Os Editores de ODiário.info
A Greve Geral de 24 de Novembro de 2010 paralisou o país.
Mais de três milhões de trabalhadores participaram directamente nesta jornada. Pararam grandes empresas industriais. Pararam importantes empresas de serviços, com particular destaque para os 400 balcões encerrados da CGD. Pararam os transportes rodoviários, ferroviários, marítimos, aéreos. De mais de 500 voos previstos, não se realizou um único. Encerraram os portos marítimos e grande parte dos portos de pesca. Pararam tribunais, hospitais, escolas e faculdades, serviços municipais, centros de saúde, postos de correio. Em todo o lado onde há trabalhadores houve adesão a este extraordinário dia de luta.
O impacto desta Greve Geral vai muito para além daqueles que nela participaram directamente. A Greve Geral teve a solidariedade activa da população. Teve a solidariedade de muitos pequenos e médios comerciantes e industriais, manifestada expressamente, por exemplo, no encerramento de pequenas empresas por iniciativa dos seus proprietários.
Todo o mundo do trabalho, e em todo o país, participou: operários, empregados, trabalhadores intelectuais, artistas e outros trabalhadores da cultura, homens, mulheres, jovens. Os trabalhadores precários, alvo da mais violenta pressão e chantagem não cederam, como o mostra, por exemplo, a significativa adesão nas grandes superfícies comerciais e hipermercados. Muitos milhares de trabalhadores fizeram pela primeira vez greve nesta impressionante jornada de luta. Não esquecerão, certamente, este dia em que tomaram o seu lugar no longo combate pela emancipação do trabalho.
Em 24 de Novembro de 2010, os trabalhadores portugueses realizaram uma magnífica afirmação de dignidade, de coragem, de consciência dos seus direitos, de recusa de uma política que faz deles o alvo de todos os sacrifícios, de todas as injustiças, da exploração mais desenfreada.
Esta jornada é, em si, uma extraordinária vitória. Pela dimensão que alcançou, pela clareza do que quis afirmar, pela forma como isolou o grande patronato, a política dos PEC’s, os partidos que a apoiam e o presidente da República que os apadrinha.
O Governo Sócrates, como é habitual, reagiu mentindo, falsificando dados de adesão, repetindo que não há alternativa à política que leva a cabo. Nunca como neste dia ficou tão desmascarado perante a realidade.
A realidade esmagadora de um país parado por vontade dos seus trabalhadores. Os mesmos que, com uma outra política, farão o país sair do atoleiro em que a política de direita o vem colocando.
Os Editores de o diário.info saúdam fraternalmente os trabalhadores portugueses pela histórica Greve Geral de 24 de Novembro. Trata-se de um muito poderoso passo em frente, num percurso que só as forças do trabalho serão capazes de construir.
A luta continua.
Fonte: http://www.odiario.info/?p=1877
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