"Se você treme de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros." (Che Guevara)

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011


De Porto Rico

Um chamado a Solidariedade Internacional

A juventude porto-riquenha faz um chamado a comunidade internacional para que continue solidarizando-se as lutas pela educação pública que vem se desenvolvendo em nosso país e em todo o mundo. A educação, assim como a maioria dos serviços públicos, encontra-se sob o ataque de governos que atendem primeiro aos bancos e as grandes empresas e depois o povo. No meio de sua crise econômica eles buscam que as classes oprimidas sigam pagando por sua avareza, sacrificando o acesso das pessoas mais pobres a uma educação pública de qualidade, assim como os direitos dos professores, empregados e empregadas a condições dignas de trabalho. Este roubo, que busca diminuir e privatizar nossas universidades, deve ser denunciado de forma contundente em todo o mundo como algo que põe em grave perigo o progresso e a possibilidade de construir uma sociedade cada vez mais justa e igualitária. 

Atualmente, a principal exigência da comunidade universitária porto-riquenha aos administradores é de que escutem nossas propostas, as quais, sendo implementadas, não só fariam desnecessário o aumento da matricula, como restaurariam as finanças da Universidade de Porto Rico e permitiriam oferecer os serviços de qualidade que viemos exigindo há décadas. Como resposta junto a falta de argumentos e de disposição ao diálogo, o governo de Luis Fortuño ordenou a ocupação da Universidade por forças militares e a repressão de qualquer manifestação de protesto dentro ou fora do campus universitário através de ameaças, cassetetes e gás lacrimogêneo. A tentativa de calar qualquer voz dissidente chegou em um nível inaceitável, o que vem produzindo prisões ilegais e seletivas, acompanhadas de torturas aos presos e fabricação de provas. 

O movimento estudantil de Porto Rico respondeu fielmente ao lema: "A maior repressão, maior combatividade" e mantém-se exercendo seu direito a liberdade de expressão e de associação em uma clara resposta as restrições impostas pelos governantes, administradores e universitários e a policia de Porto Rico. 
Temos demonstrado ao país que estamos com a razão e com o compromisso ao bem-estar social. Por tal razão, a luta pela Universidade do Povo transcendeu a comunidade universitária e seu recente resgate se encontra agora em mãos de um povo que não se conformará em ver-la seqüestrada pela Policia ou pelos grandes interesses econômicos. Da mesma forma, encontra-se em mãos da comunidade internacional exigir ao governo de Porto Rico e as suas forças repressivas que cessem a agressão a nossos direitos civis e humanos e assim evitem que uma tragédia maior a que vivemos manche as ruas com o sangue de nossa juventude em pé de luta. 

Dessa ilha do Caribe em Nossa América, solicitamos solidariedade!

ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS EM LUTA PELA EDUCAÇÃO

SAN JUAN, PORTO RICO, 23 DE DEZEMBRO DE 2010


A Assembléia Nacional do Poder Popular de Cuba emitiu uma declaração na qual denuncia a repressão policial a estudantes porto-riquenhos e reclama a solidariedade internacional com eles.

O texto, publicado hoje no periódico Juventude Rebelde, é assinado pelas comissões de Relações Internacionais; de Educação, Ciência e Tecnologia; e de Atenção a Juventude, a Infância e a igualdade de direitos da Mulher. Expressa que há vários dias no campus de Universidade de Porto Rico, em Rio Piedras, centenas de alunos protestam contra a imposição do aumento da taxa de matricula neste centro de educação superior.

Diz o texto que por defenderem seu acesso a educação como um direito humano fundamental, foram reprimidos violentamente pela policia e muitos ficaram feridos ou detidos nas prisões deste país. "Este não é um acontecimento isolado, em anos anteriores os estudantes e jovens porto-riquenhos tiveram que levantar-se contra estas injustiças e foram sempre reprimidos e presos", aponta o texto.

Diante de tão selvagem resposta policial, que se produziu com a cumplicidade das autoridades coloniais deste país, é um dever elementar denunciar a extrema situação que enfrentam estes jovens. A declaração solicita a solidariedade de todos os povos, organizações de Direitos Humanos e parlamentos do mundo, para exigir que cessem a repressão assim como a garantia da integridade física dos manifestantes. 

"Faremos o possível para colocar um fim a esta injustiça contra nossos irmãos porto-riquenhos" conclui o documento.


Declaração da Assembléia Nacional do Poder Popular

Há alguns dias no campus da Universidade de Porto rico, em Rio Piedras, centenas de estudantes porto-riquenhos protestam contra a imposição do aumento da taxa de matricula neste centro de educação superior. 
Os jovens porto-riquenhos, que defendem seu acesso a educação como um direito humano fundamental, foram reprimidos violentamente pela policia e muitos deles ficaram feridos ou foram detidos nas prisões do país. Isso não é um acontecimento isolado, em anos recentes os estudantes e jovens porto-riquenhos vem tendo de levantar-se contra este tipo de injustiça e foram igualmente reprimidos e presos. 

As comissões de Relações Internacionais; de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e a de Atenção a Infância, a Juventude e a Igualdade dos Direitos da Mulher, da Assembléia Nacional do Poder Popular, diante de um resposta policial tão selvagem, que se produz com a cumplicidade das autoridades coloniais da nação irmã, consideramos um dever elementar denunciar a extrema situação que enfrentam estes jovens e solicitar solidariedade de todos os povos, organizações de Direitos Humanos e parlamentos do mundo para exigir o fim da repressão e da garantia da integridade física dos manifestantes.

Faremos o possível para colocar um fim a esta injustiça contra nosso irmãos porto-riquenhos.

Comissão de Relações Internacionais

Comissão de Educação, Ciência e Cultura

Comissão de Atenção a Juventude e a Infância

Havana, 22 de dezembro de 2010.

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