, visando a construção de um poderoso organismo de enfrentamento à ordem estabelecida. Os jovens comunistas brasileiros dedicaram-se a inúmeras lutas ao longo da nossa história, a saber: a criação de uma entidade nacional estudantil que lutasse pelos interesses populares contra a dominação imperialista no Brasil, como foi o caso da criação da UNE; a luta contra a implantação do fascismo no país; o apoio à guerra civil espanhola; a defesa da soberania nacional pela exploração do petróleo e a consecutiva criação da PETROBRÁS; a campanha contra o envio de tropas brasileiras para lutar ao lado do imperialismo no conflito coreano; a formação dos Centros Populares de Cultura e a luta por Reformas de Base nos anos 1960; a heróica resistência contra o golpe militar e a ditadura que se seguiu por mais de duas décadas. Estes são apenas alguns exemplos da importância da juventude no cenário político moderno e da interferência comunista nesse significativo movimento. Hoje, no limiar do novo século, tanto os desafios quanto o papel da juventude revolucionária não se esvaíram sob a onda de individualismo e alienação que nos impõe a lógica do capital. Ao contrário, a grande massa de desempregados no capitalismo contemporâneo se concentra exatamente na população jovem que, além de sofrer com o desemprego e a superexploração, submete-se às mais variadas manifestações de violência urbana nas grandes cidades.
Os efeitos imediatos da recente crise econômica, associados às condições impostas pela barbárie capitalista ao conjunto do proletariado, têm aumentado significativamente a falta de perspectivas para milhares de jovens em todo o mundo, o que faz aumentar ainda mais as responsabilidades dos comunistas em priorizar ações que organizem, eduquem e rearticulem o ímpeto revolucionário dos jovens, no cumprimento das tarefas revolucionárias na atualidade.
Nesse sentido, reafirmamos que a UJC é o instrumento de ação dos comunistas do PCB para a implementação desta política, que não está desassociada do conjunto de ações táticas que devemos operar na perspectiva da construção do Bloco Revolucionário do Proletariado, visando a concretização de ações e propostas que possam contribuir para a resistência e a luta por conquistas sociais e pela derrubada do sistema capitalista.
Nos últimos anos, a UJC ajudou o Partido a recrutar ativistas de movimentos de massa, em especial aqueles oriundos do movimento estudantil, mas também jovens trabalhadores e ativistas do movimento cultural, que, ao ingressarem nas fileiras da Juventude Comunista, aprenderam o significado da necessidade do centralismo democrático, do trabalho coletivo, do debate conjuntural sob a análise marxista e principalmente da necessidade histórica em sepultar a sociedade capitalista e erigir um novo modelo de sociedade, a sociedade socialista. Como o camarada Lênin dizia em seu discurso de saudação ao III Congresso da UJC na Rússia, em 1920: “(...) a atuação na juventude acaba sendo, entre outros pontos, um espaço de aprendizado sobre a necessidade da ruptura revolucionária, ruptura esta que se aprende na prática militante com ações e disciplina revolucionária e com o estudo do marxismo”. Sendo assim, não podemos confundir o papel da UJC, como se esta fosse um movimento social absolutamente autônomo ou um ente à parte da estrutura do PCB. A UJC é uma das frentes de massa do PCB. É a expressão política dos comunistas do PCB na atuação junto à juventude, na perspectiva da construção da revolução proletária. Daí não poder ser confundida jamais com o movimento juvenil como um todo, que é heterogêneo ideologicamente. A Unidade Classista, frente de massas do PCB criada para atuar no movimento sindical, também não se confunde com o movimento operário, que é mais amplo e complexo.
A UJC é o veículo de ação dos comunistas do PCB junto à classe trabalhadora e, em especial, junto à classe operária, na perspectiva da disputa ideológica e da construção da hegemonia comunista, não apenas no nível das idéias, mas fundamentalmente no âmbito das ações de resistência e de luta contra o capitalismo, no rumo da sociedade socialista e do comunismo. Por tudo isso, a militância dos jovens comunistas do PCB junto à UJC não pode ser entendida como uma dupla militância partidária. As Bases do PCB são as estruturas das quais participam de forma sistemática e orgânica os militantes comunistas, através das quais atuam para organizar os trabalhadores e os movimentos de massas para a luta de classes. A UJC é uma frente ligada política e ideologicamente ao PCB, mas possui uma forma de organização que possibilita a participação de jovens que comunguem com nossos fundamentos políticos, táticos e ideológicos, sem que, necessariamente, sejam organicamente vinculados às bases do PCB. Podemos ter uma base de secundaristas do PCB no município tal, ou uma base universitária da universidade X ou Y, com pautas específicas, finança própria e um secretariado definido. Os militantes destas bases atuam, através da UJC, no sentido de ampliar sua influência no movimento estudantil, atraindo, para a militância na UJC, ativistas destacados do movimento que concordem com a linha política e o projeto estratégico do PCB. Ou seja, a UJC deve ser maior que o PCB, para garantir um raio maior de ação do Partido. Estas questões não devem ser escamoteadas ou sonegadas ao conhecimento de nenhum jovem que deseje atuar pela UJC. Ao contrário, todos aqueles que desejam atuar pela UJC devem ter claro que as ações da entidade, assim como as suas aspirações políticas e a sua orientação ideológica, estão subordinadas à estratégia e à tática dos comunistas do PCB. Dessa forma não há duplicidade de militância ou confusão. No movimento sindical isso já acontece com a Unidade Classista. Todo militante sindical do PCB, independente da Base na qual atue, é membro da Unidade Classista e participa dos eventos gerais da classe trabalhadora sob a bandeira da nossa corrente sindical.Conforme definem as resoluções do XIV Congresso do PCB, “a UJC/PCB deve fortalecer sua atuação junto aos jovens trabalhadores, nas lutas contra o desemprego, a perda de direitos e a precarização do trabalho, em sintonia com o trabalho político e sindical do Partido”. Portanto, a atuação junto aos núcleos de jovens trabalhadores deve ser pautada no fortalecimento da intervenção do PCB e da Unidade Classista no movimento sindical, acompanhada de questões específicas e lutas relacionadas ao mundo do jovem trabalhador. Devemos, por exemplo, estimular a criação de núcleos setoriais de juventude nos sindicatos onde possuímos atuação, assim como campanhas de sindicalização e também de pré-sindicalização de jovens que estão entrando no mundo do trabalho, a exemplo dos estudantes de licenciatura nos períodos finais de faculdades e escolas técnicas, acompanhadas de campanhas de conscientização acerca dos direitos e do papel do movimento sindical. A organização de jovens trabalhadores precarizados ou em empregos informais, a criação de um setor de juventude na Intersindical, a organização dos estagiários, assim como campanhas de esclarecimentos sobre seus direitos, poderiam ser algumas das ações conjugadas entre a UJC e a Unidade Classista.
Ainda conforme as resoluções do XIV Congresso: a UJC “deve intensificar, qualificar e potencializar sua atuação no conjunto do movimento estudantil brasileiro, buscando levar a cabo a luta contra-hegemônica no interior do movimento estudantil e de suas entidades, tais como a UNE, a UBES, UEE's e demais organizações de base.
O papel dos jovens comunistas é a reconstrução do movimento estudantil brasileiro pela base e por suas entidades representativas, para que retomem sua independência e legitimidade. Esta ação não se dará através da mera disputa pelos aparelhos e cargos nas organizações estudantis, mas por intermédio de incisiva atuação dos comunistas nas entidades de base, nas escolas e universidades, para que o movimento estudantil retome sua ação protagonista nas lutas pela educação pública emancipadora e pela formação de uma universidade popular, capaz de produzir conhecimento a serviço da classe trabalhadora e contribuir para a consolidação da contra-hegemonia proletária”.
A Comissão Política Nacional do PCB recomenda que, no V Congresso da UJC, tais temas sejam tratados, no entendimento de que, no caso específico do movimento estudantil, a acertada prioridade dada à reconstrução do movimento estudantil pela base, se representa correta postura de rompimento com uma política que acabava por privilegiar a ocupação de espaços de direção na UNE e na UBES, hoje cada vez mais burocratizados e verdadeiros aparelhos ideológicos a serviço do bloco de poder dominante, não significa cair no campo oposto do sectarismo e do abandono da luta no interior destas entidades (as quais não podem ser confundidas com suas diretorias), como fizeram os militantes do PSTU, ao criarem a ANEL, após o fracasso da CONLUTE. Como bem apontam as teses elaboradas pela Coordenação Nacional da UJC para o V Congresso, o acúmulo conquistado nos últimos anos, nas batalhas travadas nos congressos estudantis e, principalmente, em função das péssimas experiências de participação em diretorias da UNE, fez desembocar na “bandeira de RECONSTRUÇÃO DA UNE, adotada no último CONUNE (2009)”.
