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terça-feira, 6 de julho de 2010

UNICEF confirma: em CUBA, 0% de desnutrição infantil


Cira Rodríguez César

Prensa Latina

A existência no mundo em desenvolvimento de 146 milhões de crianças menores de cinco anos com baixo peso contrasta com a realidade das crianças cubanas, reconhecida mundialmente por estar fora deste mal social.

Esses números alarmantes apareceram em um relatório recente do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), intitulado Progresso para a Infância, um boletim sobre Nutrição, lançado na sede da ONU.

Segundo o documento, a percentagem de crianças com baixo peso é de 28 por cento na África subsaariana, 17 no Oriente Médio e no Norte da África, 15 na Ásia Oriental e Pacífico e 7 na América Latina e Caribe.

O quadro é completado pela Europa Central e Oriental, com 5 por cento, e outros países em desenvolvimento, com 27 por cento.

Cuba não tem esses problemas, e é o único país da América Latina e do Caribe que eliminou a desnutrição infantil grave, graças aos esforços do governo para melhorar a nutrição das pessoas, especialmente as mais vulneráveis.

As duras realidades do mundo mostram que 852 milhões de pessoas sofrem de fome e que 53 milhões delas vivem na América Latina. Só no México há 5.200.000 pessoas subnutridas e no Haiti, três milhões e 800 mil, enquanto em todo o mundo morrem de fome a cada ano mais de cinco milhões de crianças.

De acordo com estimativas das Nações Unidas, seria muito caro conseguir saúde básica e nutrição para todos os povos do Terceiro Mundo.

Porém, bastaria para atender a essa meta 13 bilhões de dólares adicionais por ano para o que se pretende agora, uma cifra que nunca foi alcançada e é minúscula em comparação com os milhões de milhões que são gastos anualmente em publicidade comercial, os 400.000 milhões movimentados pela venda de drogas, ou de até oito bilhões dos gastos em cosméticos nos Estados Unidos.

Para a satisfação de Cuba, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) também reconheceu que este é o país com maior progresso na América Latina na luta contra a desnutrição.

O Estado cubano garante uma cesta básica que permite a alimentação da sua população, pelo menos nos níveis básicos, através da rede de distribuição de produtos regulamentados.
Da mesma forma, são feitos ajustes econômicos em outros mercados e serviços locais para melhorar a nutrição do povo cubano e aliviar a escassez de alimentos. Especialmente mantém-se uma vigilância constante sobre a vida de crianças e adolescentes. Assim, a atenção para a nutrição começa com a promoção de uma forma melhor e natural de nutrição da espécie humana.

Desde os primeiros dias de vida os inúmeros benefícios do aleitamento materno justificam todos os esforços feitos em Cuba para a saúde e o desenvolvimento da sua infância.

Isso permitiu aumentar a percentagem de recém-nascidos que permanecem até o quarto mês de vida, a amamentação exclusiva e até mesmo a continuidade do consumo de leite, complementada com outros alimentos até os seis meses de idade.

Atualmente, Cuba tem 99 por cento dos recém-nascidos egressos de maternidades com aleitamento materno exclusivo, superior a meta que era de 95 por cento, segundo dados oficiais, o que indica que todas as províncias cumprem essa meta.

Apesar das difíceis condições econômicas atravessadas pela Ilha, se garante a alimentação e nutrição das crianças mediante a entrega diária de um litro de leite a todas as crianças de zero a sete anos de idade.

Adicionando a isso a entrega de outros alimentos, como geléias, sucos e carnes, que, dependendo da disponibilidade econômica do país, são distribuídos de forma equitativa para crianças em idades menores.

Até os 13 anos de idade a prioridade de distribuição subsidiada de produtos complementares, tais como o iogurte de soja, e em catástrofes naturais, as crianças são protegidas pela distribuição gratuita de alimentos básicos.

Crianças incorporadas aos Círculos Infantis (berçários) e escolas primárias com regime de semi-internado também se beneficiam do esforço contínuo para melhorar suas dietas, em termos de componentes dietéticos lácteos e proteína.

Com o apoio da produção agrícola, mesmo em condições de seca severa, e do aumento das importações de alimentos, a ingestão de nutrientes atinge por cima os padrões estabelecidos pela FAO.

Em Cuba, este indicador é a média ficcional da soma do consumo de alimentos pelos ricos e pelos famintos.

Além disso, o consumo social inclui a merenda escolar que é distribuída gratuitamente a centenas de milhares de estudantes e trabalhadores da educação, as cotas especiais de alimentos para crianças de até 15 anos e pessoas acima de 60 nas províncias orientais.

Nesta lista estão cobertas as gestantes, mães lactantes, idosos e portadores de necessidades especiais, suplemento alimentar para crianças com baixo peso e pequeno tamanho, e fonte de alimento para os municípios em Pinar del Rio, Havana e a Ilha da Juventude.

Estas instituições foram atingidas por furacões no ano passado, enquanto as províncias de Holguín, Las Tunas e Camagüey e cinco municípios estão enfrentando a seca.

Nesse empenho colabora o Programa Alimentar Mundial (PAM), que contribui para a melhoria do estado nutricional das populações vulneráveis na região leste, onde se beneficiam mais de 631.000 pessoas.

A cooperação do PAM com Cuba remonta a 1963, quando a agência prestou assistência imediata às vítimas do furacão Flora. Até essa data, realizaram no país cinco projetos de desenvolvimento e 14 operações de emergência.

Recentemente, Cuba deixou de ser um receptor para ser um país doador.

A questão da desnutrição torna-se muito importante na campanha das Nações Unidas para alcançar em 2015 os Objetivos do Milênio, adotada na Cimeira de Chefes de Estado e de Governo realizada em 2000, e entre seus objetivos está a erradicação da pobreza extrema e da fome até essa data.

Porém, os cubanos dizem que essas metas não vão assustar ninguém, pois a própria ONU coloca o país na vanguarda do cumprimento desses desafios em matéria de desenvolvimento humano.

Não sem deficiências, dificuldades e sérias limitações impostas por um bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos há mais de quatro décadas.

Nenhuma das 146 milhões de crianças menores de cinco anos que vivem abaixo do peso no mundo hoje é cubana.

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