"Se você treme de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros." (Che Guevara)

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Violência marca o 2º dia de protesto contra o aumento das passagens

Quem teve que pegar ônibus hoje provavelmente deve ter pensado o mesmo que eu ao entregar 2 reais e o cobrador ficar esperando por mais: "ah, é, aumentou!". A passagem aumentou mesmo, e nem protesto nem gritos a diminuíram. Na verdade, protesto e grito foi o que não faltou hoje no centro do Recife. Tomara que Dudu Campos esteja vendo dos Estados Unidos o que a sua polícia anda fazendo por aqui. Acusaram os estudantes de terem começado os ataques no primeiro protesto, lembram? Então vamos ver qual será a justificativa para o que aconteceu hoje.


protesto que estava marcado para hoje infelizmente não teve um fim muito diferente do anterior. Os estudantes se dispersaram da Avenida Conde da Boa Vista há cerca de duas horas, e as fotos que rolam pelas redes sociais e portais de notícia são uma repetição do protesto anterior, só que dessa vez, era assim que os estudantes estavam quando a polícia os atacou:


Mesmo perante toda a indignação dos jovens perante os ataques anteriores, e mesmo após a OAB ter acusado a repreensão de desnecessária, o retrato da polícia nas ruas chuvosas dessa manhã era de violência, repreensão e intolerância. Que fique para o Governo do Estado a chance de explicar por que estudantes que se manifestam pacificamente (em uma sociedade democrática), tendo levado flores ao protesto, são repreendidos por não menos que o Batalhão de Choque.


E se os gritos de ordem insistem em falar mais alto:


Se era para não dar o direito de falarem que os ataques foram "uma resposta", os estudantes conseguiram. A passeata, regada apenas a gritos, foi pacífica e tinha como único objetivo não se calar. A polícia avançou, e com ela vieram as bombas de efeito moral, de gás lacrimôgenio e os sprays de pimenta. De novo. Teve até paulada com cacetete, e um estudante saiu com o nariz quebrado.


A polícia prendeu três pessoas, sem falar numa jornalista do Diario de Pernambuco (Juliana Colares), que só não foi parar na delegacia porque confirmou ser da imprensa. É, eles ainda têm algum medo da grande mídia.



E sabe como a confusão acabou, como a polícia foi parada? Quando os quase 250 estudantes fizeram uma roda em torno do Batalhão de Choque e começaram a abraçar os policiais. Precisa dizer mais alguma coisa?

Mas afinal, de que se trata tudo isso? A questão agora é maior do que o fato de as passagens serem abusivas ou não. É o desrespeito e a violência com que a força de proteção de um estado ameaça sua população quando ela se rebela e resolve protestar. Isso se chama liberdade de expressão... alguém já ouviu falar?


Fonte: NE10
Fotos: NE10, Diario de Pernambuco e Nilton Villanova

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