A CPN apresenta ainda a proposta de que o Congresso da UJC debata profundamente as questões relativas à conjuntura atual, com vistas à elaboração de um programa de ação da UJC nas frentes de luta às quais se propõe dedicar: jovens trabalhadores, movimento estudantil e frente cultural. Para tal, é também de fundamental importância que se incentive o início do debate organizado sobre questões que afligem mais diretamente a juventude brasileira: violência contra os jovens, desemprego, trabalho precarizado, aborto, liberdade de opção sexual, ecologia, drogas, esporte e lazer, música, cultura, na perspectiva do combate às mais variadas formas de mercantilização, impostas pelo capital, dos bens e dos diversos aspectos da vida humana.
Aprofundar o debate de tais questões possibilitará uma ação mais efetiva dos jovens comunistas no interior de parcelas mais destacadas da juventude brasileira, que se mobilizam por mudanças e se rebelam contra o status quo. Sem dúvida, a busca por uma atuação que consiga envolver o maior número de jovens que apresentem críticas, questionamentos e disposição para lutar contra a ordem vigente – e que aumente a nossa influência nos movimentos sociais – deve estar sempre presente em nossas reflexões, nos debates e planejamentos da coordenação da UJC e da Secretaria Nacional de Juventude do Comitê Central.
O CC recomenda que todos os CR's do Partido tenham em sua estrutura a formação de secretarias de Juventude e que, pelo menos, dois membros das coordenações regionais da UJC tenham assento nas secretarias regionais de Juventude. Esse trabalho conjugado visa, entre outros aspectos, estreitar o diálogo entre os Comitês Regionais e as Coordenações da UJC.
Por fim, a CPN sugere a reflexão sobre o formato proposto de composição orgânica da Direção da UJC, no sentido de se garantir maior agilidade e horizontalidade nas discussões e ações do coletivo, evitando-se a mera reprodução da nomenclatura da organização do Comitê Central, pois a UJC não é o PCB em miniatura. Entendemos ser de vital importância evitar a criação de um aparato burocrático sem representação real no seio da nossa juventude. Desejamos, com essas breves notas, auxiliar no debate sobre as relações da UJC com o PCB e a respeito da participação da UJC nos movimentos sociais e nas diversas áreas onde deve se verificar a presença organizada da juventude comunista. Saudações comunistas, Secretaria Nacional de Juventude.
Comissão Política Nacional do CC/ PCB.
Às vésperas do V Congresso Nacional da União da Juventude Comunista- UJC, a Comissão Política do Comitê Central do PCB dirige-se ao conjunto de nossa militância para tratar de alguns pontos relevantes e relativos ao debate congressual. A atuação junto à juventude sempre foi estratégica para as organizações revolucionárias, principalmente a partir do momento em que as contradições do capitalismo se aprofundaram e despertaram na juventude um potencial ímpeto de questionamento e enfrentamento à ordem do capital, em diversas regiões do mundo. Os efeitos da recente crise econômica do capital apenas ressaltam a necessidade de se apostar no resgate deste ímpeto.
Devido à pesada estrutura ideológica à qual os jovens estão submetidos na sociedade capitalista, cujo papel é o de garantir a reprodução da visão de mundo hegemônica e das relações sociais de produção visando aprofundar a exploração promovida pelo capital, é cada vez mais necessário apresentar à juventude as contradições da sociedade capitalista, fomentando um sentimento de indignação e a perspectiva da mudança radical do modelo dominante, ingredientes fundamentais para o aprendizado e a construção de uma consciência de novo tipo, uma consciência revolucionária. Muitos de nossos atuais dirigentes e quadros comunistas atuantes nos movimentos de massas começaram a sua militância na juventude, experiência comprovadamente de grande importância no processo da formação dos quadros revolucionários.
A construção da UJC foi um dos primeiros exemplos da necessidade que os comunistas viram, desde a fundação do PCB, de se constituir um elo de ação e ressonância das propostas políticas do Partido junto à juventude brasileira, visando a construção de um poderoso organismo de enfrentamento à ordem estabelecida. Os jovens comunistas brasileiros dedicaram-se a inúmeras lutas ao longo da nossa história, a saber: a criação de uma entidade nacional estudantil que lutasse pelos interesses populares contra a dominação imperialista no Brasil, como foi o caso da criação da UNE; a luta contra a implantação do fascismo no país; o apoio à guerra civil espanhola; a defesa da soberania nacional pela exploração do petróleo e a consecutiva criação da PETROBRÁS; a campanha contra o envio de tropas brasileiras para lutar ao lado do imperialismo no conflito coreano; a formação dos Centros Populares de Cultura e a luta por Reformas de Base nos anos 1960; a heróica resistência contra o golpe militar e a ditadura que se seguiu por mais de duas décadas. Estes são apenas alguns exemplos da importância da juventude no cenário político moderno e da interferência comunista nesse significativo movimento. Hoje, no limiar do novo século, tanto os desafios quanto o papel da juventude revolucionária não se esvaíram sob a onda de individualismo e alienação que nos impõe a lógica do capital. Ao contrário, a grande massa de desempregados no capitalismo contemporâneo se concentra exatamente na população jovem que, além de sofrer com o desemprego e a superexploração, submete-se às mais variadas manifestações de violência urbana nas grandes cidades.
Os efeitos imediatos da recente crise econômica, associados às condições impostas pela barbárie capitalista ao conjunto do proletariado, têm aumentado significativamente a falta de perspectivas para milhares de jovens em todo o mundo, o que faz aumentar ainda mais as responsabilidades dos comunistas em priorizar ações que organizem, eduquem e rearticulem o ímpeto revolucionário dos jovens, no cumprimento das tarefas revolucionárias na atualidade.
Nesse sentido, reafirmamos que a UJC é o instrumento de ação dos comunistas do PCB para a implementação desta política, que não está desassociada do conjunto de ações táticas que devemos operar na perspectiva da construção do Bloco Revolucionário do Proletariado, visando a concretização de ações e propostas que possam contribuir para a resistência e a luta por conquistas sociais e pela derrubada do sistema capitalista.
Nos últimos anos, a UJC ajudou o Partido a recrutar ativistas de movimentos de massa, em especial aqueles oriundos do movimento estudantil, mas também jovens trabalhadores e ativistas do movimento cultural, que, ao ingressarem nas fileiras da Juventude Comunista, aprenderam o significado da necessidade do centralismo democrático, do trabalho coletivo, do debate conjuntural sob a análise marxista e principalmente da necessidade histórica em sepultar a sociedade capitalista e erigir um novo modelo de sociedade, a sociedade socialista. Como o camarada Lênin dizia em seu discurso de saudação ao III Congresso da UJC na Rússia, em 1920: “(...) a atuação na juventude acaba sendo, entre outros pontos, um espaço de aprendizado sobre a necessidade da ruptura revolucionária, ruptura esta que se aprende na prática militante com ações e disciplina revolucionária e com o estudo do marxismo”. Sendo assim, não podemos confundir o papel da UJC, como se esta fosse um movimento social absolutamente autônomo ou um ente à parte da estrutura do PCB. A UJC é uma das frentes de massa do PCB. É a expressão política dos comunistas do PCB na atuação junto à juventude, na perspectiva da construção da revolução proletária. Daí não poder ser confundida jamais com o movimento juvenil como um todo, que é heterogêneo ideologicamente. A Unidade Classista, frente de massas do PCB criada para atuar no movimento sindical, também não se confunde com o movimento operário, que é mais amplo e complexo.
