"Se você treme de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros." (Che Guevara)

terça-feira, 6 de julho de 2010

UJC: Pelo direito à História

PELO DIREITO À HISTÓRIA

Os jovens comunistas brasileiros, reunidos no V CONGRESSO NACIONAL DA UNIÃO DA JUVENTUDE COMUNISTA (UJC) declaram total apoio à luta pela abertura dos arquivos militantes, que permanecem em sigilo mesmo após quase trinta anos da suposta redemocratização em nosso país.

A ditadura militar no Brasil (1964-1985) representou um dos períodos mais nefastos da história do país. Período no qual perdeu a cor e a vida dos brasileiros, o direito de fala, de expressão e de organização social e política foram anulados e a luta pela liberdade, justiça e democracia tiveram como resposta repressão, violência, perseguições, torturas, exílios e assassinatos. Vários foram os militantes sociais e políticos que perderam suas vidas por não se curvarem perante um sistema retrógrado, ultraconservador e antidemocrático. O Partido Comunista Brasileiro (PCB) foi uma das organizações mais afetadas nesse processo, tendo um terço do seu Comitê Central assassinado durante a ditadura.
Mesmo com essa conjuntura desfavorável, as forças democráticas do país (entre elas, com destaque para os comunistas) continuaram a lutar pela derrubada do regime militar. A pressão social foi minando o regime, conseguindo importantes conquistas – como a Lei da Anistia Geral, em 1979 – até o fim da ditadura no Brasil em 1985, sendo, portanto, a mais longa das ditaduras na América Latina.
Apesar do fim da ditadura militar, algumas das suas feridas são visíveis até hoje, e seus reflexos em todas as áreas da sociedade também. São poucos os documentos e registros que nos permitem saber realmente o que aconteceu na época e a verdade ainda permanece obscura. Familiares sofrem por calúnias e falta de informações de seus parentes militantes da época. Os restos mortais de muitos lutadores e lutadoras do povo ainda continuam desaparecidos e os responsáveis pelas torturas e assassinatos de milhares de militantes sociais e políticos continuam sem serem punidos. Os governos, que sucederam o “nosso período das Trevas” até os dias atuais, tentam esquecer o que passou com leis e processos meramente figurativos que não nos permite uma aproximação com a realidade.
A União da Juventude Comunista (UJC) entende que os parentes e amigos dos militantes assassinados pela ditadura militar possuem o direito de poder enterrar os seus restos mortais e se despedirem de forma digna. Entende também que os responsáveis pelas torturas e assassinados devem ser punidos pelos seus crimes, independentemente de quantos anos já tenham se passado. A impunidade aos torturadores e assassinos é uma vergonha para a história do nosso país.
Os jovens comunistas engrossam as fileiras da luta pela abertura dos arquivos da ditadura militar, na perspectiva de termos acesso à história e a verdade do nosso país. A abertura dos arquivos representa a verdade sobre o que ocorreu durante esse período nefasto, em respeito aos bravos militantes que tombaram na luta contra a ditadura, e para a punição dos responsáveis por esse período sangrento no Brasil.
Como disse Ernesto Che Guevara: “Um povo que não conhece a sua história está condenado a repetí-la”. Não permitiremos que sejamos enganados e massacrados novamente. Nesse sentido, a UJC conclama os jovens brasileiros a se organizarem e lutarem

PELA ABERTURA DOS ARQUIVOS DA DITADURA MILITAR!

PELA PUNIÇÃO DOS TORTURADORES E ASSASSINOS!

PELO DIREITO À HISTÓRIA!
OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!

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