A UJC é o veículo de ação dos comunistas do PCB junto à classe trabalhadora e, em especial, junto à classe operária, na perspectiva da disputa ideológica e da construção da hegemonia comunista, não apenas no nível das idéias, mas fundamentalmente no âmbito das ações de resistência e de luta contra o capitalismo, no rumo da sociedade socialista e do comunismo. Por tudo isso, a militância dos jovens comunistas do PCB junto à UJC não pode ser entendida como uma dupla militância partidária. As Bases do PCB são as estruturas das quais participam de forma sistemática e orgânica os militantes comunistas, através das quais atuam para organizar os trabalhadores e os movimentos de massas para a luta de classes. A UJC é uma frente ligada política e ideologicamente ao PCB, mas possui uma forma de organização que possibilita a participação de jovens que comunguem com nossos fundamentos políticos, táticos e ideológicos, sem que, necessariamente, sejam organicamente vinculados às bases do PCB. Podemos ter uma base de secundaristas do PCB no município tal, ou uma base universitária da universidade X ou Y, com pautas específicas, finança própria e um secretariado definido. Os militantes destas bases atuam, através da UJC, no sentido de ampliar sua influência no movimento estudantil, atraindo, para a militância na UJC, ativistas destacados do movimento que concordem com a linha política e o projeto estratégico do PCB. Ou seja, a UJC deve ser maior que o PCB, para garantir um raio maior de ação do Partido. Estas questões não devem ser escamoteadas ou sonegadas ao conhecimento de nenhum jovem que deseje atuar pela UJC. Ao contrário, todos aqueles que desejam atuar pela UJC devem ter claro que as ações da entidade, assim como as suas aspirações políticas e a sua orientação ideológica, estão subordinadas à estratégia e à tática dos comunistas do PCB. Dessa forma não há duplicidade de militância ou confusão. No movimento sindical isso já acontece com a Unidade Classista. Todo militante sindical do PCB, independente da Base na qual atue, é membro da Unidade Classista e participa dos eventos gerais da classe trabalhadora sob a bandeira da nossa corrente sindical.Conforme definem as resoluções do XIV Congresso do PCB, “a UJC/PCB deve fortalecer sua atuação junto aos jovens trabalhadores, nas lutas contra o desemprego, a perda de direitos e a precarização do trabalho, em sintonia com o trabalho político e sindical do Partido”. Portanto, a atuação junto aos núcleos de jovens trabalhadores deve ser pautada no fortalecimento da intervenção do PCB e da Unidade Classista no movimento sindical, acompanhada de questões específicas e lutas relacionadas ao mundo do jovem trabalhador. Devemos, por exemplo, estimular a criação de núcleos setoriais de juventude nos sindicatos onde possuímos atuação, assim como campanhas de sindicalização e também de pré-sindicalização de jovens que estão entrando no mundo do trabalho, a exemplo dos estudantes de licenciatura nos períodos finais de faculdades e escolas técnicas, acompanhadas de campanhas de conscientização acerca dos direitos e do papel do movimento sindical. A organização de jovens trabalhadores precarizados ou em empregos informais, a criação de um setor de juventude na Intersindical, a organização dos estagiários, assim como campanhas de esclarecimentos sobre seus direitos, poderiam ser algumas das ações conjugadas entre a UJC e a Unidade Classista.
Ainda conforme as resoluções do XIV Congresso: a UJC “deve intensificar, qualificar e potencializar sua atuação no conjunto do movimento estudantil brasileiro, buscando levar a cabo a luta contra-hegemônica no interior do movimento estudantil e de suas entidades, tais como a UNE, a UBES, UEE's e demais organizações de base.
O papel dos jovens comunistas é a reconstrução do movimento estudantil brasileiro pela base e por suas entidades representativas, para que retomem sua independência e legitimidade. Esta ação não se dará através da mera disputa pelos aparelhos e cargos nas organizações estudantis, mas por intermédio de incisiva atuação dos comunistas nas entidades de base, nas escolas e universidades, para que o movimento estudantil retome sua ação protagonista nas lutas pela educação pública emancipadora e pela formação de uma universidade popular, capaz de produzir conhecimento a serviço da classe trabalhadora e contribuir para a consolidação da contra-hegemonia proletária”.
A Comissão Política Nacional do PCB recomenda que, no V Congresso da UJC, tais temas sejam tratados, no entendimento de que, no caso específico do movimento estudantil, a acertada prioridade dada à reconstrução do movimento estudantil pela base, se representa correta postura de rompimento com uma política que acabava por privilegiar a ocupação de espaços de direção na UNE e na UBES, hoje cada vez mais burocratizados e verdadeiros aparelhos ideológicos a serviço do bloco de poder dominante, não significa cair no campo oposto do sectarismo e do abandono da luta no interior destas entidades (as quais não podem ser confundidas com suas diretorias), como fizeram os militantes do PSTU, ao criarem a ANEL, após o fracasso da CONLUTE. Como bem apontam as teses elaboradas pela Coordenação Nacional da UJC para o V Congresso, o acúmulo conquistado nos últimos anos, nas batalhas travadas nos congressos estudantis e, principalmente, em função das péssimas experiências de participação em diretorias da UNE, fez desembocar na “bandeira de RECONSTRUÇÃO DA UNE, adotada no último CONUNE (2009)”.
A CPN apresenta ainda a proposta de que o Congresso da UJC debata profundamente as questões relativas à conjuntura atual, com vistas à elaboração de um programa de ação da UJC nas frentes de luta às quais se propõe dedicar: jovens trabalhadores, movimento estudantil e frente cultural. Para tal, é também de fundamental importância que se incentive o início do debate organizado sobre questões que afligem mais diretamente a juventude brasileira: violência contra os jovens, desemprego, trabalho precarizado, aborto, liberdade de opção sexual, ecologia, drogas, esporte e lazer, música, cultura, na perspectiva do combate às mais variadas formas de mercantilização, impostas pelo capital, dos bens e dos diversos aspectos da vida humana.
Aprofundar o debate de tais questões possibilitará uma ação mais efetiva dos jovens comunistas no interior de parcelas mais destacadas da juventude brasileira, que se mobilizam por mudanças e se rebelam contra o status quo. Sem dúvida, a busca por uma atuação que consiga envolver o maior número de jovens que apresentem críticas, questionamentos e disposição para lutar contra a ordem vigente – e que aumente a nossa influência nos movimentos sociais – deve estar sempre presente em nossas reflexões, nos debates e planejamentos da coordenação da UJC e da Secretaria Nacional de Juventude do Comitê Central.
O CC recomenda que todos os CR's do Partido tenham em sua estrutura a formação de secretarias de Juventude e que, pelo menos, dois membros das coordenações regionais da UJC tenham assento nas secretarias regionais de Juventude. Esse trabalho conjugado visa, entre outros aspectos, estreitar o diálogo entre os Comitês Regionais e as Coordenações da UJC.
Por fim, a CPN sugere a reflexão sobre o formato proposto de composição orgânica da Direção da UJC, no sentido de se garantir maior agilidade e horizontalidade nas discussões e ações do coletivo, evitando-se a mera reprodução da nomenclatura da organização do Comitê Central, pois a UJC não é o PCB em miniatura. Entendemos ser de vital importância evitar a criação de um aparato burocrático sem representação real no seio da nossa juventude. Desejamos, com essas breves notas, auxiliar no debate sobre as relações da UJC com o PCB e a respeito da participação da UJC nos movimentos sociais e nas diversas áreas onde deve se verificar a presença organizada da juventude comunista. Saudações comunistas, Secretaria Nacional de Juventude.
Comissão Política Nacional do CC/ PCB.
8 de Março: Dia internacional de luta das mulheres
8 DE MARÇO: DIA INTERNACIONAL DE LUTA
DAS MULHERES
(Nota Política do PCB)
DAS MULHERES
(Nota Política do PCB)
OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!
É muito comum encontrarmos pessoas explicando a violência e a opressão às
mulheres ou como algo que ocorre desde o princípio da humanidade, sendo natural
em todas as sociedades e buscando para isso argumentos dos mais diferentes
possíveis, desde religiosos (a mulher é o fruto do pecado) até científicos (existem
diferenças biológicas que explicam as atitudes de mulheres e homens); ou que esse
processo é produto do capitalismo e aqui, tanto para aqueles que se posicionam à
esquerda quanto para a direita, propõem-se soluções reducionistas para a questão de
gênero. Mas é preciso dizer ainda que essas formas de encarar a questão podem
aparecer muitas vezes compartilhadas e gerar uma confusão ainda maior que tem em
si um conteúdo ideológico que não avança em nada a nossa luta. Pelo contrário
reproduzem de forma mais intensa e sutil a exploração e a dominação das mulheres.
Assim é necessário esclarecer o terreno sob o qual se coloca a questão de gênero, ou
seja, as relações entre homens e mulheres que na nossa perspectiva são construções
sociais. A dominação e a exploração sobre as mulheres é um processo que assumiu
diferentes formas ao longo da história da humanidade. Se na Grécia Antiga, por
exemplo, em Atenas as mulheres não eram consideradas cidadãs dignas de participar
da vida política da polis e serviam simplesmente à reprodução biológica da vida, em
Esparta as mulheres tinham uma participação diferenciada, pois eram fundamentais
na educação e, portanto na reprodução social da vida até os sete anos da criança, já
que a cidade priorizava a educação militar. Já na Idade Média as mulheres vão
aparecer na cena histórica como bem e passível de negociações econômicas;
aparecem também como bruxas e serão caçadas pela Igreja durante a Inquisição, já
que detinham conhecimentos adquiridos por conta de sua função social que
desafiavam a ideologia dominante naquele momento.
De fato então temos sim a dominação e a exploração das mulheres como algo muito
além do capitalismo, porque a primeira divisão do trabalho teve base na divisão
sexual do trabalho, entre o homem direcionado à caça e a mulher restrita à
reprodução da vida e aos cuidados da “casa”. Entretanto, o capitalismo vai se
apropriar de maneira particular desse processo e assimilá-lo como um dos pilares da
dominação de classe. O tripé Estado, Igreja e Família dão sustentação particular às
relações sociais capitalistas de produção no sentido de garantir a propriedade privada
e a acumulação de capital, restringindo às mulheres a uma condição de exploração e
dominação ainda maior atualmente sob o véu da igualdade de direitos conquistada
com a luta das mulheres durante o século XX. As mulheres agora inseridas do
mercado de trabalho reproduzem antigas funções sociais como trabalho (doméstica,
profissões ligadas à indústria têxtil e de alimentação) colaborando para a acumulação
direta de capital ou ainda indireta nos casos em que ainda restrita ao lar são
responsáveis pela reprodução da força de trabalho masculina. Em casos em que
houve a feminização de profissões, como com professores e bancários no Brasil,
serviu à redução dos salários já que ela participa do mercado de trabalho como Mao
de obra barata. Portanto, se por um lado ser inserida no mercado de trabalho foi uma
conquista, por outro foi uma forma de intensificar a exploração, articulando, portanto,
a dimensão de classe com a dimensão de gênero.
Nesse sentido é importante lembrar que o dia 08 de março foi uma data sugerida por
Clara Zetkin, uma comunista Alemã, durante a II Conferência Internacional das
Mulheres Socialistas em 1910 em decorrência das inúmeras manifestações que
ocorriam no mundo inteiro propunha marcar a luta das mulheres por melhores
condições de trabalho, fim da opressão e direito ao voto feminino. Por considerar o
contexto histórico de sua criação e de seu desenvolvimento ao longo do século XX,
devemos encarar o 08 de março como uma construção da luta das mulheres e não
apenas como data comemorativa, bem como não pensá-lo somente como um dia,
mas como resultado de um processo que deve ser permanentemente reavaliado entre
seus progressos e retrocessos pelas feministas com objetivo de avançar nessa luta.
Mas é preciso lembrar que a luta feminista tem suas vertentes e aqui vamos defender
não o feminismo burguês. A democracia burguesa promete e diz garantir a igualdade
e a liberdade das mulheres, mas o que vemos na prática é que as mulheres ainda são
escravas do trabalho doméstico, seja ele um dever de casa imposto socialmente ou
uma profissão de fato; preenchem cada vez mais as fileiras do trabalho precarizado,
com poucos ou quase nada de direito por conta dos mecanismos que o capitalismo
encontra para explorar a classe trabalhadora (cooperativas, trabalho informal, etc.),
se submetendo a salários inferiores aos dos homens nos mesmos cargos e sofrendo
constantemente no ambiente de trabalho e nos espaços de organização política
assédio sexual e discriminação; são levadas a reproduzir ideologicamente a educação
machista e homofóbica que o Estado e as demais instituições sociais difundem por
conta de que o processo de socialização é sutil, ao mesmo tempo em que violento;
não têm garantido os direitos de reprodução sexual em termos de saúde e educação,
seja em casos de prevenção à concepção como em casos de interrupção de gravidez,
se submetendo a situações constrangedoras do ponto de vista psicológico e colocando
sua vida em risco; são alvo constante de exploração sexual e violência doméstica,
bem como estão constantemente expostas à mercantilização de seu corpo.
Enquanto comunistas, não queremos somente a igualdade de direitos. Não queremos
que as nossas conquistas se reduzam à questão meramente jurídica, legal. Porque o
capitalismo é a exploração do homem pelo homem e, portanto, as questões
pertinentes às mulheres se potencializam por conta da dominação de classe.
Lutamos pela libertação das mulheres e homens de toda e qualquer forma de
dominação, subordinação, opressão, seja ela de gênero, etnia ou opção sexual,
porque a nossa luta, guardada sua particularidade, é acima de tudo de classe, é em
direção à revolução socialista. Nossa conquista deve ser no sentido de transformações
objetivas e subjetivas que garantam a todos e todas as difer
enças, sem que estas se
traduzam em dominação e subordinação de um pelo outro.
Não compartilhamos também de um feminismo sexista porque não identificamos
nosso inimigo no homem, mas sim o queremos nas fileiras não só das lutas de
classes, como na luta pelo fim do machismo, da violência e opressão à mulher. Por
tudo isso, não defendemos a organização independente de mulheres, sem vinculação
partidária ou ideológica: a luta das mulheres é a parte integrante da luta de classes e,
portanto, para que seja extinta a exploração sobre seu corpo e sua alma, deve ser
uma luta revolucionária: OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!
traduzam em dominação e subordinação de um pelo outro.
Não compartilhamos também de um feminismo sexista porque não identificamos
nosso inimigo no homem, mas sim o queremos nas fileiras não só das lutas de
classes, como na luta pelo fim do machismo, da violência e opressão à mulher. Por
tudo isso, não defendemos a organização independente de mulheres, sem vinculação
partidária ou ideológica: a luta das mulheres é a parte integrante da luta de classes e,
portanto, para que seja extinta a exploração sobre seu corpo e sua alma, deve ser
uma luta revolucionária: OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!
A luta das mulheres no século XXI ainda está em construção. Carrega todo o peso da
história de luta das mulheres do mundo inteiro. Ainda traz no bojo da luta feminista
socialista as mesmas bandeiras táticas protagonizadas pela Segunda Internacional,
tais como direito a creche, salários iguais, direito ao aborto legal e seguro, fim da
violência doméstica e da exploração sexual, luta pela paz dos povos oprimidos, entre
outras. Bandeiras que ainda pertinentes devem ser enquadradas de acordo com o
avanço da nossa luta, com a nossa conjuntura atual e com as demandas históricas
que se impõem para a classe trabalhadora, ou seja, devem estar no escopo das lutas
de classes, pois somente a extinção da dominação de classes promove a emancipação
plena da mulher. Essa é uma contribuição inicial e necessária para que possamos
garantir que a plena subversão da ordem e a construção de outra sociedade livre da
exploração do trabalho pelo Capital, leve no bojo das lutas de classes a luta das
mulheres: muito mais do que uma luta de gênero, por demandas específicas
perfeitamente possíveis de serem apropriadas como bandeira do Capital, queremos
uma luta de classes que supere as desigualdades de gênero imbricadas nas
desigualdades de classes. Que se mantenham as diferenças, porque somos
diferentes, mas que elas jamais se reproduzam nas nossas lutas em termos de
dominação e exploração. É uma luta contra o sectarismo, contra a tentativa de
guetizar o específico que é uma luta geral de nossa classe. Uma luta das mulheres e
dos homens que devem lutar pela Revolução socialista e feminista.
PCB – Comissão Política Nacional do Comitê Central
domingo, 7 de março de 2010
Fatos e Não Palavras: Os Direitos Humanos em Cuba
Fatos e Não Palavras: Os Direitos Humanos em Cuba
Um documentário muito bom sobre a realidade cubana (legendado em português):
.
Parte 1: http://www.youtube.com/watch?v=JdQU0mXrUXo
.
Parte2: http://www.youtube.com/watch?v=fReNR2GbscQ
.
Parte 3: http://www.youtube.com/watch?v=jsN2k7cXiUk
.
Parte 4: http://www.youtube.com/watch?v=lykk3a2_a6w
.
Parte 5: http://www.youtube.com/watch?v=mcMtE_haWxU
.
Parte 6: http://www.youtube.com/watch?v=0NL0WASaq90
.
Parte 7: http://www.youtube.com/watch?v=_1sxzprsCOQ
.
Parte 8: http://www.youtube.com/watch?v=JoPSnD2y9PQ
.
Parte 9: http://www.youtube.com/watch?v=QrAzce36FGY
.
Parte 10: http://www.youtube.com/watch?v=F2l_T4Nh6Dc
Um documentário muito bom sobre a realidade cubana (legendado em português):
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Parte 1: http://www.youtube.com/watch?v=JdQU0mXrUXo
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Parte2: http://www.youtube.com/watch?v=fReNR2GbscQ
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Parte 3: http://www.youtube.com/watch?v=jsN2k7cXiUk
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Parte 4: http://www.youtube.com/watch?v=lykk3a2_a6w
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Parte 5: http://www.youtube.com/watch?v=mcMtE_haWxU
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Parte 6: http://www.youtube.com/watch?v=0NL0WASaq90
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Parte 7: http://www.youtube.com/watch?v=_1sxzprsCOQ
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Parte 8: http://www.youtube.com/watch?v=JoPSnD2y9PQ
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Parte 9: http://www.youtube.com/watch?v=QrAzce36FGY
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Parte 10: http://www.youtube.com/watch?v=F2l_T4Nh6Dc
terça-feira, 2 de março de 2010
O MOVIMENTO ESTUDANTIL PARA ALÉM DA INSTITUCIONALIDADE
O MOVIMENTO ESTUDANTIL PARA ALÉM DA INSTITUCIONALIDADE
por Paulo Winicius "Maskote"
De maneira acertada a matéria da jornalista Andréia Bahia do Jornal Opção de 24 a 30 de janeiro de 2010 demonstra a derrocada do PC do B goiano no meio estudantil, fato decorrente justamente de seu afastamento das bases, e a falta de bandeiras que aglutinassem os estudantes em torno de uma luta concreta. O seguidismo governista custou caro aos “ex-camaradas”, que domesticaram sua militância, e priorizaram a ação institucional. Porém é necessário destacar, que ao contrário do que dizem os dirigentes estudantis do PMDB, existe um movimento estudantil de luta que não está vinculado aos partidos de lógica puramente eleitoral, como é o caso de PMDB, PP, PT ,PSDB e Cia.
Em Goiás as maiores mobilizações estudantis dos últimos tempos ocorreram em 2009, contra o aumento da tarifa do transporte (ganhando a capa de vários jornais), com paralisação do Eixo Anhanguera, fechamento de vários ônibus dentro do Campus 2 da UFG,tendo a frente grêmios estudantis, o DCE-UFG , estudantes independentes, e outros que militam no PCB (Partido Comunista Brasileiro), PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados), PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) e MEPR (Movimento Estudantil Popular Revolucionário). O Fórum em Defesa da UEG constituído majoritariamente por estudantes independentes também tem feito diversas mobilizações, incluindo uma caminhada de Anápolis a Goiânia, em protesto por concurso público e por mais verbas para a UEG.
É de se reconhecer o crescimento da direita no movimento estudantil goiano, que ocorre graças à prática do PC do B , que sempre fez questão de compor com essas forças nos congressos das entidades, por exemplo, foi na chapa com o PC do B, que o PP assumiu a vice-presidência da UEE em seu 31º Congresso e posteriormente a presidência. Abandonando a perspectiva de enfrentamento de projetos e de classes, eles viraram as costas para a militância de esquerda e achavam estar se aproveitando das organizações de direita. O resultado está ai.
Para além de uma observação do movimento estudantil como uma divisão de CAs, DCEs e UEE entre partidos políticos, é preciso pensar de que maneira o movimento estudantil se relaciona com a sociedade através de visões e projetos políticos diferenciados. De um lado temos organizações de direita e outras que já foram de esquerda, que vêem o movimento social como acessória às suas movimentações institucionais, e de outro lado organizações que tem o foco no movimento social como caminho para as transformações necessárias da sociedade ( distribuição de riqueza, reforma agrária, fim de desigualdades...).
Ao contrário do que diz o ex-presidente da UNE e dirigente do PC do B, Aldo Arantes, o movimento estudantil da década de 60 não tinha maior visibilidade porque “não haviam sindicatos, movimento camponês e outras organizações...” , e sim porque tinha uma postura de luta, organizava os CPCs — Centros Populares de Cultura, tinha relação com as bases, lotava as ruas em defesa de reformas de base, reforma agrária, por um projeto popular de cultura e pelo socialismo. Como Aldo Arantes pode desconsiderar a força do Movimento Sindical da época através do CGT — Comando Geral dos Trabalhadores que deflagrava greves gerais pelas reformas de base no Brasil todo, desconsiderar as ligas camponesas no nordeste com Francisco Julião, as ocupações de Trombas e Formoso em Goiás lideradas pelo líder camponês do PCB José Porfírio. A escola Superior de Guerra em seus documentos falava claramente da necessidade de uma intervenção militar, devido ao crescente movimento organizado por reforma agrária. Se como diz o ex-presidente da UNE, não houvesse movimento sindical e camponês forte, porque teria ocorrido o Golpe Militar? Por causa única e exclusivamente da UNE?
Se hoje a UNE e a UBES, dirigidas pelo PC do B, não tem tamanha relevância na sociedade, muito se deve à domesticação a qual vem passando essas entidades, que são representantes do Governo Lula junto ao movimento social. A suposta apatia da juventude é uma falácia, no ano passado ocorreram greves estudantis na USP, anteriormente ocorreram mobilizações na UNB contra o escândalo das Fundações, em 2007 houveram mais greves e ocupações na USP contra as medidas privatizantes do Governo Serra, e recentemente ocupações de Reitorias em todo país, contra o projeto de expansão das Universidades Federais que não previa os recursos necessários por parte do Governo Federal. Em nenhuma dessas mobilizações a UNE foi protagonista, tais ações surgiram do movimento de base, principalmente das Universidades Públicas.
A matéria “PMDB aposenta comunistas” da jornalista Andréia Bahia, poderia na verdade ter o título “PMDB aposenta pseudo-comunistas”. Afinal já faz algum tempo que o PC do B (Partido Comunista do Brasil) deixou de se identificar com o que é o ideal comunista : A superação do capitalismo e o combate à burguesia. É de notório conhecimento no meio político e para a população em geral que esse partido já se acomodou junto a todas as frações possíveis de representação da burguesia. Passando da composição com DEM, PP, PR, PTB e PSDB no Governo Marconi Perillo (onde Aldo Arantes foi secretário de Meio Ambiente) à junção com o grupo adversário: o de Íris Rezende (o mesmo que chamavam de coronel poucos anos antes).
Dentro desse “vale-tudo” onde entidades de movimento social viram credenciais por mais espaço em governos, o PC do B chega ao fundo do poço, e faz-se necessário a correção do que foi dito pelos “ex-camaradas”, ao proclamar a reorganização da UGES-União Goiana de Estudantes Secundaristas. Como último presidente da UGES, eleito em 1999 e com gestão encerrada em 2001, posso afirmar que não dei posse a ninguém em algum congresso de reconstrução. O que foi feito pelo PC do B foi uma entidade cartorial, que não tem o reconhecimento de nenhuma força política. Quem convocou este congresso, se não temos organizações secundaristas municipais em Goiânia, Aparecida, Rio Verde, etc? Nós da União da Juventude Comunista, do PCB — Partido Comunista Brasileiro , hoje atuando em vários Centros Acadêmicos, grêmios estudantis e no DCE-UFG, não reconhecemos as práticas oportunistas do PC do B nem tão pouco a atual diretoria da UEE/GO. O movimento estudantil deve ser reorganizado em Goiás, com força nas bases dos CAs e DCEs, repudiando os acordões com a direita, o esvaziamento dos debates e o aparelhamento de nossas entidades estudantis. Para tanto a UJC não irá comungar com a direita (e seus assessores PT e PDT) que assumiram a UEE/GO e nem tão pouco com a ação da UJS/PC do B que questionaram somente a plenária final do 32 º Congresso da UEE (motivados pela traição de seu ex-aliado o PMDB).
Sendo assim, conclamamos todos os estudantes e entidades de base para a construção de um instrumento que unifique a luta dos estudantes pela base a partir de pautas concretas: uma Frente Estadual de Luta dos Estudantes (que não assume o caráter de uma entidade paralela), que tem de assumir a responsabilidade do enfrentamento político e de estar presente no cotidiano estudantil, ao invés do que vem sendo feito e irá continuar nos próximos dois anos de gestão na UEE/GO. Estabelecer uma luta contínua por mais verbas para pesquisa, construir um plano estadual de assistência estudantil, um calendário de lutas em defesa da UEG e no enfrentamento aos abusos das Universidades Privadas, fugindo à adesão governista das forças que compõe a UEE/GO e da direção majoritária da UNE.
PAULO WINÍCIUS TEIXEIRA DE PAULA é bacharel e estudante de Licenciatura em História pela UFG, coordenador-geral do DCE-UFG (2007-2009) e ex-presidente da União Goiana dos Estudantes Secundaristas (1999-2001). E-mail: paulowinicius@gmail.com
por Paulo Winicius "Maskote"
De maneira acertada a matéria da jornalista Andréia Bahia do Jornal Opção de 24 a 30 de janeiro de 2010 demonstra a derrocada do PC do B goiano no meio estudantil, fato decorrente justamente de seu afastamento das bases, e a falta de bandeiras que aglutinassem os estudantes em torno de uma luta concreta. O seguidismo governista custou caro aos “ex-camaradas”, que domesticaram sua militância, e priorizaram a ação institucional. Porém é necessário destacar, que ao contrário do que dizem os dirigentes estudantis do PMDB, existe um movimento estudantil de luta que não está vinculado aos partidos de lógica puramente eleitoral, como é o caso de PMDB, PP, PT ,PSDB e Cia.
Em Goiás as maiores mobilizações estudantis dos últimos tempos ocorreram em 2009, contra o aumento da tarifa do transporte (ganhando a capa de vários jornais), com paralisação do Eixo Anhanguera, fechamento de vários ônibus dentro do Campus 2 da UFG,tendo a frente grêmios estudantis, o DCE-UFG , estudantes independentes, e outros que militam no PCB (Partido Comunista Brasileiro), PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados), PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) e MEPR (Movimento Estudantil Popular Revolucionário). O Fórum em Defesa da UEG constituído majoritariamente por estudantes independentes também tem feito diversas mobilizações, incluindo uma caminhada de Anápolis a Goiânia, em protesto por concurso público e por mais verbas para a UEG.
É de se reconhecer o crescimento da direita no movimento estudantil goiano, que ocorre graças à prática do PC do B , que sempre fez questão de compor com essas forças nos congressos das entidades, por exemplo, foi na chapa com o PC do B, que o PP assumiu a vice-presidência da UEE em seu 31º Congresso e posteriormente a presidência. Abandonando a perspectiva de enfrentamento de projetos e de classes, eles viraram as costas para a militância de esquerda e achavam estar se aproveitando das organizações de direita. O resultado está ai.
Para além de uma observação do movimento estudantil como uma divisão de CAs, DCEs e UEE entre partidos políticos, é preciso pensar de que maneira o movimento estudantil se relaciona com a sociedade através de visões e projetos políticos diferenciados. De um lado temos organizações de direita e outras que já foram de esquerda, que vêem o movimento social como acessória às suas movimentações institucionais, e de outro lado organizações que tem o foco no movimento social como caminho para as transformações necessárias da sociedade ( distribuição de riqueza, reforma agrária, fim de desigualdades...).
Ao contrário do que diz o ex-presidente da UNE e dirigente do PC do B, Aldo Arantes, o movimento estudantil da década de 60 não tinha maior visibilidade porque “não haviam sindicatos, movimento camponês e outras organizações...” , e sim porque tinha uma postura de luta, organizava os CPCs — Centros Populares de Cultura, tinha relação com as bases, lotava as ruas em defesa de reformas de base, reforma agrária, por um projeto popular de cultura e pelo socialismo. Como Aldo Arantes pode desconsiderar a força do Movimento Sindical da época através do CGT — Comando Geral dos Trabalhadores que deflagrava greves gerais pelas reformas de base no Brasil todo, desconsiderar as ligas camponesas no nordeste com Francisco Julião, as ocupações de Trombas e Formoso em Goiás lideradas pelo líder camponês do PCB José Porfírio. A escola Superior de Guerra em seus documentos falava claramente da necessidade de uma intervenção militar, devido ao crescente movimento organizado por reforma agrária. Se como diz o ex-presidente da UNE, não houvesse movimento sindical e camponês forte, porque teria ocorrido o Golpe Militar? Por causa única e exclusivamente da UNE?
Se hoje a UNE e a UBES, dirigidas pelo PC do B, não tem tamanha relevância na sociedade, muito se deve à domesticação a qual vem passando essas entidades, que são representantes do Governo Lula junto ao movimento social. A suposta apatia da juventude é uma falácia, no ano passado ocorreram greves estudantis na USP, anteriormente ocorreram mobilizações na UNB contra o escândalo das Fundações, em 2007 houveram mais greves e ocupações na USP contra as medidas privatizantes do Governo Serra, e recentemente ocupações de Reitorias em todo país, contra o projeto de expansão das Universidades Federais que não previa os recursos necessários por parte do Governo Federal. Em nenhuma dessas mobilizações a UNE foi protagonista, tais ações surgiram do movimento de base, principalmente das Universidades Públicas.
A matéria “PMDB aposenta comunistas” da jornalista Andréia Bahia, poderia na verdade ter o título “PMDB aposenta pseudo-comunistas”. Afinal já faz algum tempo que o PC do B (Partido Comunista do Brasil) deixou de se identificar com o que é o ideal comunista : A superação do capitalismo e o combate à burguesia. É de notório conhecimento no meio político e para a população em geral que esse partido já se acomodou junto a todas as frações possíveis de representação da burguesia. Passando da composição com DEM, PP, PR, PTB e PSDB no Governo Marconi Perillo (onde Aldo Arantes foi secretário de Meio Ambiente) à junção com o grupo adversário: o de Íris Rezende (o mesmo que chamavam de coronel poucos anos antes).
Dentro desse “vale-tudo” onde entidades de movimento social viram credenciais por mais espaço em governos, o PC do B chega ao fundo do poço, e faz-se necessário a correção do que foi dito pelos “ex-camaradas”, ao proclamar a reorganização da UGES-União Goiana de Estudantes Secundaristas. Como último presidente da UGES, eleito em 1999 e com gestão encerrada em 2001, posso afirmar que não dei posse a ninguém em algum congresso de reconstrução. O que foi feito pelo PC do B foi uma entidade cartorial, que não tem o reconhecimento de nenhuma força política. Quem convocou este congresso, se não temos organizações secundaristas municipais em Goiânia, Aparecida, Rio Verde, etc? Nós da União da Juventude Comunista, do PCB — Partido Comunista Brasileiro , hoje atuando em vários Centros Acadêmicos, grêmios estudantis e no DCE-UFG, não reconhecemos as práticas oportunistas do PC do B nem tão pouco a atual diretoria da UEE/GO. O movimento estudantil deve ser reorganizado em Goiás, com força nas bases dos CAs e DCEs, repudiando os acordões com a direita, o esvaziamento dos debates e o aparelhamento de nossas entidades estudantis. Para tanto a UJC não irá comungar com a direita (e seus assessores PT e PDT) que assumiram a UEE/GO e nem tão pouco com a ação da UJS/PC do B que questionaram somente a plenária final do 32 º Congresso da UEE (motivados pela traição de seu ex-aliado o PMDB).
Sendo assim, conclamamos todos os estudantes e entidades de base para a construção de um instrumento que unifique a luta dos estudantes pela base a partir de pautas concretas: uma Frente Estadual de Luta dos Estudantes (que não assume o caráter de uma entidade paralela), que tem de assumir a responsabilidade do enfrentamento político e de estar presente no cotidiano estudantil, ao invés do que vem sendo feito e irá continuar nos próximos dois anos de gestão na UEE/GO. Estabelecer uma luta contínua por mais verbas para pesquisa, construir um plano estadual de assistência estudantil, um calendário de lutas em defesa da UEG e no enfrentamento aos abusos das Universidades Privadas, fugindo à adesão governista das forças que compõe a UEE/GO e da direção majoritária da UNE.
PAULO WINÍCIUS TEIXEIRA DE PAULA é bacharel e estudante de Licenciatura em História pela UFG, coordenador-geral do DCE-UFG (2007-2009) e ex-presidente da União Goiana dos Estudantes Secundaristas (1999-2001). E-mail: paulowinicius@gmail.com
segunda-feira, 1 de março de 2010
Venezuela: Sobre o que a imprensa conservadora silencia
Venezuela: Sobre o que a imprensa conservadora silencia
Para se ter uma idéia de como funciona o mecanismo do pensamento único, no próximo dia 1º de março, em São Paulo, o Instituto Millenium estará promovendo um seminário sobre “Liberdade de Expressão” que contará com a participação, entre outros, do presidente da RCTV venezuelana, Marcel Garnier, do colunista das Organizações Globo Arnaldo Jabor, do sociólogo Demetrio Magnoli, do jornalista Reinaldo Azevedo, da Veja, e de Carlos Alberto Di Franco, membro da seita Opus Dei. O artigo é de Mário Augusto Jakobskind.
Mário Augusto Jakobskind - Observatório da Imprensa
A República Bolivariana da Venezuela segue na ordem do dia da mídia. Quem acompanha o noticiário diário das TVs brasileiras e alguns dos jornalões tem a impressão que o país está à beira do caos e por lá vigora a mais ferrenha obstrução aos órgãos de imprensa privados. Mas há quem não tenha essa leitura sobre o país vizinho, que no próximo mês de setembro elegerá os integrantes da Assembléia Nacional.
José Gregorio Nieves, secretário da organização não-governamental Jornalistas pela Verdade, informou recentemente a representantes da União Européia que circularam em Caracas que nos últimos 11 anos, correspondente exatamente à ascensão do presidente Hugo Chávez, houve um avanço na democratização da comunicação na Venezuela. Ele baseia as suas informações em números. Segundo Nieves, há atualmente um total de 282 meios alternativos de rádios e televisões onde a população que não tinha voz agora tem.
Houve, inclusive, um aumento da democratização do acesso aos meios de comunicação. Até 1998, ou seja, no período em que a Venezuela era governada em revezamento, ora pela Ação Democrática (linha social-democrata), ora pela Copei (linha social cristã), não havia permissão para o funcionamento de veículos comunitários. No país existiam apenas 33 radiodifusores privados e 11 públicos, todos eles avaliados pela Comissão Nacional de Telecomunicações(Conatel).
Que seja ouvido o outro lado
Hoje, ainda segundo informação prestada por Nieves a representantes da UE, as concessões privadas em FM chegam a 471 emissoras, sendo 245 comunitárias e 82 de caráter público. Na área da televisão, o total de canais abertos privados até 1998 era de 31 particulares e oito públicos. Atualmente, a Conatel concedeu concessões a 65 canais privados, 37 comunitários e 12 públicos.
A lógica desses números contradiz, na prática, a campanha midiática de denúncia de falta de liberdade de imprensa. Seria pouco lógico que num período em que aumentaram as concessão de rádio e TV para a área privada o governo restringisse os passos das referidas empresas.
O secretário de organização dos Jornalistas pela Verdade informou ainda que a Lei de Responsabilidade Social no Rádio e Televisão permitiu o fortalecimento dos produtores nacionais independentes. Nieves fez questão de assinalar que a ONG que ele representa rejeita a manipulação contra o governo bolivariano que ocorre em âmbito da UE e em outros fóruns.
É importante que os leitores e telespectadores brasileiros tenham acesso a outros canais de informação e não aos de sempre, apresentados diariamente pelos grandes meios de comunicação vinculados à Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP). Em outros termos: que seja ouvido o outro lado, para que não prevaleça, como tem acontecido, o esquema do pensamento único.
RCTV é confirmada como produtora nacional
Para se ter uma idéia de como funciona o mecanismo do pensamento único, no próximo dia 1º de março, em São Paulo, o Instituto Millenium estará promovendo um seminário sobre “Liberdade de Expressão” que contará com a participação, entre outros, do presidente da RCTV venezuelana, Marcel Garnier, do colunista das Organizações Globo Arnaldo Jabor, do sociólogo Demetrio Magnoli, do jornalista Reinaldo Azevedo, da Veja, e de Carlos Alberto Di Franco, membro da seita Opus Dei.
O Instituto Millenium é dirigido, segundo informa o jornal Brasil de Fato, por Patrícia Carlos de Andrade, ex-mulher do ex-diretor do Banco Central no período FHC, Armínio Fraga e filha do falecido jornalista Evandro Carlos de Andrade, que a partir de 1995 coordenou a Central Globo de Jornalismo. Os mediadores do seminário serão três profissionais de imprensa das Organizações Globo: o diretor Luís Erlanger, o repórter Tonico Pereira e o âncora William Waack.
Já se pode imaginar o tipo de crítica ao governo venezuelano que vem por aí. Vão lamentar a suspensão de seis emissoras de TV a cabo, mas provavelmente deixarão de mencionar, como tem feito a mídia conservadora, que cinco desses canais já retornaram ao ar porque deram as informações necessárias solicitadas pela Conatel. Quanto à RCTV, que se julga internacional, a Conatel confirmou a classificação do canal de TV a cabo como produtora nacional, o que conseqüentemente a obriga a acatar as leis do país. Se fizer isso, poderá voltar ao ar. Se não o fizer, Marcel Garnier continuará circulando por países da América Latina para denunciar a “falta de liberdade de imprensa no país de Chávez”.
Sem contraponto
Ah, sim: nestes dias, o governo do Uruguai, cujo presidente, Tabaré Vázquez, encerra o mandato na mesma data do seminário promovido pelo Instituto Millenium, anunciou que vai punir dezenas de emissoras de rádio que se recusaram a entrar na cadeia nacional obrigatória em que o chefe do Executivo uruguaio informava a população sobre questões relacionadas aos direitos humanos. Os jornalões e as TVs brasileiros não deram uma linha sobre o fato, ao contrário do que aconteceu quando a Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel) da Venezuela decidiu suspender emissoras de rádio que estavam em situação irregular.Por estas e muitas outras é que os leitores e telespectadores brasileiros e da América Latina de um modo geral recebem informações sobre a Venezuela apenas com base do que dizem os inimigos da Revolução Bolivariana. Não há contraponto.
Para se ter uma idéia de como funciona o mecanismo do pensamento único, no próximo dia 1º de março, em São Paulo, o Instituto Millenium estará promovendo um seminário sobre “Liberdade de Expressão” que contará com a participação, entre outros, do presidente da RCTV venezuelana, Marcel Garnier, do colunista das Organizações Globo Arnaldo Jabor, do sociólogo Demetrio Magnoli, do jornalista Reinaldo Azevedo, da Veja, e de Carlos Alberto Di Franco, membro da seita Opus Dei. O artigo é de Mário Augusto Jakobskind.
Mário Augusto Jakobskind - Observatório da Imprensa
A República Bolivariana da Venezuela segue na ordem do dia da mídia. Quem acompanha o noticiário diário das TVs brasileiras e alguns dos jornalões tem a impressão que o país está à beira do caos e por lá vigora a mais ferrenha obstrução aos órgãos de imprensa privados. Mas há quem não tenha essa leitura sobre o país vizinho, que no próximo mês de setembro elegerá os integrantes da Assembléia Nacional.
José Gregorio Nieves, secretário da organização não-governamental Jornalistas pela Verdade, informou recentemente a representantes da União Européia que circularam em Caracas que nos últimos 11 anos, correspondente exatamente à ascensão do presidente Hugo Chávez, houve um avanço na democratização da comunicação na Venezuela. Ele baseia as suas informações em números. Segundo Nieves, há atualmente um total de 282 meios alternativos de rádios e televisões onde a população que não tinha voz agora tem.
Houve, inclusive, um aumento da democratização do acesso aos meios de comunicação. Até 1998, ou seja, no período em que a Venezuela era governada em revezamento, ora pela Ação Democrática (linha social-democrata), ora pela Copei (linha social cristã), não havia permissão para o funcionamento de veículos comunitários. No país existiam apenas 33 radiodifusores privados e 11 públicos, todos eles avaliados pela Comissão Nacional de Telecomunicações(Conatel).
Que seja ouvido o outro lado
Hoje, ainda segundo informação prestada por Nieves a representantes da UE, as concessões privadas em FM chegam a 471 emissoras, sendo 245 comunitárias e 82 de caráter público. Na área da televisão, o total de canais abertos privados até 1998 era de 31 particulares e oito públicos. Atualmente, a Conatel concedeu concessões a 65 canais privados, 37 comunitários e 12 públicos.
A lógica desses números contradiz, na prática, a campanha midiática de denúncia de falta de liberdade de imprensa. Seria pouco lógico que num período em que aumentaram as concessão de rádio e TV para a área privada o governo restringisse os passos das referidas empresas.
O secretário de organização dos Jornalistas pela Verdade informou ainda que a Lei de Responsabilidade Social no Rádio e Televisão permitiu o fortalecimento dos produtores nacionais independentes. Nieves fez questão de assinalar que a ONG que ele representa rejeita a manipulação contra o governo bolivariano que ocorre em âmbito da UE e em outros fóruns.
É importante que os leitores e telespectadores brasileiros tenham acesso a outros canais de informação e não aos de sempre, apresentados diariamente pelos grandes meios de comunicação vinculados à Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP). Em outros termos: que seja ouvido o outro lado, para que não prevaleça, como tem acontecido, o esquema do pensamento único.
RCTV é confirmada como produtora nacional
Para se ter uma idéia de como funciona o mecanismo do pensamento único, no próximo dia 1º de março, em São Paulo, o Instituto Millenium estará promovendo um seminário sobre “Liberdade de Expressão” que contará com a participação, entre outros, do presidente da RCTV venezuelana, Marcel Garnier, do colunista das Organizações Globo Arnaldo Jabor, do sociólogo Demetrio Magnoli, do jornalista Reinaldo Azevedo, da Veja, e de Carlos Alberto Di Franco, membro da seita Opus Dei.
O Instituto Millenium é dirigido, segundo informa o jornal Brasil de Fato, por Patrícia Carlos de Andrade, ex-mulher do ex-diretor do Banco Central no período FHC, Armínio Fraga e filha do falecido jornalista Evandro Carlos de Andrade, que a partir de 1995 coordenou a Central Globo de Jornalismo. Os mediadores do seminário serão três profissionais de imprensa das Organizações Globo: o diretor Luís Erlanger, o repórter Tonico Pereira e o âncora William Waack.
Já se pode imaginar o tipo de crítica ao governo venezuelano que vem por aí. Vão lamentar a suspensão de seis emissoras de TV a cabo, mas provavelmente deixarão de mencionar, como tem feito a mídia conservadora, que cinco desses canais já retornaram ao ar porque deram as informações necessárias solicitadas pela Conatel. Quanto à RCTV, que se julga internacional, a Conatel confirmou a classificação do canal de TV a cabo como produtora nacional, o que conseqüentemente a obriga a acatar as leis do país. Se fizer isso, poderá voltar ao ar. Se não o fizer, Marcel Garnier continuará circulando por países da América Latina para denunciar a “falta de liberdade de imprensa no país de Chávez”.
Sem contraponto
Ah, sim: nestes dias, o governo do Uruguai, cujo presidente, Tabaré Vázquez, encerra o mandato na mesma data do seminário promovido pelo Instituto Millenium, anunciou que vai punir dezenas de emissoras de rádio que se recusaram a entrar na cadeia nacional obrigatória em que o chefe do Executivo uruguaio informava a população sobre questões relacionadas aos direitos humanos. Os jornalões e as TVs brasileiros não deram uma linha sobre o fato, ao contrário do que aconteceu quando a Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel) da Venezuela decidiu suspender emissoras de rádio que estavam em situação irregular.Por estas e muitas outras é que os leitores e telespectadores brasileiros e da América Latina de um modo geral recebem informações sobre a Venezuela apenas com base do que dizem os inimigos da Revolução Bolivariana. Não há contraponto.
Zapata: um morto útil?
Zapata: um morto útil?
Enrique Ubieta
Publicado em 24 de Fevereiro de 2010 – Em MONCADA
A absoluta carência de mártires de que padece a contra-revolução cubana é proporcional a sua falta de escrúpulos. É difícil morrer em Cuba, não porque as expectativas de vida sejam as de Primeiro Mundo – ninguém morre de fome, ainda que pese a carência de recursos, nem de enfermidades curáveis –, porque impera a lei e a honestidade.
As Damas de Branco e Yoani podem ser detidas e julgadas segundo as leis vigentes – em nenhum país pode violarem-se as leis: receber dinheiro e colaborar com a embaixada do Irã (um país considerado como inimigo) nos Estados Unidos, por exemplo, pode acarretar a perda de todos os direitos cidadãos naquela nação –, porém elas sabem que em Cuba ninguém desaparece, ninguém é assassinado.
Além do mais, um Zapata entregou sua vida por um ideal que prioriza a felicidade dos demais, não por um que prioriza a própria. Assim foi a lamentável morte de Orlando Zapata, um preso comum – de extenso histórico de delitos, em nada vinculado à política –, exultada intimamente por seus “parentes”. Transformado, depois de muitas e vindas à prisão, em “ativista político”, Zapata foi o candidato perfeito para a auto-execução.
Era um homem “dispensável” para os “grupelhos” e fácil de convencer para que persistisse em uma greve de fome absurda, com pedidos impossíveis (cozinha e telefone pessoal na cela) que nenhum dos reais cabeças teve coragem de sustentar.
Cada uma das greves anteriores havia sido anunciada pelos instigadores como uma provável morte, porém os grevistas sempre desistiam em bom estado de saúde. Instigado e alentado a prosseguir até a morte – esses mercenários lavam sua mãos diante da possibilidade de que se morressem, apesar do esforço incansável dos médicos –, o cadáver de Zapata é agora exibido com cinismo como troféu coletivo.
Como abutres estavam os meios de comunicações – os mercenários e a direita internacional –, rondavam em torno do moribundo. Seu falecimento é um banquete. Um asco de espetáculo. Porque aqueles que escrevem sobre ele não lastimam a morte de um ser humano – em um país sem mortes extra-judiciais –, mas a comemoram quase com alegria e a utilizam com premeditados fins políticos. O caso de Zapata me lembra o de Pánfilo: os dois foram manipulados e, de certa forma, conduzidos à auto-destruição de forma premeditada, para satisfazer necessidades políticas alheias: um, levado a uma persistente greve de fome de 85 dias (já havia realizado outras anteriormente que afetaram a sua saúde); o outro, em pleno processo de desintoxicação alcoólica, foi convidado a beber para que dissesse na frente do magistrado o que queriam ouvir.
Pergunto-me se isso não é uma acusação contra quem agora se apropria de sua “causa”. Têm razão ao dizer que foi um assassinato, porém os meios de comunicação escondem o verdadeiro assassino: os grupelhos cubanos e seus mentores transnacionais. Zapata foi assassinado pela contra-revolução.
(Retirado do blog La Isla desconocida)
Tradução: Maria Fernanda Magalhães Scelza
Enrique Ubieta
Publicado em 24 de Fevereiro de 2010 – Em MONCADA
A absoluta carência de mártires de que padece a contra-revolução cubana é proporcional a sua falta de escrúpulos. É difícil morrer em Cuba, não porque as expectativas de vida sejam as de Primeiro Mundo – ninguém morre de fome, ainda que pese a carência de recursos, nem de enfermidades curáveis –, porque impera a lei e a honestidade.
As Damas de Branco e Yoani podem ser detidas e julgadas segundo as leis vigentes – em nenhum país pode violarem-se as leis: receber dinheiro e colaborar com a embaixada do Irã (um país considerado como inimigo) nos Estados Unidos, por exemplo, pode acarretar a perda de todos os direitos cidadãos naquela nação –, porém elas sabem que em Cuba ninguém desaparece, ninguém é assassinado.
Além do mais, um Zapata entregou sua vida por um ideal que prioriza a felicidade dos demais, não por um que prioriza a própria. Assim foi a lamentável morte de Orlando Zapata, um preso comum – de extenso histórico de delitos, em nada vinculado à política –, exultada intimamente por seus “parentes”. Transformado, depois de muitas e vindas à prisão, em “ativista político”, Zapata foi o candidato perfeito para a auto-execução.
Era um homem “dispensável” para os “grupelhos” e fácil de convencer para que persistisse em uma greve de fome absurda, com pedidos impossíveis (cozinha e telefone pessoal na cela) que nenhum dos reais cabeças teve coragem de sustentar.
Cada uma das greves anteriores havia sido anunciada pelos instigadores como uma provável morte, porém os grevistas sempre desistiam em bom estado de saúde. Instigado e alentado a prosseguir até a morte – esses mercenários lavam sua mãos diante da possibilidade de que se morressem, apesar do esforço incansável dos médicos –, o cadáver de Zapata é agora exibido com cinismo como troféu coletivo.
Como abutres estavam os meios de comunicações – os mercenários e a direita internacional –, rondavam em torno do moribundo. Seu falecimento é um banquete. Um asco de espetáculo. Porque aqueles que escrevem sobre ele não lastimam a morte de um ser humano – em um país sem mortes extra-judiciais –, mas a comemoram quase com alegria e a utilizam com premeditados fins políticos. O caso de Zapata me lembra o de Pánfilo: os dois foram manipulados e, de certa forma, conduzidos à auto-destruição de forma premeditada, para satisfazer necessidades políticas alheias: um, levado a uma persistente greve de fome de 85 dias (já havia realizado outras anteriormente que afetaram a sua saúde); o outro, em pleno processo de desintoxicação alcoólica, foi convidado a beber para que dissesse na frente do magistrado o que queriam ouvir.
Pergunto-me se isso não é uma acusação contra quem agora se apropria de sua “causa”. Têm razão ao dizer que foi um assassinato, porém os meios de comunicação escondem o verdadeiro assassino: os grupelhos cubanos e seus mentores transnacionais. Zapata foi assassinado pela contra-revolução.
(Retirado do blog La Isla desconocida)
Tradução: Maria Fernanda Magalhães Scelza
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